domingo, 16 de dezembro de 2018

QUASE QUE O MATOU POR PIEDADE


Por José Mendes Pereira

Sei que você poderá achar que esta história é fictícia, mas não é. Muitas de minhas simples histórias aconteceram mesmo, só que eu não posso citar os nomes verdadeiros para que ninguém venha me reclamar ou me prejudicar no futuro, por isso crio nomes para os personagens das histórias que me dão direitos a me defender caso seja preciso por meras coincidências.

Eu conheci muito a pessoa que foi vítima nesta minha simples história, mas o causador do reboliço eu apenas o conhecia passando em frente à minha casinhola, mas isso em anos muitos distantes, e nunca mais o vi e nem sei se ainda é vivo.

Jorge é vendedor ambulante de roupas, sandálias, chapéus de palha, de massa, lençóis, toalhas, colchas e além de restritas redes. Dentro da cidade de Mossoró o Jorge conhece todos os bairros e sabe muito bem os bons e péssimos fregueses. Afinal, é o maior vendedor que todos os dias o Jorge bate nas portas dos mossoroenses para vender as suas mercadorias. O Lúcio é um jovem que tem mais ou menos 30 anos e é o seu ajudante de confiança, além da boa amizade que os dois mantêm que nasceu no meio das vendas, das cachaças e das farras.

Infelizmente, o Jorge agora está doente e muito doente. Procura o médico para consultá-lo e saber o que está acontecendo com ele. O médico exige exames. O Jorge faz o possível e realiza todos os exames solicitados pelo esculápio.

Com todos os exames em mãos que recebera dos laboratórios o Jorge vai à presença do médico para receber o resultado. Mas o pobre homem está condenado para morrer. Está com câncer já caminhando para fase terminal. O Jorge acama-se e não tem mais milagre que o faça ser curado.

O Lúcio está apavorado e muito apavorado. O único amigo de fé que tem vai desaparecer do mundo. Sua permanência no seu meio não demorará. O dia todo o Lúcio está pensativo. Mesmo assim, não sabe com será a sua vida de agora em diante. Não sabe fazer outra coisa a não ser ajudar o amigo. É um jovem que pouco valorizou os estudos.

O Jorge passa o dia todo em gritos. As dores que são responsáveis pela sua partida para outra esfera são terríveis, e o deixam sem sossego sobre o seu leito. Quase não dorme nada. Passa a noite toda em claro e se lastimando do que ganhara. Chama por todos os santos e nenhum aparece para ajudá-lo, pelo menos para que ele morra sem sentir dores. Os dias estão se passando e o Jorge está emagrecendo muito, e não restam em seu corpo mais do que 50 por centro de carnes.

O Lúcio acompanha aquele sofrimento com o coração partido, e sem mais esperança de uma melhora. A cada momento, o Jorge quer morrer mais rápido. Precisa se livrar daquelas dores. O medicamento que faz passar as dores não mais faz efeito.

O Jorge pede ao Lúcio que o mate o quanto antes, porque não mais suporta tamanhas dores. A Lúcio não aceita o pedido que lhe fez o Jorge e diz que não tem coragem de liquidar a vida de ninguém, principalmente a vida de um amigo.

O Jorge implora, implora até que o Lúcio se convence e decide assassinar o amigo de muitos anos, não por maldade, mas para acabar com aquele sofrimento terrível de uma vez por toda do seu amigo.

O Lúcio quer evitar, mas é novamente implorado pelo Jorge para praticar o assassinato. O Jorge se prepara para receber a morte e sabe que vai se livrar das malditas dores, mas aparecerão outras dores que talvez sejam maiores do que as dores do câncer. Mas ele está preparado para tal fim. O Lúcio vai assassiná-lo com uma faca peixeira.

Do outro lado do quarto alguém ouve toda conversa e convoca quem por ali está por perto para defender o Jorge da maldita faca que já está afiada. O Lúcio leva a faca para cima e fica querendo enfiá-la peito magro do Jorge, e é nessa hora que todos correm para evitarem a morte antecipada do Jorge.

O Lúcio sai às carreiras de dentro do quarto e se enfia no quintal da casinhola, e lá, pula o muro e vai embora sem destino. Os familiares ligam e chamam a polícia. Mas já era tarde. Nessas alturas, o Lúcio já está muito distante da li.

Após livrar o flagrante o Lúcio se apresenta às autoridades e diz o porquê de ter feito isto contra o amigo. Queria apenas acabar com aquele sofrimento do velho e seu patrão companheiro. O resto vocês sabem como aconteceu. Na justiça recebeu o que era merecido.

http://josemendeshistoriador.blogspot.com

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

O AMOR FAZ BEM, MAS TAMBÉM FAZ MAL.

Por José Mendes Pereira

Preservando os nomes verdadeiros dos personagens que figuram neste texto.

Não tenho o ano preciso, mas sei que o que segue aconteceu na década de 70, do século que se passou, aqui em Mossoró, lá pras bandas da zona Oeste da cidade.

João era casado com Rosa casal que aparentemente vivia divinamente bem, amor perfeito, mas toda vizinhança estava enganada. A Rosa desabrochava facilmente as suas pétalas com cheiro de amor para o Sebastião, que com ele, ali, naquele bairro, cresceu.

O Sebastião amigo de infância do João e da Rosa e metido a namorador não arredava os pés da casa do casal em nenhum momento. Todos os dias ele lá estava. O João nada desconfiava. Aquele homem foi criado desde pequenino ali no meio de toda vizinhança. O João achava que a permanência do Sebastião em sua casa era como se os considerassem irmãos, e com isso, não havia motivo para expulsá-lo de lá, já que ali, quando criança brincaram, pularam..., diante de tanta gente boa e descente.

A Rosa também era do bairro, apenas com uma pequena diferença, porque não havia nascido no meio daquela gente, mas desde 10 anos de idade que convivia ligada aos moradores dali, chegando a namorar o João. Depois que se tornaram completamente adultos os dois foram à igreja católica, na finalidade de serem unidos diante da presença de Deus. E lá, o padre os abençoou de corpo e ama, agora seriam dois corpos em um único espírito.

Devido à amizade do Sebastião com o casal infelizmente o João agora teria que passar por coisas que jamais havia imaginado em toda sua vida. A Rosa sua esposa e companheira de todos os dias mesmo sem o José perceber, vinha abrindo as suas pétalas amorosas para o Sebastião, dizendo-lhe que estava apaixonada, e não aceitava que ele negasse ser seu amante.

O Sebastião também já tentara por diversas vezes, assim como um pássaro que persegue a sua amada, abrindo um pouco da sua asa para Rosa, mas ela ainda não tinha entendido o seu desejo por ela. Apenas suspeitava que o Sebastião deixava a entender que gostava muito dela, mas não sabia se o seu gostar era relacionado a amores, ou simplesmente, um jeito de ser como se fosse irmã, Mas logo ouviu de sua própria boca que também estava apaixonado.

José trabalhava fora da cidade e enquanto ele estava ausente de sua residência os dois se abraçavam e se beijavam em cada encontro de rotina, e sobre a cama do José, o amor entre os dois era regado, fazendo com que florescesse mais a cada dia. O José nem sonhava que estava sendo traído por um dos seus amigos.

Depois de um ano a paixão dominava o casal adúltero. Rosa se entrega ao Sebastião de corpo e alma, não queria mais saber daquele sujeito grosso, desajeitado, pobre de espírito e de carinho. Agora nos braços do Sebastião queria viver um romance que nunca mais iria acabar.

E o que ela faria com o José seu esposo? Mandaria ir embora ou o quê? O Sebastião até nem opinou, mas aceitou a proposta da amante. Matar o José o quanto antes. Se isso não acontecesse ele ficaria infernizando a vida do cônjuge apaixonado e traidor.

José chegaria no dia seguinte do seu trabalho que ficava um pouco distante da cidade de Mossoró. O cônjuge traidor já tinha organizado o assassinato do José. O Sebastião ficaria escondido dentro da casa, e assim que o José entrasse em casa e se dirigisse até a cozinha, o Sebastião que estava escondido antes dela, o mataria com uma só machadada. E assim foi feito.

O José chega em casa. Rosa vai ao seu encontro e o abraça como se nada iria acontecer contra ele. E lentamente, o José caminha em direção à cozinha ao encontro do assassino. E ao passar um pouco da pequena sala em direção à cozinha, o José foi brutalmente assassinado com uma certeira machadada. O José dá um grande urro, assim como um touro quando recebe a primeira machadada na testa em um abatedor. E em seguida, caiu estrebuchando no meio de um lençol de  sangue escarlate.

Agora José estava morto. Como já havia sido cavada a cova dentro da cozinha para não levantar suspeita, levaram-no até o buraco, e lá, o jogaram e cuidaram de cobrir com  barro que tinha sido retirado dele. E como melhor proteção para não ser descoberto a sua morte colocaram um tonel sobre a cova do corpo.

Dois dias depois, parentes e a própria vizinhança sentiram falta do José no bairro. Ninguém sabia nada sobre ele. Por onde andava o José que isso nunca havia acontecido, de passar dias sem vir em casa e visitar os amigos? 

Rosa fingia chorar pelo desaparecimento do esposo. Os dias foram se passando e a cada dia perguntas e mais perguntas surgiam no meio da vizinhança sobre a não presença do José no meio daquela gente.

Mas como enterraram o José dentro de casa em cova rasa apareceu um cheiro insuportável ali, no meio das casas mais próximas. Chamada a polícia a Rosa e o Sebastião descobriram que o José tinha sido morto por eles e enterrado na sua própria cozinha da sua casa.

Os assassinos foram presos e julgados, mas eu não tive mais notícias sobre eles.

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