terça-feira, 28 de julho de 2020

O PERVERSO ZÉ BAIANO

Por José Mendes Pereira

No dia 07 de julho de 1936, quase um ano faltava para o extermínio  da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica Cia." foi feita a eliminação do bando de cangaceiros do famoso e perverso Zé Baiano, por um grupo de seis civis, que em reunião, combinou chacinar todos os quatro integrantes da pequena turba, e assim foi cumprida a missão acordada.
Para aqueles que já leram sobre o famoso sanguinário e impiedoso Zé Baiano e está um pouco esquecido dele e para que você se lembre, é aquele que era chefe de um subgrupo da "Empresa do capitão Lampião e atuava no município de Frei Paulo, no Estado de Sergipe, localizado na parte agreste na Microrregião de Carira. Ele foi para este lugar a mando de Lampião. Também é aquele que por pouca sorte foi traído pela sua companheira Lídia Pereira de Souza, ela sendo filha do coiteiro de Lampião Luiz Pereira e de dona Maria Rosa. 

Zé Baiano teve má sorte e sorte ao mesmo tempo, porque ele era o cangaceiro mais feio de todos eles, mas mesmo assim, foi companheiro da mais bela cangaceira, segundo os próprios remanescentes do cangaço  Lampiônico, afirmaram isso aos pesquisadores e escritores, que a Lídia era muito bonita, e nenhuma cangaceira tinha condição de concorrer com ela.
Jornalista Robério Santos na sepultura de Bem-te-vi na cidade de Carinhanha, no sábado (26). Foto: Reprodução de Robério Santos - https://folhadovale.net/cangaceiro-bem-te-vi-foi-enterrado-em-carinhanha.html

O ano era 1934 e o mês julho. Lídia  havia corneado o Zé Baiano com o cangaceiro Bem-te-vi, que ao tomar conhecimento da traição através do facínora "Coqueiro", este sendo um eterno apaixonado por ela que não lhe queria, e como vingança, no meio do jantar cangaceiro, Coqueiro iniciou enredando a Zé Baiano o que fazia a sua amada na sua ausência, isto é, chifrando-o com um comparsa. Zé Baiano quase não acreditou no que estava ouvindo do delator, e depois de convencido que era verdade, porque ela mesma confessou o seu erro, a traição, levou-a ao tronco de uma árvore, em seguida a amarrou e matou a sua companheira no meio da noite à pauladas, no próprio coito do capitão Lampião. E após t~e-la matado, cavou uma cova, enterrou-a e pôs-se a chorar ao lado.

Zé Baiano fez cumprir o código de honra cangaceira. A mulher que traía o seu companheiro tinha que ser morta, ou pelo seu marido ou pelos seus próprios amigos. A morte de qualquer uma que desrespeitasse o código de honra do cangaço, jamais seria perdoada. 

O cangaceiro Coqueiro foi penalizado no coito com a morte a mando do próprio capitão Lampião, por ter delatado a traição da Lídia, enquanto que  o Ben-te-vi tem-se informação que ele escapuliu da presença da turba. De acordo com relatos, assim que fugiu do Estado de Sergipe em julho de 1934, talvez ainda temendo uma possível vingança do cangaceiro Zé Baiano, Bem–te-vi ficou escondido na cidade de Iuiú, e posteriormente foi morar em Carinhanha. 
Agora, com vinte e oito anos depois o jornalista e pesquisador do cangaço Robério Santos através das suas pesquisas, localizou no cemitério Senhora Santana, na cidade de Carinhanha, no Oeste do Estado da Bahia, o túmulo em que foi sepultado o homem Demócrito, conhecido no mundo do crime por Bem-te-vi. Na cidade em que morava ele era conhecido como Benedito Bacurau, e no ano de 1991, faleceu de causas naturais, com pouco mais de 80 anos. 

Arte do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Tem-se informação que no coito quando a Lídia Pereira se sentiu presa na árvore pelo o seu companheiro, e sabendo que daquela talvez não escapava, intercedeu, implorou e suplicou muito ao capitão Lampião e a Maria Bonita, para não deixarem que o seu companheiro Zé Baiano assassiná-la. Mas não foi considerado o seu pedido de arrependimento pelo o que havia feito, nem pelo capitão e nem tão pouco pela a Maria Bonita, que ela mesma como companheira do Lampião, era uma das tais que aceitava plenamente, que fosse punida com a morte, qualquer cangaceira do bando que traísse o seu companheiro desobedecendo as leis da empresa do capitão. Se era lei criada pelo o capitão, tinha que ser cumprida. Do contrário ficaria um movimento social de cangaceiros sem ética e sem respeito.

Nesta casa morou a cangaceira Lídia Pereira - http://cangacologia.blogspot.com/

O cangaceiro Zé Baiano o famoso "Pantera Negra dos Sertões" era primo legítimo de Mané Moreno e de Zé Sereno, aliás, os três eram primos entre si, sendo que este último era seu primo carnal. Eram também sobrinhos dos cangaceiros Antônio e Cirilo de Engrácias. Os cinco cangaceiros parentes pertenciam à famosa família dos Engrácias.
Mulheres ferradas pelo cangaceiro Zé Baiano

Zé Baiano era um homem extremamente perverso. Tinha como mania de amedrontar as mulheres, marcando-as com ferro quente por um hábito infeliz. Usava um ferro com as iniciais "JB", pois era esquentado na brasa antes de marcar a pele do rosto ou do púbis de moças que tinham os seus hábitos que ele discordava. 

Este ferro "JB" não era o do Zé Baiano. Inseri-o somente para ilustração do trabalho.

O Zé Baiano também usava uma palmatória feita de madeira, a qual fora batizada por ele de “Boneca de laço e nó”, e com ela eram aplicados violentos bolos nas mãos das pessoas que ele as escolhia para serem penalizadas, mesmo sem nenhum motivo. Infeliz daquele ou daquela que caísse nas mãos do cangaceiro, porque ele não tinha nenhum tico de dó e muito menos temia retaliação de quem quer que fosse.
Palmatória

As mortes do Zé Baiano e seus comandados foram feitas por Pedro Guedes, Toinho, Birindin, Dedé, Antonio de Chiquinho e Pedro de Nica, que segundo a literatura cangaceira, alguns escritores afirmam que o Antônio de Chiquinho fazia festas em sua residência, e geralmente Zé Baiano e seu grupo participavam de todos os divertimentos que aconteciam na casa do marchante. Mas sempre estavam ali em paz, com respeitos e amizades que já haviam conquistados dos moradores do lugar.

Da esquerda para a direita: Em pés: Pedro Guedes, Toinho, Birindin, Dedé Sentados: Antonio de Chiquinho e Pedro de Nica

Mas o Antônio de Chiquinho vinha percebendo que o Zé Baiano estava de olhos vivos em uma das suas filhas, e por isso, aquele olhar desejoso a sua filha estava lhe incomodando, vez que o Zé Baiano era um homem do mundo, nômade que vivia mais na caatinga do que nos vilarejos, e não valia nada, e muito menos tinha nada a perder. Mas a sua filha sim, uma donzela muito jovem, bonita e querida pelos seus familiares. Antonio de Chiquinho temia que com a continuação daquela convivência amorosa poderia surgir um desejo dela querer acompanhá-lo para a caatinga.

Mas antes que isso acontecesse, o Antonio de Chiquinho estava mais vivo do que mesmo o cangaceiro. Ele jamais iria passar a perna sobre sua filha. Ora essa! O Antônio receava que acontecesse com a sua querida caçula, a má sorte que teve a Lídia Pereira, quando por ele foi morta à pauladas, e  todas aplicadas pelo o perverso. A Lídia residia na localidade Salgadinho, perto da cidade de Paulo Afonso no Estado da Bahia. 

Antônio de Chiquinho ainda lembrava que Lídia não foi poupada quando por culpa do culpído ela o traiu com o cangaceiro Ben-te-vi. Isto ele não queria que acontecesse com as filhas dos outros e muito menos com as suas. Por isso, fez reunião com os amigos de grande confiança, e na data marcada, marcharam para cumprir o que foi combinado entre eles. Assassinar os quatro desordeiros das terras e da caatinga de Frei Paulo.

Mas há quem diga que o Antonio de Chiquinho havia tomado emprestado uma certa quantia de dinheiro a Zé Baiano, que além de tomar dos catingueiros ele usava agiotagem, e com a aplicação de juros sobre juros, o valor devedor foi aumentando assustadoramente, chegando a não ter mais condições de pagá-lo. E assim, o Antonio de Chiquinho não queria receber uma cobrança maior, talvez até ser maltratado com chicote pelo o cangaceiro ou morto, que isso não era coisa difícil para marginal fazer contra a alguém. E antes dele ser castigado, imediatamente, resolveu convidar cinco amigos de grande confiança para exterminar  o poderoso "Pantera Negra dos Sertões" e seus três rapazes que formavam o seu pequeno grupo.

A chacina aos cangaceiros foi planejada da seguinte maneira: Eram seis justiceiros e todos chegariam lá no coito no mesmo momento. Com eles foi levada uma boa quantia de bebidas para não faltar, tira-gostos em abundância etc., na intenção de conquistá-los, porque não podiam falhar os seus planos. O mais seguro seria primeiro gradativamente embriagá-los. Com calma, com tranquilidade, sem muita pressa, mas usando todo cuidado para que eles não desconfiassem do que haviam combinados em reunião.

Assim que os quatro facínoras iniciassem a bebedeira os justiceiros se envolveriam no meio deles, como se estivessem bebendo de verdade, e na sequência, imitariam bêbados. Mas eles apenas fingiam ingerir as doses, e talvez, não sei, derramavam às escondidas dos seus olhares. E lá para as tantas, os cangaceiros estavam totalmente bêbados, e que já poderiam ser dominados. E foi aí que os seis partiram para cima deles, corpo a corpo. Em algum momento, os cangaceiros estavam vencendo os justiceiros, e em outro momento os justiceiros estavam ganhando a luta dos cangaceiros. E lá para as tantas, os seis companheiro comemoraram a vitória. Agora os quatro cangaceiros estavam mortos.

Os marcados para morrer tentaram de todas as formas salvarem as suas vidas, mas foram vencidos pelo grupo civil. Finalmente estavam eliminados das caatingas do nosso nordeste brasileiro: Eram eles: o chefe Zé Baiano,  Demundado, Chico Peste e Acelino.
A aproximação de Zé Baiano com os familiares de Lídia Pereira de Souza, é contada por alguns estudiosos do cangaço que surgiu dessa forma: 

O cangaceiro Zé Baiano andava meio adoentado de um tumor, e se sentindo sem condições de ficar na caatinga, porque não podia se defender de um possível ataque das volantes, assim que o capitão Lampião tomou conhecimento do seu problema de saúde, procurou-o e o levou até a casa do casal de coiteiros de sua inteira confiança que eram o Luiz Pereira e sua esposa Maria Rosa, para "o Pantera Negra dos Sertões" ser tratado por eles.

O Pantera Negro... ficou lá apenas durante 15 dias, tendo toda a assistência que o casal pode lhe oferecer com muito respeito e consideração. Mas assim que tomou conta do seu corpo, porque ficou totalmente curado do tumor, e como  péssimo agradecimento, Zé Baiano usou a sua covardia, tirando do seio familiar a Lídia Pereira de Souza, a filha mais nova do casal, que lhe deu guarida durante estes dias todos, e a levou consigo para participar do seu desastroso movimento cangaceiro. 


E no dia 7 de julho de 1936, Zé Baiano e seu bando estavam mortos. Antonio de Chiquinho manteve segredo do fato durante quinze dias, temendo represálias de Lampião. Mas o cangaceiro soube do ocorrido e decidiu não se vingar após os conselhos da Maria Bonita, que achava perigosa uma retaliação, pois o povoado  de Frei Paulo contava com a presença de um canhão.
Escritor José Bezerra Lima Irmão

O escritor José Bezerra Lima Irmão fala com clareza sobre o cangaceiro Zé Baiano. Vamos apreciar as suas palavras sobre o marginal:

"Entrevistei velhos coiteiros, e todos afirmam que Zé Baiano era um caboclo alto e forte, de rosto comprido cor de bronze, sobrancelhas escassas, maçãs do rosto salientes, nariz afilado, boca média, de lábios finos e bem ajustados, queixo fino, olhos vivos, penetrantes, cabelo liso, de índio. Apesar de ser um sujeito de poucas palavras, em situações normais falava de forma branda e cortês. Era um tipo simpático. Nas festas, comportava-se de forma comedida. Nunca dançava. Limitava-se a cantar, sentado, batendo palmas, o rifle atravessado no colo. Tinha uma voz grave, afinada, maravilhosa. Gostava de modinhas românticas. Metia-se a fazer trovas de improviso e tinha certo traquejo no fole de oito baixos. Ao contrário dos demais cangaceiros, ele não bebia, não fumava e não jogava baralho. Almoçava à mesa com os grandes fazendeiros da região de Alagadiço, Gameleiro e Pinhão, todos seus amigos – Laurindo Gomes, Pedro Gato, Zeca Ferreira, Etelvino Mendonça, Joãozinho de Donana Rego e seu irmão Costinha, Napoleão Emídio, Josias Tabaréu, José Melquíades e os irmãos Marcionílio e Gersílio do Gameleiro.

Zé Baiano era um rapaz comunicativo, mas não falador. Estava sempre tranquilo, alegre. Usava óculos de grau. Foi um dos cabras mais fiéis a seu chefe, obediente ao código do cangaço, tanto assim que quando os parentes romperam com Lampião Zé Baiano ficou com ele". (...).

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sábado, 25 de julho de 2020

O CANGACEIRO "MENINO DE OURO"

Por José Mendes Pereira
Menino de Ouro é o nº 25 e sua foto está com um círculo

Não sou um grande conhecedor do cangaço e muito menos querer ser, sou apenas um estudante que muito erra, aqui acolá acerta, mas acho que o pesquisador e historiador Dr. Antonio Amaury tem suas razões sobre o cangaceiro Menino de Ouro.

O pesquisador Geraldo Júnior disse: “Segundo o pesquisador/escritor Antônio Amaury Corrêa de Araújo, “Menino de Ouro” não foi o cangaceiro que foi morto nessa ocasião (referindo-se após a saída da frustrada tentativa de assalto à Mossoró), e que inclusive esteve pessoalmente com ele há algumas décadas atrás”. - https://www.facebook.com/groups/ocangaco/?ref=ts&fref=ts

Escritor Antonio Amaury

Dona Francisca da Silva Tavares é a viúva de Antonio Luiz Tavares, o cangaceiro Asa Branca, a segunda esposa do mesmo. 


Asa Branca nasceu no dia 10 de janeiro de 1902 e faleceu de problemas cardíacos em Mossoró, no dia 02 de novembro de 1981, sendo que os seus restos mortais repousam no Cemitério São Sebastião em Mossoró, aos fundos do túmulo de José Leite de Santana, o ex-cangaceiro Jararaca.

Francisca da Silva Tavares viúva do cangaceiro Asa Branca

Dona Francisca reside aqui em Mossoró no Estado do Rio Grande do Norte, e sempre que eu tenho um tempinho, a visito em sua casa. Excelente senhora, educada e muito simpática.

Foi me contado por ela o que segue, mas não sei se for preciso, se ela continuará contando do jeito que me contou em sua casa, porque as pessoas às vezes mudam os seus depoimentos, mas certo dia, acho que já se foram dois anos quando ela me falou o seguinte:

Quando ela morava em Macaíba, no Estado do Rio Grande do Norte, 41 min (29,0 km) da capital Natal, segundo ela, o ex-cangaceiro “Menino de Ouro” morava vizinho à sua casa, e muito ajudou ao casal criar seus filhos, pois eles estavam em dificuldades financeiras, e como ele não tinha família, isto é, filhos, o que ele adquiria referente a alimentos, sempre levava para sua casa, no intuito de ajudar o “Asa Branca” sustentar a sua família.

Perguntei se quando eles saíram da cidade de Macaíba se o cangaceiro “Menino de Ouro” havia ficado lá. Ela disse que ele ficou morando lá, mas não soube mais o seu destino. Esta foi a informação que foi dada por ela sobre o cangaceiro “Menino de Ouro”.

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sexta-feira, 24 de julho de 2020

LIVROS "PEREIRAS" DO PAJEÚ E "FEITOSAS" DOS INHAMUNS - HISTÓRIA GENEALOGIA


Outra grande obra com a assinatura do Professor Venicio Feitosa Neves que se avizinha, trazendo a história das famílias "Pereira" do Pajeú e "Feitosa" da região dos Inhamuns no Ceará.

Recentemente o Professor Venicio Feitosa Neves lançou o Livro "O PATRIARCA - CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO (IOIÔ MAROTO", um estudo com 712 páginas, focado na saga dos colonizadores, origens das famílias Feitosa dos Inhamuns e Pereiras do Pajeú, coronelismo, biografia e história do patriarca Crispim Pereira de Araújo e narrativas do cangaço.

Adquira-o através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

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segunda-feira, 20 de julho de 2020

DOIS CORONÉIS DO CANGAÇO NA BAHIA

Por José Mendes Pereira
Coronel Petronillo de Alcântara Reis de Santo Antônio da Glória. Foto do acervo do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio. - http://cangaconabahia.blogspot.com

O coronel Petronillo de Alcântara Reis era lá de Santo Antonio da Glória no Estado da Bahia, cidade que segundo o escritor João de Sousa Lima desapareceu do mapa pelas barragens do Rio São Francisco. O coronel Petronillo comprou propriedades e animais em sociedade com o capitão Lampião e findou o traindo, porque o coronel foi esperto, registrou as propriedades somente em seu nome.

Rarissima foto de Santo Antonio da Glória, Bahia. Era a cidade de referência, no alto Sertão. Foto do acervo do escritor João de Sousa Lima  http://joaodesousalima.blogspot.com/2010/04/santo-antonio-da-gloria-do-curral-dos.html

O capitão Lampião quando tomou conhecimento da safadeza feita pelo coronel Petronillo de Alcântara Reis não gostou nem um pouquinho, e com isso, jurou matá-lo. Mas não conseguiu, porque antes que a desgraça acontecesse o coronel foi mais esperto do que ele. Foi embora para o Estado de Alagoas. Com o passar dos tempos Lampião deixou pra lá, não iria mais fazer vingança  pela covardia do dito coronel.

O rei Lampião

Acho eu que ele imaginou que não valia a pena perder tempo com quem não tinha palavra e responsabilidade. É possível que ele tenha dito: "- Sou bandido, sou cangaceiro, mas sou homem e cumpro com a minha palavra. O homem não é obrigado dar a sua palavra, mas se der, tem que cumprir. Eu cumpro!".

João de Sousa Lima

Mas o escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima diz em um dos seus trabalhos que em 1928, quando  Lampião saiu de Pernambuco para o Estado da Bahia, um dos seus primeiros contatos foi com o coronel Petro, que era uma figura importante, sendo o chefe político de Santo Antônio da Glória.

Diz ainda o escritor que quando houve na Baixa do Boi em Paulo Afonso a batalha que nela foi assassinado Ezequiel Ferreira da Silva, o irmão mais novo do capitão e último que fez parte do cangaço, Lampião achou em um dos bolsos de um policial que foi morto no combate, um bilhete do coronel Petro endereçado ao comandante da volante, e neste estava escrito  onde eram os esconderijos dos cangaceiros.

Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião

Logo Lampião arquitetou sua vingança sem dó, com muito ódio e grandes prejuízos. Iniciou de tal forma perversa, incendiando em torno de 18 fazendas do coronel Petronillo de Alcântara Reis, começando por Glória, em seguida cruzando o Raso da Catarina, além de tocar fogo nas fazendas o capitão Lampião  matava os pobres animais.

Segundo Guilherme Alves o ex-cangaceiro Balão em entrevista à "Revista Realidade" em Novembro de 1973, disse que o povo pensa que o capitão  Lampião matava por qualquer coisa. Mas nunca ele viu Lampião mandar matar alguém a sangue frío. E as fazendas por ele destruídas eram dele mesmo. 

O cangaceiro Balão

Diz Balão que o rei Lampião havia comprado as terras em sociedade com um tal de coronel Petronillo de Alcântara Reis, as quais eram Tronqueira, Cachoeirinha, Formosa..., mas ele as registrou apenas em seu próprio nome, e com este tipo de sabotagem Lampião zangou-se. " - Eu mesmo ajudei a matar muito gado a tiro na Cachoeirinha" - afirmou ele.

Acredita-se que o coronel Petronillo Reis como estava com medo da vingaça do capitão Lampião de imediato fugiu para  o Estado de Alagoas, no nordeste do Brasil, que nesse tempo, o perverso e sanguinário capitão já havia saído das terras alagoanas e estava reinando em outros Estados. 


Conheça o Raso da Catarina clicando neste link abaixo: 


Coronel Antônio de Souza Benta
 Coronel Antonio de Souza Benta - Foto do acervo do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio. - http://cangaconabahia.blogspot.com

Antônio de Souza Benta era natural de Chapada Velha, município de Brotas de Macaúbas. Ele originalmente veio para o Ventura, onde se estabeleceu em um garimpo que o permitiu ficar rico. Posteriormente mudou-se para Morro do Chapéu.

De sua união com Honestina Virgília Benta, em 1895, nasceu um filho, de nome Flodoaldo de Souza Benta, que morreu em 11.09.1917, aos 21 anos de idade, na fazenda Roça Grande, situada entre o Ventura e Bela Vista (hoje Utinga). O cavalo que montava foi beber água, tropeçou, atolou e caiu por cima do mesmo. O rapaz cursava o segundo ano de engenharia civil em Salvador.

O coronel teve outro filho José de Souza Benta, formado em direito em 1919, com Josepha Maria D’Assumpção. Em 13.01.1925 o jornal A TARDE noticia que o Dr. José Benta suicidou em Mucugê. Era ex-juiz de Remédios e foi injustamente acusado de desvio de 20 contos de réis da uma casa comercial. Após a morte de Flodoaldo o coronel Benta criou um menino de nome Remo. 

Benta era um grande amigo, seguidor politico e braço armado do Coronel Dias Coelho.

Os coronéis da região quando tinham qualquer caso de crime mandavam o jagunço para Dias Coelho abrigar em Morro do Chapéu. Dias Coelho mandava esses criminosos para o coronel Benta, que era seu homem de armas e possuía garimpos na serra de Martim Afonso onde mantinha as despesas de mais de 100 homens, que eram garimpeiros e jagunços. Se um criminoso ia para lá, para trabalhar, e não obedecia as ordens ele mesmo tinha que abrir sua sepultura.

Benta exerceu o cargo de Intendente no periodo de 1904-1906. Com a morte de Dias Coelho, em 1919,  vplta a assumiu, a prefeitura, no período de 19.02 – 10.04.1919, numa fase agitada, em face da existência de uma forte oposição política, que  havia implantado o “Pequeno Jornal”, dirigido por Adelmo Pereira e seu filho Osvaldo Dourado Pereira, para divulgação de suas idéias.

Na eleição de 1923, os partidários do coronel Benta apresentaram como candidato ao cargo de intendente, o coronel José Martins de Araújo, de Canabrava do Miranda (atual Canarana), que concorre com o professor Faustiniano Lopes Ribeiro. A eleição gera um impasse, pois ambos os candidatos se declaram eleitos. O Senado Estadual decide a questão, reconhecendo a eleição do professor Faustiniano. Esse fato gera o início de uma fase politicamente muito agitada, inclusive com a vinda da capital de uma força policial, comandada pelo tenente Macedo, em apoio ao prefeito, correligionário do governador Góes Calmon. Essa crise tem como consequência a criação do municipio de Irecê.
O coronel Benta foi membro da Comissão Pacificadora das Lavras Diamantinas, nos conflitos em torno do coronel Horácio de Matos, em 1920. Em 30.01.1922, o coronel Benta e sua esposa se mudaram para Senhor do Bonfim.

Muritiba et. al. (1997) citam que na época em que apoiou com jagunços o coronel Galdino César de Moraes (1857-1946), na sua luta armada contra o coronel Ernestino Alves Pires, em Jacobina, o Coronel Benta se orgulhava de ser capaz de ter ao seu dispor 450 homens .

Tavares (2001) cita que nos primeiros dias da revolução de 1930, telegramas do presidente Washington Luis, de Pedro Lago, governador eleito, e de outros políticos baianos, convocaram coronéis da Chapada Diamantina, do São Francisco e do Sudoeste a enviarem homens armados para engrossar as forças governistas. Quase todos atenderam ao apelo acreditando ser uma repetição da luta contra a Coluna Prestes.

Cunegundes (1999) cita que após a revolução de 1930, o coronel Benta foi preso em Feira de Santana, por comandar um Batalhão Patriótico para combater as forças revolucionárias que pretendiam, como obtiveram, a deposição do presidente Washington Luiz. Anos depois, durante uma campanha política, o governador Juracy Magalhães, de passagem por Morro do Chapéu, ficou hospedado na sua casa e sempre repetia a pergunta: o que é que o senhor quer do meu governo? Benta então dizia: eu não quero nada. O senhor mandou me prender. Portando considere-se hospede apenas da minha esposa e não meu convidado Por mais que Juracy explicasse que a ordem de prisão não partira dele, Benta não mudou de idéia.

Antônio de Souza  Benta foi o primeiro proprietário de carro em Morro do Chapéu, um caminhão apelidado de Leão do Norte.

Uma reunião realizada em Duas Barras, em dezembro de 1935, deliberou encaminhar aos poderes competentes, o pedido para mudar o nome dessa localidade para Souza Benta.

O coronel Antônio de Souza Benta faleceu em Morro do Chapéu, em 23.02.1946. A sua importância histórica para Morro do Chapéu é muito relevante. Sob sua liderança a cidade viveu a crise politica que resultou na criação do município de Irecê, a passagem da Coluna Prestes, a passagem de Lampião e a Revolução de 1930.

Benta também foi um destacado construtor de estradas, muitas vezes aplicando recursos proprios.


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O DEPUTADO FEDERAL FLORO BARTOLOMEU COMUNICOU COM ANTECEDÊNCIA QUE NÃO PRECISAVA MAIS DA PRESENÇA DE LAMPIÃO EM JUAZEIRO DO NORTE.

Por José Mendes Pereira

É muito difícil saber quem foi o verdadeiro culpado de ter protegido o cangaceiro Lampião e seu bando, entregando-lhes em Juazeiro do Norte armas e muita munição, além do mais, uniformes como se o grupo de facínoras  representasse grande autoridade para a sociedade nordestina

A gente percebe que foi um desastre total e maldoso quando entregaram mais de "50" armas  e bem municiadas a uma porção de delinquentes, todos, com a intenção de apertarem os gatilhos das armas novas para verem um infeliz cair morto. 

As autoridades de Juazeiro do Norte da época que tinham obrigação de desarmar marginais, e o que fizeram, entregaram a bandidos armas que matam sem piedades. O poder é um meio de negócios ilícitos. Alguém estava ganhando com esta maldade contra os nordestinos, que ao saírem de lá os bandidos, quantas vidas foram eliminadas no retorno a Pernambuco pelas armas adquiridas ilegalmente no Ceará? 

Lampião - Não sei quem a coloriu.

Sobre o deputado Floro Bartolomeu da Costa que sempre foi acusado de ter sido ele que planejou o ingresso de Lampião e seus homens para combaterem a Coluna Prestes, e convocado o rei para comparecer a Juazeiro do Norte, mas precisamos ver que, antes da sua ida ao Rio de Janeiro para fazer tratamento de saúde, Floro Bartolomeu enviou um telegrama no dia 23 de janeiro de 1926, ao rábula (advogado não formado) José Ferreira em Juazeiro. Vejam o conteúdo do telegrama:

 “ - Comunique ao nosso amigo, que não é preciso mais Lampião, povo já seguiu perseguição revoltosos”.  
Floro Bartolomeu.

O deputado não revelou o nome do amigo e acho que seria o padre Cícero Romão Batista. No mesmo dia, bastante doente, Floro Bartolomeu da Costa viajou de Campos Sales para o Rio de Janeiro, e no dia 8 de março deste mesmo ano faleceu às 5 horas da tarde, com 50 anos de idade, Afirmam alguns escritores e pesquisadores que Frolo morreu solteiro e pobre. 

Cidade Campos Sales

O telegrama prova que o deputado Floro Bartolomeu não tinha mais nada a ver com o aparecimento de Lampião e seu bando em Juazeiro, porque o tempo de "44" dias, isto é, de janeiro a março foi o suficiente para que as autoridades de Juazeiro do Norte tivessem  comunicado a Lampião que não era mais necessária a sua presença no município. Não se sabe se o rábula José Ferreira apresentou o telegrama do Floro às autoridades. Mas quem sabe, apresentou-o e ninguém se preocupou com o conteúdo que estava escrito pelo o político. 

Padre Cícero Romão Batista

E agora! A quem devemos responsabilizar pelo armamento a Lampião e seu bando de marginais? Teria sido mesmo o Padre Cícero Romão Batista que não percebeu, que ele antes tinha sido um sacerdote de Deus? Ou fez por achar que Lampião era merecedor mesmo de ser uma autoridade do sertão, recebendo a patente de capitão do exército, patente esta que não era legal? 

Nesse período da presença do cangaceiro a Juazeiro do Norte o padre Cícero estava afastado da igreja católica, porque o Vaticano havia suspendido as suas ordens religiosas, porque estava o acusando de falsos milagres. 

Na minha humilde opinião o padre Cícero não era o responsável por tudo isto. mas já que ele estava afastado das suas obrigações religiosas, quem sabe, uma espécie de vingança...

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A PATENTE "CAPITÃO" DADA A LAMPIÃO NÃO FOI RESPEITADA PELOS MILITARES DE PERNAMBUCO.

Por José Mendes Pereira

Chegando Lampião e seus cabras em Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, no dia 04 de março de 1926, hospedaram-se no sobrado do poeta popular João Mendes Oliveira, localizado à Rua Boa Vista. Acredita-se que Lampião tenha sido um hóspede como qualquer figura importante, já que para ali, foi chamado para receber a patente de capitão do exército brasileiro. 


É certo que nem todos os cangaceiros se hospedaram nele, porque o futuro capitão precisava de ser protegido pelos seus comandados, vez que ele não iria aceitar ser vigiado por pessoas do lugar, e não tinha certeza que aquela convocação para receber a patente de capitão era de verdade. O futuro capitão tinha razão. Homem perseguido tem que ter guarda-costas, do contrário será morto.


Também não há dúvida que Virgolino Ferreira da Silva o Lampião temia que poderia ser uma espécie de covardia, e as autoridades vencê-lo juntamente com os seus homens, assim como posteriormente tentou envenená-lo o coronel de Aurora Isaías Arruda de Figueiredo, no ano de 1927, quando ele mesmo ofereceu um almoço para o bandoleiro e para toda a sua cabroeira. Mas o capitão Lampião não era nada de besta, e findou descobrindo a covardia feita pelo o coronel Isaías Arruda.

Sobrado que Lampião se hospedou no Juazeiro do Norte em março de 1926

Lampião entrou pela rua principal de Barbalha em direção a Juazeiro do Norte há 12,5 km que separavam as duas cidades; convocado para participar do “Batalhão Patriótico”, milícia criada pelo deputado federal Floro Bartolomeu para combater a Coluna Prestes, combate que nunca houve entre os cangaceiros e os revoltosos.

Floro Bartolomeu e Padre Cícero

Ao lado do Padre Cícero está o baiano Floro Bartolomeu, nascido em Salvador e formado pela Faculdade de Medicina da Bahia. Em 1908 Floro foi atraído pela mina de cobre de Coaxá, no município de Aurora, e posteriormente fez morada em Juazeiro do Norte, onde adquiriu uma farmácia e atendia a população como médico. Fez amizade com o  padre Cícero Romão Batista e passou a incentivá-lo a ingressar na política, porque o Vaticano havia suspendido  as ordens religiosas do padre. Nesse período Floro Batolomeu não conseguiu falar com Lampião no Juazeiro, porque ele estava internado no Rio de Janeiro, e veio a óbito no dia 8 de março deste mesmo ano, em consequência de uma doença chamada angina. Floro Bartolomeu faleceu solteiro, e mesmo sendo uma grande figura no meio político estava bastante paupérrimo. 

Rua principal de Barbalha, pode onde Lampião e seu bando passaram em 1926, em direção a Juazeiro do Norte, onde ele receberia a patente de capitão.

Alguns historiadores não acreditam que o Padre Cícero sabia deste engodo organizado pelo deputado Floro Bartolomeu, para que fosse entregue a Lampião e seus cabras,                          armas, projéteis e fardamentos. Lampião foi a Juazeiro levando em sua companhia aproximadamente 50 homens confiante na promessa de receber a patente e ser anistiado seus crimes, em uma condição: combater à coluna dos tenentes. Mas a sua patente era sem valor.

O convite para ser entregue a Lampião chegou em Juazeiro do Norte, vindo de Campos Sales, em mãos do José Ferreira de Menezes. Lampião era muito sagaz e se, além da assinatura de Floro Bartolomeu o bilhete não tivesse a assinatura do Padre Cícero, ele jamais atenderia ao convite.


Como foi que Lampião tomou conhecimento deste bilhete: 

Um dos empregados de João Ferreira dos Santos (irmão de Lampião) que trabalhava em seus afazeres por nome Zé Dandão que na foto aparece sendo o número 9, e que este é do conhecimento de todos que estudam o cangaço, era como se fosse da família dos Ferreiras; assim que foi recebido o convite foi até à Fazenda Piçarra do seu Antonio Teixeira Leite em Macapá, hoje Jati, onde morava Sebastião Paulo este aparece na foto sendo o número 3 que era primo legítimo de Lampião, e juntos, com o convite em mãos, seguiram viagem para o Pernambuco, ver se localizavam o futuro capitão, e no dia 2 de março de 1926, Lampião entrou no Ceará. 

Há quem diga (não tenho a fonte para comprovar no momento, mas tenho certeza que o leitor não irá pensar que eu estou criando informação sem credibilidade); que alguém presenciou, que quando soube que Lampião estava para chegar a Juazeiro do Norte, o padre Cícero Romão Batista teria dito em tom de repúdio: 


"- Agora vem este homem novamente para cá!". 

Com estas palavras ditas pelo o padre protestando a visita do cangaceiro e seus aliados, eu entendo que ele segurava aquela amizade com o Floro Bartolomeu, mesmo o congressista querendo dar cobertura a Lampião, porque ele era deputado federal, e sem a sua pessoa, seria difícil o padre adquirir verbas para continuar trabalhando em prol da sua cidade Juazeiro do Norte e do seu povo. 

Billy Jaynes Chandler é um dos mais importantes escritores acerca do cangaço e coronelismo, fenômenos ligados entre si e característicos de uma certa época da história recente do Brasil. Suas obras Lampião, o Rei dos Cangaceiros, e Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns, são canônicas, seminais, inigualáveis.

Mas o historiador Billy Jaynes Chandler diz que o convite para Lampião ir até a Juazeiro, teria sido feito pelo próprio sacerdote. Mas outros afirmam que não. O Padre Cícero somente ficou sabendo do acordo alguns dias antes da chegada do bando a Juazeiro. 

De Barbalha a Juazeiro do Norte são 12,5 km. aproximadamente 19 minutos

Tem gente que não pensa nas consequências que poderão surgir após querer fazer os outros de bestas, malucos..., e se o perigo aparecer contra si, diz que é porque o sujeito é valente, perverso e desumano. Nada disso! Depois que o bicho está criado, é muito difícil vencê-lo ou matá-lo.

Quando o capitão Lampião chegou em Pernambuco e tomou conhecimento do que fizeram com ele sobre a patente sem nenhuma filiação com o exército brasileiro, e tivesse se revoltado, em seguida, voltado ao Ceará para cobrar daqueles que em Juazeiro do Norte (a cidade não tinha nada a ver com isso), no meio da covardia das pessoas importantes de lá, mesmo sabendo que a patente de capitão do exército dada a Lampião não tinha nenhum valor, a surra e o seu punhal teriam trabalhados bastantes, obrigando "falsos nêgos" dançarem na peia mesmo sem saberem dançar.

Quem sabe, os pensamentos do compadre Lampião talvez confiante que, ao chegar à sua terra natal Pernambuco com a patente de capitão, que nem todos têm esse privilégio, receberia uma espécie de perdão pelos seus crimes e desordens, poderia até ser homenageado diante das autoridades militares como capitão. Mas  foi o contrário. O comandante da polícia civil daquele Estado não o reconheceu como capitão, e o que fez contra Lampião que já estava patenteado, foi severamente atacá-lo sem compaixão pelas forças volantes do governo de Pernambuco.

Eu que estudo cangaço e principalmente a era "lampiônica" não acredito que Lampião seria tão fácil para se mudar os seus ideais, porque ele mesmo patenteado, jamais abriria mão da sua vida cangaceira que há alguns anos vivia dela, mas quem sabe, se tivessem tentado reformar o capitão Lampião e o tratado como um cidadão, e ainda o respeitado a partir dali como capitão,  e como um novo homem da sociedade, seria possível que nascesse um ser humano honesto e até mesmo mais compreensivo. E quantas vidas teriam sido salvas, já que a raposa do sertão tinha deixado a vida de crimes? Mas o que fizeram? Prepararam uma patente sem filiação a nada. Novamente traíram o jovem rapaz que tinha apenas 28 anos de idade na época.

Para que o leitor entenda que esta foi uma grande invenção e humilhante contra Lampião, é que para ser capitão do exército brasileiro o sujeito primeiro tem que passar por estas "11" graduações: 

1 - soldado de 2ª. classe.
2 - soldado de 1ª. classe. 
3 - Cabo.
4 - 3º. sargento,
5 -  2º. Sargento. 
6 - 1º. Sargento.
7 - Suboficial.
8 -  Cadete.
9 -  Aspirante a oficial.
10 - 2°. Tenente 
11 - 1°. Tenente. 
12 - Capitão.

Todas estas 11 primeiras graduações no exército brasileiro são para poder o militar chegar a ser Capitão do Exército. Lampião foi direto para capitão.

Eu não entendo porque Lampião não percebeu que a esmola era grande para ele. Nunca foi nem soldado, e pulou 11 patentes, passou logo para capitão do exército! Incrível!


O que escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica. 

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