sexta-feira, 29 de novembro de 2019

SÓ COMO ARQUIVO - CADÊ O JOÃO MALAMANHA QUE NÃO VEM ACOMPANHANDO O ENTERRO?


Por José Mendes Pereira

Cadê o João Malamanha que não vem acompanhando o enterro? Esta era uma das perguntas feita no meio daquela gente que acompanhava um fúnebre. 

Ninguém em Mossoró participava de enterro mais do que ele. Se ouvisse falar que alguém tinha falecido fechava a sua oficina mecânica,  e com o anão Leandro, seu ajudante de mecânica, os dois se abalavam para presenciar a tristeza dos que ficaram, o choro das pessoas, as lastimações da viúva, dos pais, dos irmãos, a missa de corpo presente, a conversaria do povo amigo e principalmente, tomar um cafezinho ou uma pinga em um bar mais próximo do velório.

Apesar da sua honrosa fama de valentão, perverso, grosseiro ao estremo, mas o João Malamanha tinha um coração brando e amável  para aquele que  vestia o seu paletó de madeira e se mandava à procura da casa do Senhor Deus. E até diziam em boca miúda que quando ele se encostava ao caixão ficava falando com o morto, aconselhando-o, que nunca mais voltasse ao chão terrestre. Ficasse por lá mesmo para não atazanar quem por aqui ficou. 

E parece que era mesmo verdade. Alguns mortos que ele não tinha os acompanhado até o cemitério, às vezes, apareciam as pessoas. E se isso acontecesse, a cidade toda logo dizia: “Só está aparecendo porque o João Malamanha não foi ao seu enterro”.

Devido o seu agigantado tamanho o homenzarrão era visto de longe em caminhada fúnebre. Se o caixão fosse colocado em túmulo ele participava ajudando o coveiro, levando o caixão para dentro da urna. E se o morto fosse enterrado em cova rasa, de costume, a primeira pá de barro sobre o infeliz seria  colocada pelas suas deformadas mãos.

Aquela tradição de ser ele quem colocava a primeira pá de areia sobre o caixão ninguém nunca havia protestado. E quem era doido, besta ou tolo para criar uma minúscula confusão com um homem deformado e fora dos padrões humanos? Deus que tivesse dó de quem se atrevesse desafiá-lo. O menor castigo que o desafiador iria sofrer, seria um malvado cocorote de afundar a carapuça da cabeça cabeluda. E adeus, provocador!

Costume é costume. Até o enterro do ex-governador do Rio Grande do Norte Jerônimo Dix-sept Rosado Maia, falecido no Estado de Sergipe  em Aracaju, em 12 de julho de 1951, a causa, desastre aviatório, ele também presenciou. O do famoso religioso mossoroense Luiz Ferreira da Cunha Mota o “Padre Mota” em  27 de agosto de 1966, que foi sepultado na  Catedral de Santa Luzia de Mossoró, o João Malamanha lá estava, e deu uma ajudinha ao coveiro no momento de colocar o caixão na cova rasa. Um enterro que aconteceu em 1962, e que de forma alguma ele podia faltar, porque eram amigos de serenatas, foi o do Cocota, irmão dos componentes do Trio Mossoró. João Malamanha chorava como criança e deixou todos os presentes de boca aberta, só porque o deformado homem era macho todo, e por último, estava chorando, quando é de conhecimento de todos que homem não chora. No velório da professora e juíza de futebol Celina Guimarães Viana a primeira mulher mossoroense a votar, ele não faltou, também estava presente.

Um dia o João Malamanha faltou no meio daquela gente que acompanhava um enterro. O homenzarrão já era conhecido por todos como assíduo acompanhante de velório, e aqueles que seguiam o cortejo só por uma obrigação humana, não sabiam o motivo da sua falta naquele velório, e perguntavam-se uns aos outros:

- Cadê o grandalhão João Malamanha que não está participando deste fúnebre? Será que ele está doente ou viajou para longe e não está sabendo?

- Não sei...! – Respondia alguém.

E outro:

- O que foi que aconteceu com ele que não veio ao velório?

Um velhinho que tinha muito conhecimento com o João Malamanha disse aos ouvintes que ele estava presente. Ninguém o via, mas ele estava vendo todos. E impaciente, duvidou um abelhudo e fofoqueiro:

- E como ninguém o vê e  em que lugar ele se encontra, porque desde que eu cheguei ainda não o vi?

- O João Malamanha não está aqui no meio de nós, porque quem vai dentro do caixão é ele. – Respondeu o velhinho.

- Mas o João Malamanha morreu? Qual a causa da morte? – Perguntou um curioso em tom de assombro!

- Foi assassinado pelo seu ajudante de mecânica. – Disse o velhinho.

- Aquele pequenino Leandro o matou? Aquele que o acompanhava nos enterros?

- Sim senhor! A gente ver cara e não ver coração... – fez o velhinho ex-amigo do Malamanha.

Adeus, João Malamanha!

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SEU GALDINO E A ONÇA LEITEIRA.

Por: José Mendes Pereira
- Dionísia, minha velha, gritava seu Galdino, o diabo das ovelhas do morador da viúva estão todas dentro do nosso cercado. Não se pode mais criar nada nas nossas terras. Ele sabe que as suas ovelhas são umas verdadeiras ladras, e as solta perto do meu cercado.
- Calma, meu velho! Calma! - aconselhava-o dona Dionísia. É melhor ter paciência. Intrigas com vizinho já se parece morte.
- Mas por que ele não as coloca no cercado de cima, se lá é bem mais farto o parto do que ali? - dizia ele com ignorância.
Enquanto isso, se ouvia o toc, toc de um animal que vinha caminhando. Era seu Leodoro Gusmão, montado em um lustroso cavalo de campo, que havia tomado emprestado à fazendeira dona Chiquinha Duarte, para a captura de um boi mandingueiro.
- Apeie-se, compadre Leodoro, para tomar um cafezinho. A Dionísia acabou de fazer, e está bem quentinho... Dionísia, trás um cafezinho para o nosso compadre! – gritou seu Galdino em direção à cozinha.
E virando para o seu Leodoro, perguntou-lhe:
- Conseguiu ver o seu boi mandingueiro nos cerrados, compadre?
- Infelizmente não o vi, compadre Galdino. O parto está muito unido ainda, e torna-se difícil ver qualquer vivente naquelas matas fechadas.
- Mas assim é que é bom, compadre! Muito pasto e os nossos animais não morrerão de fome; ao contrário, eles estão nadando no meio da fartura.
- Deus me livre de seca! Só trás sofrimento para nós e para os animais. - Disse seu Leodoro.
- Quando eu vejo a fartura, me lembro de quando ainda não era fazendeiro. O sofrimento era grande. Nós morávamos nos fundos das terras do fazendeiro Chico Duarte, lá bem próximo à Favela.
Eu vivia de campear gado bravo nos cerrados. Eu era vaqueiro de aluguel. Nunca fui vaqueiro de fazendeiro nenhum. O fazendeiro me dizia o bicho que precisava no seu curral, e me dava uma radiografia completa. A cor do animal, o ferro, se era adulto ou ainda novilho, tudo, sem faltar nada. E a partir das características do vivente, eu me mandava em busca dele, e só retornava para casa com ele na frente, mascarado e com chocalho...
- Mas o senhor sempre campeava sozinho, compadre Galdino? Interrompeu-lhe seu Leodoro.
- Sim senhor! Nunca precisei de vaqueiros para tanger gado comigo. E naquele tempo as onças viviam passeando por todos os lugares. Todos os dias, nas fazendas, amanheciam bezerros mortos e estraçalhados pelas danadas.
- E o senhor tinha medo delas?
- Nunca tive medo de tal animal. Eu a tratava como se fosse um cachorro, com uma diferença, apenas de grande porte.
- Eu não tenho medo, compadre Galdino. Eu evito de vê-las, porque elas são traiçoeiras, e não se deve dar chance a esse tipo de animal.
Seu Galdino precisava urgente contar uma história sobre onça a seu Leodoro. E de imediato, deu início a uma de suas aventuras.
- Certa vez, eu precisava de uns cabos para as minhas ferramentas. Os meus dois filhos, os que moram lá na grande São Paulo, o Artur e o Severino ainda eram pequenos, o mais novo com sete anos, e o mais velho com oito. A nossa situação era de lástima, porque os fazendeiros não estavam precisando de serviços dos vaqueiros, vez que os rebanhos estavam muito bem, obrigado. Naquela época, eu ainda nem sonhava em possuir fazenda. Mas, o senhor sabe, que quem é pobre, sofre por tudo. E o pior é a falta de alimentos. A minha casa estava sem nada, apenas água no pote e nada mais. O que ainda tinha em casa era açúcar, e quando um deles sentia fome, a Dionísia fazia garapa, isto no intuito de amenizar a fome do menino.
- Os meus filhos também foram criados bebendo garapa, compadre. - afirmava seu Leodoro para reforçar o que dizia seu Galdino...
- Pois bem, já que eu iria tirar os cabos para as minhas ferramentas, e como a situação andava de pior a pior, que o senhor sabe que quem anda pelas matas, vez por outra encontra uma fruta, mel de arapuá..., levei o Artur e o Severino, pois se caso eu encontrasse frutas ou mel, eles aliviariam um pouco a fome. Mas eu os levei, não só para isto, também para conhecerem as terras que eles teriam que passear por elas quando atingissem a adolescência, à procura de animais. E nós seguimos por uma vereda feita por bodes, e bem próximo ao Pai Antonio, que o senhor o conhece muito bem, do Soutinho, avistamos um animal que se escondia por detrás de uma árvore derreada. E fomos nos aproximando daquele bicho, para termos a certeza que vivente era. Mas com muito cuidado, pois eu temia que poderia ser uma onça, e já que os meus filhos andavam comigo, talvez acontecesse um ataque contra nós, feito por ela. E lentamente, fomos mais perto, e adivinhe, compadre, o que era!?
- Eu suponho que era uma rês pastando bem escondidinha. – Dizia seu Leodoro.
- Que rês que nada, compadre! Era uma enorme onça, em pé, diante de nós. Os meninos ficaram assustados. Mas para consolá-los, eu os disse que não tivessem medo, que ela não iria lhes fazer nenhum mal.
- Meu Deus, uma onça! – exclamou seu Leodoro.
- E vi logo que era uma onça parida, porque as suas mamas estavam muito inchadas, como se ela tivesse perdido os seus filhotes. Mas em nenhum momento, ela demonstrou insatisfeita com a nossa presença. Mas com receio, que ela poderia atacar os meus filhos, coloquei-os trepados em uma árvore, pois se ela tentasse me atacar e eu corresse, ela não conseguiria subir, para estrangular os meus garotos. E fui me aproximando mais dela, e nas mãos, eu levava um enorme facão, mais uma corda que eu a conduzia amarrada em minha cintura. A onça era tão mansa, mas tão mansa, que nada fez contra mim. Fiquei alisando o seu corpo, repuxando o couro, e a danada se era covarde, naquele dia se tornara um cordeiro. Olhando as suas tetas, desejei secá-las. Mas com medo que ela se revoltasse contra mim, continuei alisando o seu couro, e com a outra mão, fui peando as suas patas traseiras. Ali, eu iniciei secar as suas tetas.
- O senhor estava tirando leite da onça, compadre?
- E eu brinco, compadre Leodoro? Como eu já havia peado as suas patas traseiras, cheio de certeza que ela era uma verdadeira amiga, pedi que o Artur descesse da árvore, para que eu o arriasse em uma das patas dianteira da onça, para facilitar a esgotada do leite, que com certeza, seria melhor para eu mungi-la.
- O senhor arriou o seu filho na onça, compadre Galdino? - Perguntava seu Leodoro com espanto.
-Arriei-o! Eu notei logo que a onça era uma lesada..., eu achando que era um desperdício, já que o leite era de boa qualidade, chamei o Severino para mamar nela, porque ele sentia fome. A onça nem ligava, e me parece que ela estava achando boa aquela arrumação. Como ela estava tranquila, desarreei o Artur das mãos da onça, e ordenei-o que fosse mamar também. Eles ficaram com os as barrigas enormes, porque a onça tinha muito leite.
- E depois, compadre, a onça não se revoltou com vocês?
- Pois diga! De forma alguma! Eu vendo que ela era uma besta, isto é, muito mansa, peguei a corda, fiz um cabresto, encabrestei-a, e meus filhos e eu fomos para casa montados nela.
- Que bom que um dia, nos tabuleiros, eu me encontrasse com essa mesma onça, compadre Galdino, para a Gertrudes passear montada nela nesse nosso sertão sofrido.
História contada, seu Leodoro resolveu ir embora, pois precisava fazer algumas compras lá em Mossoró.
- Até mais tarde, compadre! - Disse e saiu galopeando vagarosamente em direção à sua casa.
- Até, compadre...!
Seu Leodoro não tinha mais espaço para guardar a tamanha mentira do seu Galdino.
- Vai-te corno! - Dizia seu Galdino. Quem irá sempre montar na Gertrudes sou eu, e não onça nenhuma!

SEU GALDINO, A ONÇA E O MEL.


Por: José Mendes Pereira
- Compadre Galdino, a sua novilha já pariu? – perguntou seu Leodoro sentado sobre uma cocheira no estábulo, enquanto fabricava um cigarro de fumo bravo.
- Ainda não, compadre. Ainda não. E eu não estou querendo soltá-la no pasto, para que eu possa acompanhar o seu parto de perto. E eu tenho medo que as onças comam o bezerro quando nascer. Ela está com um úbere que faz gosto de ver. E me parece que vai ser uma boa vaca leiteira.
- Foi à caça hoje, compadre Galdino?
- Fui. Mas não foi totalmente uma caça. Apenas eu sabia onde tinha uma colmeia de abelhas italianas, e como aqui em casa já estava quase sem mel, eu fui obrigado a ir tirá-la.
- Onde foi que o senhor encontrou esta colmeia?
- No Riacho do Pai Antonio – dizia seu Galdino apontando a direção.
- A colmeia estava gorda, compadre Galdino?
- Não tão gorda assim, pois eu esperava mais... Mas ainda me rendeu uma lata de mel, aliás, mel e cera.
- É, compadre, nesse período elas não estão tão gordas. Só quando chegar a primavera, período das flores e dos frutos.
- Mas compadre Leodoro, eu acho que Deus sempre me acompanha em minhas andanças.
- Sim senhor! – fez seu Leodoro.
- Assim que terminei o trabalho, isto é, da tirada do mel, eu não quis mais demorar pelas caatingas. Lá no Riacho do Pai Antonio, o senhor conhece muito bem aquele baixio... eu estava na barreira, na parte alta, pelo lado de lá, tentando adquirir fôlego para enfrentar a viagem para casa. Fiz um cigarro, e quando o levei à boca para acendê-lo, fui surpreendido por uma onça vermelha.
- Uma onça vermelha, compadre, nessa mata?! – atalhou seu Leodoro se admirando.
- Sim senhor! Ela estava trepada em uma árvore, que se eu não tivesse levantado a vista, ela tinha me pegado e me estraçalhado de uma só abocanhada. Ela estava bem pertinho de mim, com os olhos aboticados me observando. De arma, eu só tinha meu facão. Tomei posição para enfrentá-la, mas tive medo, porque ela poderia tomar da minha mão o meu facão só com uma tapa. Mas veja o que passou por cima de mim...
- O que, compadre, passou diante do senhor? - interrompei Leodoro.
- Uma macaca, compadre. Uma macaca prego com um filhote sobre às costas. Ela vinha dependurada em um cipó. E quando se aproximou de mim, soltou o cipó, e com o impulso do seu próprio corpo, caiu do outro lado do riacho. Mas antes de soltar o cipó, eu ouvi uma voz que dizia assim: "- Salve-se, seu Galdino! Salve-se! Dependura-se no cipó e passe para o outro lado do córrego, se não a onça te come!"
- A macaca falou, compadre? – Quis duvidar seu Leodoro.
- Se não foi ela compadre, foi Deus! E eu que não sou besta, agarrei o cipó e me mandei dependurado nele, e só o soltei quando eu já estava do lado de cá com os pés em terra firme.
- Já vi, compadre Galdino, o senhor tem razão em dizer que Deus lhe protege. Acontecer desta macaca passar dependurada no cipó, e soltá-lo para o senhor se salvar das garras da onça. Só pode ser milagre. Não é isso mesmo, compadre?
- E apois, compadre! – confirmou seu Galdino se gabando.
- Nesse momento que o senhor passou pro outro lado do riacho, perdeu o mel, mas ganhou a vida. - quis saber seu Leodoro,
- Quem lhe disse que eu perdi o mel, compadre Leodoro?
- O senhor voltou pro outro lado do riacho para apanhar o mel, diante da onça, que com certeza, ainda estava lá?
- Não senhor! O cipó que a macaca havia deixado para eu passar dependurado nele pro outro lado do córrego, tinha um gancho no final da ponta dele, e no momento em que eu o agarrei, passei sobre a lata do mel, o gancho enganchou no arame da lata, e se mandamos nós dois juntos, isto é, eu e a lata do mel.
- O senhor é guiado por Deus mesmo! Ah, se eu tivesse essa mesma sorte que o senhor tem, compadre Galdino!
- Graças ao meu bom Deus, compadre Leodoro. Se não fosse aquela macaca de me aparecer naquele momento, hoje eu seria um finado naquelas matas do Pai Antonio! Sim, senhor!!!
- Vou embora, compadre Galdino. A Gestrudes é muito medrosa e está só..., até mais tarde, compadre.
- Até, compadre Leodoro! Vai-te corno! Dizia seu Galdino consigo mesmo. A Gestrudes não tem medo de onça. Ela tem medo é de você, sua peste. Um homem ignorante que nem falar sabe direito!
Minhas Simples Histórias
Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

POR QUE REPETIR NOMES DE CANGACEIROS EM FACÍNORAS PRINCIPIANTES?

Por José Mendes Pereira

Ao estudar a "Literatura Lampiônica" a maior parte de estudantes principiantes no que diz respeito ao tema, fica com dúvidas quando encontra em determinada data, o cangaceiro tal já assassinado, e mais adianta, em outro texto encontra o cangaceiro em plena atividade de crime. 

A razão disto é porque quando um cangaceiro valente era assassinado pelas volantes, para confundir a polícia, o capitão Lampião repassava o apelido daquele cangaceiro, ou para principiantes ou para algum que já fazia parte da sua "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia". É o caso dos cangaceiros como: 

Jararaca que foi morto em Mossoró, mas antes dele já existia o Jararaca I, e com a morte deste foi colocado o apelido no cangaceiro José Leite de Santana. José Leite de Santana desapareceu do mundo e do grupo de Lampião, batizou um outro com o apelido de Jararaca. 

Cangaceiro com o nome de Candeeiro existiram dois, muito embora tenha tido mais outro que eu não tomei conhecimento.

Segundo o pesquisador Manoel Belarmino existiram mais cangaceiros com o apelido deAzulão:

Palavras do Manoel Belarmino: 

"Um deles era o Luiz de Maurício como era conhecido antes de entrar no Cangaço, Luiz José da Silva, natural de Poço Redondo, nascido e criado no quilombo Serra da Guia, foi o Azulão do Bando de Lampião. Como no Cangaço de Lampião existiu mais de um cangaceiro com o nome de Azulão, o Azulão da Guia foi o terceiro do bando de Lampião.

Segundo alguns pesquisadores Azulão da Guia entrou no cangaço em 1934, e atuou no grupo de Zé Sereno. Estava naquela madrugada do dia 28 de julho de 1038, e escapou com vida.

Depois da chacina de Angico, Azulão da Guia entregou-se à polícia na cidade de Jeremoabo no mês de outubro de 1938, sendo condenado a 30 anos de prisão. Cumpriu 19 anos a pena e foi indultado em 06 de novembro de 1957. Azulão da Guia saiu da cadeia aos 68 anos de idade". 


http://blogodmendesemendes.blogspot.com

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

250 GRAMAS DE SAL É SAL QUE NÃO SE ACABA TÃO CEDO, IMAGINA PARA QUEM ESTÁ CONDENADO A COMER UM QUILO.

Por José Mendes Pereira

Um facínora de Lampião foi obrigado a comer 1 quilo de sal, que para mim que não sou nenhuma autoridade no que diz respeito ao estudo do cangaço, mas mesmo assim, eu acho meio duvidosa esta história que desfila na literatura lampiônica. O leitor encontra este fato teria acontecido no sertão nordestino com chefes de cangaceiros.

Quem primeiro escreveu sobre isso ninguém sabe. Nem fala em qual Estado, cidade, vilarejo ou fazenda do Nordeste que isso aconteceu. Teria sido pela manhã? Pela tarde ou pela noite? Uns afirmam que foi o Antonio Silvino o homem que obrigou o cangaceiro comer um quilo de sal, por reclamar da comida insossa. Já outros dizem que teria sido o capitão Lampião que fez ele comer o sal e ainda lamber o prato.

250 gramas de sal é muito sal para ser usado em uma cozinha, imagina bem um quilo de sal para um sujeito comê-lo de uma só vez. Na minha opinião é história de reuniões de pessoas amigas nas calçadas em noite de bom luar.

Veja o que conta o escritor João de Sousa Lima de algumas histórias criadas sobre Lampião...


CONHEÇA AS SEIS PRINCIPAIS LENDAS SOBRE LAMPIÃO
Glauco Araújodo G1, em Paulo Afonso (BA).

Histórias sobre cangaceiro ainda assustam os nordestinos.

Pesquisador conta quais foram os fatos que fizeram a fama de mau do rei do cangaço.

O medo provocado pela presença física ou até mesmo pelas histórias e lendas contadas sobre Lampião ainda persiste. O rei do cangaço morreu há 70 anos, na Grota de Angicos, em Poço Redondo (SE), durante uma emboscada montada pelos policiais. O cangaço terminou em 1940, mas mesmo assim as pessoas, principalmente no Nordeste do país, sentem desespero quando se fala em Lampião.  

O G1 conversou com João Souza Lima, considerado um dos principais historiadores do cangaço. Ele vive em Paulo Afonso (BA), onde há décadas vem levantando informações sobre a biografia do principal casal de cangaceiros: Maria Bonita e Lampião. É ele quem revela os seis principais mitos e lendas que percorreram vários estados do país e que ainda persistem.
       
Testículos na gaveta

Segundo Lima, uma dessas lendas revelava que um sujeito estava cometendo incesto e foi flagrado por Lampião. O cangaceiro separou os dois irmãos e foi conversar com o rapaz. Ele falou para o homem que era para colocar os testículos na gaveta e fechar com chave. Lampião, então, colocou um punhal sobre o criado-mudo e disse: "Volto em dez minutos, se você ainda estiver aqui eu te mato". “A crueldade de Lampião estaria em fazer a tortura e obrigar o sujeito a cortar sua masculinidade para continuar vivo”, disse o historiador.
      
Crianças no punhal

Em outra história lembrada pelo pesquisador, a população, com medo da fama de violento de Lampião, acreditava em todas as histórias sobre o cangaço. Uma delas foi criada com o objetivo de afugentar os sertanejos que ajudavam a esconder os cangaceiros, os conhecidos coiteiros. As volantes (polícia da época) espalharam que Lampião matava crianças com punhal. Segundo uma das histórias contadas pelos policiais, o cangaceiro jogava as crianças para o alto e as parava com um punhal.
    
Lampião macaco

Outro relato que se espalhou conta a história de que Lampião só conseguia se esconder na mata durante as perseguições das volantes porque subia nas árvores e fugia pelos galhos das copas. Lima disse que isso foi publicado em um livro sobre o cangaço como se fosse verdade e muita gente ainda acredita nessa história, desmentida por ele e outros especialistas. “Quem conhece a caatinga sabe que na região onde Lampião passou e lutou não havia árvores com copas.”
Você fuma?

Lima lembra de outro caso: Lampião teria sentido vontade de fumar e sentido o cheiro da fumaça de cigarro. Ele caminha um pouco e encontra um sujeito fumando. O cangaceiro vai até o homem e pergunta se ele fuma. O indivíduo vira para olhar quem conversava com ele e, assustado por ver que era Lampião, responde com medo: "Fumo, mas se quiser eu paro agora mesmo!".
         
História do sal

Outra lenda contada nas rodas de amigos no Nordeste até hoje é a de que Lampião chegou à casa de uma senhora e pediu que ela fizesse comida para ele e para os cangaceiros. Ela cozinhou e, com medo da presença de Lampião em sua casa, esqueceu de colocar sal durante o preparo.

Um dos cangaceiros do grupo de Lampião reclamou que a comida estava sem gosto. O rei do cangaço, então, teria pedido um pacote de sal para a mulher. Ele despejou o sal na comida servida ao cangaceiro reclamante e o forçou a comer todo o prato. O integrante do grupo de Lampião teria morrido antes mesmo de terminar de comer.
  
Lampião zagueiro

Para finalizar, Lima disse que, na década de 1960, uma empresa pesquisadora de petróleo no Raso da Catarina, em Paulo Afonso (BA), abriu uma pista de pouso para trazer os funcionários de outras regiões que iriam executar trabalhos de pesquisa. Vale salientar que não foi encontrado petróleo no local, apenas algumas reservas de gás. Na década de 1970, um estudioso do cangaço teria encontrado o campo de pesquisa parcialmente encoberto pelo mato e escreveu, em livro, que aquele seria um campo de futebol construído por Lampião. “O pesquisador ainda teria reportado, de maneira totalmente infundada, que o rei do cangaço teria atuado no time como zagueiro”, disse Lima.

Informação: O escritor repassa para nós o que contam por aí. Em nenhum momento ele afirma que tudo isso foi real. 


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

terça-feira, 12 de novembro de 2019

SÓ PARA ARQUIVO - SEU GALDINO PARABENIZA O POVO BRASILEIRO POR TER CONSAGRADO O MANOEL GOMES CANTOR DA MÚSICA “CANETA AZUL”.

Por José Mendes Pereira

Nem todo mundo merece medalha de ouro, de bronze ou de prata, mas têm pessoas que não querem ser nada na vida, não esperam nada de melhora para si, e de repente, são consagradas pela nação que elas pertencem.

https://www.youtube.com/watch?v=7I8rNJ0FgC8

Em conversa com seu Leodoro Gusmão seu Galdino Borba(gato) falou sobre o sucesso que está fazendo o novo ídolo deste Brasil, o Manoel Gomes aquele que apresentou a música “Caneta Azul” no youtube, e hoje é sucesso nacional, e posteriormente no mundo inteiro. Vamos saber o que eles conversaram sobre o novo artista do nosso querido Brasil?

https://www.youtube.com/watch?v=GcrYbnYqZm8

- Compadre Leodoro, quando o povo brasileiro quer derrubar um político, um ator ou até mesmo artistas de palco ou de novelas não tem dó. Mas quando ele quer consagrar alguém, isto é, torná-lo famoso só o meu Deus empata.

https://www.youtube.com/watch?v=kaaazNYChC4
- É isso mesmo compadre Galdino, e eu acho que o povo brasileiro não tem nada de besta, ele sabe muito bem quem merece colocar no pescoço medalha, quer seja ouro, prata ou bronze...

https://www.youtube.com/watch?v=r4LJTLPa1bs

- Eu acho que o compadre tem acompanhado este tal de Manoel Gomes, dizia seu Galdino, que canta a música “Caneta Azul” uma letra menos graciosa, um jovem sem cultura, sem voz, mas bastante bravo, deixou o povo brasileiro de boca aberta com a batida da sua música.

https://www.youtube.com/watch?v=L6Tnp-x5eLg

- Oxente, compadre Galdino! Eu já me tornei fã deste cantorzinho por ele ter sido consagrado pelo povo do nosso país, nem tenho prestado a atenção na letra, o que eu quero é ouvir bem a batida da sua música. No momento ele está se tornando um fenômeno. Todos os canais de televisão estão o apoiando de forma merecida, porque o que o povo do Brasil escolhe não poderá haver desvio e nem ser rejeitado..., Mais de 40 bandas já gravaram a sua música. E até falam que um japonês de fama irá também gravá-la.

https://www.youtube.com/watch?v=ytSS6iSuxjw

- Meu compadre Leodoro Gusmão, o novo ídolo brasileiro surgiu de um nada e do nada tem se transformado no artista mais famoso em todo território brasileiro... Tenho certeza que ele só está perdendo para os cantores Roberto Carlos e Amado Batista. A nação o consagrou de corpo e alma. Não importa a sua pobreza, o que me importa é que ele suba nos mais famosos palcos artísticos do Brasil, e quem sabe, do mundo inteiro.

- É isso aí, meu compadre Galdino! A gente sabe que por aí existem pessoas que não querem vê-lo subindo no mais alto degrau da música, só porque ele é pobre, mas eu, Leodoro Gusmão, desejo que ele seja bem feliz, e que o mundo melhore a sua vida.

https://www.youtube.com/watch?v=j4YB1OaQZ4I
- E eu também desejo o mesmo a ele, meu compadre Leodoro! Aquele que o tem criticado é porque não gosta de pobre. A letra da sua música pode ser ouvida em qualquer repartição, em escola, no meio da criançada, diante de pais e filhas, porque não existe nenhuma palavra ridícula. Ele apenas conta a história que perdeu a sua "Caneta Azul" e quem a achar, devolva-a.

- Imagina bem compadre Galdino, a música "Caneta Azul" sendo cantada por Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Amado Batista e The Rolling Stones.

- Imagino! - Disse o caçador de onças.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

EM SÃO PAULO SEU GALDINO FOI OBRIGADO PAGAR MULTA POR DESOBEDIÊNCIA

Por José Mendes Pereira

Nessa madrugada seu Galdino Borba(gato) amanheceu com o Lúcifer nos couros porque uma de suas vacas leiteiras tinha vazado do curral, levando consigo o seu filhote de dois meses de vida. E se achando incapaz de trazê-la sozinho do campo para o seu curral foi pedir ajuda ao seu compadre e amigo Leodoro Gusmão, vez que a bicha era brava e desobediente quando fugia do seu poder, e além do mais, com recém-nascido ao seu lado. E de pressa, foi até a casa do compadre para juntos irem ao campo ver se conseguiam trazer a virada na peste para o seu poder. Seu Leodoro Gusmão se prontificou, afinal, era um grande amigo, e logo foi preparar o seu cavalo, e que seu Galdino o esperasse em sua casa, ele não se demoraria chegar. 

Passado alguns minutos seu Leodoro Gusmão chegou à casa do compadre. Tomaram café puro, em seguida pitaram e se mandaram atrás da espantada, isto sem os uniformes de vaqueiro.


Estava no inverno. O lamaçal e os caminhos feitos pelo gado dificultava à procura da vaca, e depois de muito caminharem nas estradas fechadas seu Galdino e seu Leodoro resolveram parar um pouco sob uma árvores de quixabeira, para que os seus animais descansassem um pouco.


O sol estava com temperatura normal, e a finalidade de pararem por ali a convite do seu Galdino era o desejo de falar ao amigo sobre as suas histórias cabeludas. Seu Galdino tinha mania de contar tudo que com ele se passava, mas era bom para aumentar ou criar histórias que apenas imaginava um dia acontecesse com ele. E sentados sobre as montarias seu Galdino Iniciou:

- Meu compadre Leodoro, eu estou aqui me lembrando que os prédios dos dias de hoje quase não têm mais paredes na parte da fachada... A vidraça tomou de conta e até que fica bonito aquelas centenas de vidros dividindo a fachada como se fossem pequenas janelas...

- Isso são as invenções dos homens de hoje, compadre Galdino! - Atalhou seu Leodoro. - Os estudos estão por aí e o homem a cada dia descobre coisa que antes, somente Deus sabia. E olha lá, um dia o homem dirá que encontrou o reino de Deus. E se ele deixar, tenho certeza que o bicho homem dará um grande aperto de mão em Deus e depois um abraço forte. 

- Quem sabe, meu compadre! Poderá isso acontecer mesmo..., mas veja bem o que se passou comigo em São Paulo quando eu fiz uma visita a um primo meu que por lar residia. Ocioso na casa do primo eu resolvi sair à rua para ver as belezas da cidade, e de repente me deparei com um enorme arranha-céu. Enquanto eu admirava a bela fachada do edifício resolvi saber quantas janelas de vidro tinha naquele prédio. 



E pus a contar uma por uma. E sem menos eu esperar um senhor com fardamento de trabalho municipal apareceu na minha frente dizendo-me:

- Pelo que eu vi o senhor estava contando as janelas deste prédio. É isso mesmo?

- Sim senhor, eu estava contando para ver quantas janelas nele tem.

- Mas o senhor sabe que aqui em São Paulo é proibido contar as janelas dos prédios?

- Sabia não senhor!

- E sabia que quem conta as janelas dos prédios daqui de São Paulo é multado?

- Não senhor. Menos ainda..., eu não sabia.

-  Pois é proibido. Eu  vou fazer a multa.

Disse ele puxando um talão e uma caneta. E começou a escrever. Depois me perguntou quantas janelas eu já tinha contado. E eu como nordestino e que não tem nada de besta, respondi que eu já havia contado 200 janelas. E ele lá anotou. Em seguida, me passou o papel, paguei a multa correspondente às 200 janelas. E sem mais conversar comigo foi embora. Só que eu peguei o besta, compadre Leodoro. 

- Mas por que o senhor diz que pegou o besta?

Eu já tinha contado 400 janelas...

- O senhor é vivo, compadre Galdino! Eu nunca vi um homem mais inteligente do que o senhor.

- Eu sou nordestino e não sou como os sulistas pensam da gente, meu compadre! Sou cabra da peste e conterrâneo do capitão Lampião.

- Verdade, compadre Galdino! Quem nasce neste sofrido Nordeste é cabra macho sim senhor!

 E eu brinco, compadre Leodoro!


O FORRÓ DO JOÃO DE MOCINHA

Por José Mendes Pereira

Eraldo Xaxá, Railton Melo, Jorge Braz, Pedro Nascimento e João Augusto Braz, sei que vocês não foram festeiros daquele clube “Forró do João de Mocinha” estabelecido à Rua da Harmonia em Mossoró, no grande Alto de São Manoel, fundado entre os anos de 1966 a 1967, por Francisco de Assis Lemos (o Chico), filho do homem que o forró recebera o seu nome, mas sabem que durante muitos anos, aos sábado e aos domingos à noite, algumas vezes uma matinê no sábado, animou os festeiros do São Manoel e de outros bairros com o som da amada sanfona, triângulo e zabumba, onde lá o cavalheiro pegava a sua dama e só no bico do sapato, divertia a si mesmo e a sua morena, ali aconchegado de ponta a ponta o casal rodopiava o salão do ambiente.

O forró não tinha regras para se participar da festa, podia entrar quem quisesse, mulher de bons modos, mulher de vida livre, desde que pagasse a entrada de acordo com o preço estabelecido na portaria, e rigorosamente, respeitasse o ambiente. Nada grátis, afinal, o dono fazia gastos e mais gastos com instrumentos musicais e procurava manter o conjunto com bons músicos, para que o forró funcionasse nos finais de semanas, e fizesse mais ainda sucesso e divertisse os festeiros.

O nome do conjunto era “Os Diamantinos” de propriedade do Chico que começou com instrumentos improvisados, e aos poucos, foi se aperfeiçoando, e era administrado por seu pai João de Mocinha, tendo como componentes: Crooner Antonio Alexandre da Cunha Filho (vulgo Tota). No triângulo João Batista (vulgo Doidelo), este é meu primo de 2º grau, porque as nossas avós eram irmãs. Ainda no triângulo e bateria o Antonio Airton de Carvalho (já falecido) e no baixo o Edilson de Teotônio.

Quando Edilson saiu do grupo quem assumiu o contrabaixo foi o Geniel também meu primo de 2º grau, filho do Olegário Ismael Jácome e de Francisca de tia Adelaide Maria da Conceição. Na guitarra era responsável pelo som um jovem com o vulgo de Chico Cascudo.

Com este nome o conjunto musical “Os Diamantinos” permaneceu durante 13 anos, e foi uma homenagem a uma freira do Ceará, amiga do padre Sales que por aqui vivia, e sugeriu aos proprietários este nome de fantasia, o qual foi muito bem escolhido e abençoado por Deus.

O proprietário do clube acreditou e com muito sacrifício, investiu, chegando a ser uma das casas de shows melhores da periferia de Mossoró. O forró do João de Mocinha era tradição na cidade e conquistou a população fazendo grande sucesso.

Esta foi a primeira fase do conjunto musical “Os Diamantinos” que durou de 1966 a 1979.

A segunda fase do ”Forró do João de Mocinha” teve início em 1979, quando o conjunto “Os Diamantinos”deixou de existir, recebendo o nome de “The Black Som” considerada a fase de “ouro” do grupo, tendo sido comprado mais instrumentos com maiores potências no que diz respeito a decibéis. Nesse período, alguns componentes deixaram de fazer parte do conjunto, como por exemplo: Geniel que deixou o grupo e que a sua vaga de baixista foi preenchida por um jovem chamado Neto. O crooner de “Os Daimantinos” o “Tota” permaneceu até dois anos no “The Black Som”, mas posteriormente ele deixou a banda, e a vaga foi preenchida pelos cantores Sales de Aleixo e uma jovem com o nome de Aledir.

A fama do forró fez com que o Chico investisse mais ainda, comprando instrumentos como teclado, caixas de som de alta potência, além de baterias e tumbas de alto curto.

O forró andava bem obrigado, mas quando o proprietário resolveu colocar um empresário, que havia mudado o nome para “The Balack Som”, e por ironia do destino, não se sabe se foi afastamento dos festeiros, porque já existiam outros clubes nas periferias de Mossoró, ou se foi administração do empresário que não chegou a satisfazer aos frequentadores, e a partir daí, o conjunto caminhou para a decadência.

E para ver se recuperava o sucesso que fez o conjunto antes pai e filho resolveram convidar os antigos componentes como o Tota, o Geniel, o Airton, o João Batista (Doidelo), o Edlson..., e como ninguém quis mais fazer parte do grupo, ele foi fracassando sem mais ter casa cheia no ambiente, e assim foi de água abaixo, chegando a falência.

Se o grupo “Os Diamantinos” fez bastante sucesso, mais ainda fez o “The Black Som”, e com a entrada do empresário o conjunto perdeu o rumo, chegando o proprietário encaixar os seus instrumentos, guardando-os, esperando por uma outra oportunidade, a qual nunca mais existiu.

Que pena! Um clube que fez muito sucesso só restou a saudade a quem nele frequentou e o prédio todo desmoronado que ainda tenta resistir em pé.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com


MORTE DO CANGACEIRO BRIÓ.

  Por José Mendes Pereira   Como muitos sertanejos que saem das suas terras para outras, na intenção de adquirirem uma vida melhor, Zé Neco ...