terça-feira, 20 de março de 2018

SEU GALDINO E DONA DIONÍSIA VÃO A SÃO PAULO DE AVIÃO

Por José Mendes Pereira - (Crônica 81)
http://www.spiceuptheroad.com/site/como-funcionam-os-servicos-de-milhagens/aviao-nuvens/

Quem não sabe é como quem não ver. Na verdade, os nossos olhos nada vêem, eles apenas captam a imagem e enviam para o cérebro fazer o reconhecimento daquela imagem. Reconhecida, o cérebro manda de volta, dizendo o que é; “É um carro” É um ônibus” É um prato de comida, é um mendigo, um cangaceiro, etc...

Se o sujeito nunca viu algo que já é do conhecimento de todos parece ser cego, porque não tem a mínima ideia como será aquilo que já é do conhecimento dos outros. As pessoas dizem como é: “é assim!”, “é assim!”, mas o indivíduo ficará sempre encucando e se perguntando: “Será que o que eles falam é assim?” Será que não será assim, é assim? E assim, o sujeito fica todo enrolado, e tem que acreditar no que dizem, já que o cérebro apenas imagina, porque os olhos não captaram a imagem para ser enviada direto a ele. Se mandar a imagem, em fração de segundo será reconhecida por ele, já com a afirmação daquilo que os olhos captaram. É o caso de quem voa em um asa delta, avião, fez cruzeiro etc, e conta para quem nunca voou ou passeou de navio, assim, ficou seu Leodoro encucado com o que contara seu Galdino no momento em que eles mungiam as vacas, porque ele não conhecia o assento de um avião.


https://www.youtube.com/watch?v=BAC3UZQn5Fo

Nessa manhã, seu Leodoro Gusmão estava no curral do seu Galdino ajudando-o a mungir as suas vacas, ele precisava ir ao médico consultá-lo, porque andava com um problema em uma das pernas, quase sem força quando tentava andar. Enquanto mungia uma das vacas leiteiras lado a lado ao seu Leodoro, seu Galdino admirou-se de um barulho de motor, e pôs-se a observar o céu, achando que era um avião que estava indo em direção à Africa. Mas não era um avião, e sim, era o carro do senador Duarte Filho que estava na estrada, pois ele iria fazer visitas a sua madrasta dona Chiquinha Duarte.

Mas seu Galdino inventara que aquele barulho era de avião que sobrevoava os céus de Mossoró apenas para entrar um pouco sobre um passeio que ele e dona Dionísia fizeram a São Paulo, em visitas a casa de um filho que por lá morava. E com orgulho, preparou-se para contar a seu Leodoro como foi a viagem. deu início dizendo-lhe:

- Ouvindo aquele barulho, compadre Leodoro, me pareceu ser de avião. O homem é muito inteligente. Uma ruma de ferro levantar do chão e voar como pássaro de um país para outro, com aquele pesão todo e não cair. Quando a Dionísia e eu fomos a São Paulo, visitar um dos nossos filhos que por lá mora, ficamos naquela dúvida, se seria mais barato irmos de ônibus ou de avião. E decidimos que além de ser mais fácil e mais rápido, de avião era melhor. Como em Mossoró não pousava avião de grande porte, fomos de ônibus até Recife, e de lá, era que nós iríamos pegar o avião para São Paulo.

Seu Leodoro nada falava, apenas ouvia a explicação do seu Galdino, mas continuava mungindo uma das vacas.

- Quando nós chegamos na estação rodoviária em Recife apanhamos um táxi, fomos para o aeroporto, que não fica tão distante da cidade. Mais ou menos com 20 minutos depois, chegamos ao aeroporto. O avião sairia de lá às 10 horas da noite. Compramos as passagens e ficamos aguardando o embarque. Chegada hora, ocupamos o avião e com alguns minutos depois, nós voamos com destino a São Paulo.

- É bom, compadre Galdino, voar num avião? – Perguntou seu Leodoro enquanto desarreava um bezerro da pata da mãe.

- Eu gostei. Quem não gostou foi a Dionísia, porque quando aparecia uma tal de turbulência, me parece que o nome é este, que faz com que o avião balance, ela vomitava exageradamente. E tinha hora compadre Leodoro, que o avião só faltava cair. Numa tremedeira dos diabo!

- Meu Jesus! Que coisa perigosa!...

- O senhor já voou de avião? - Perguntou seu Galdino.

- Não voei e nem ei de voar. Eu posso até um dia morrer de desastre de avião compadre Galdino, mas só se ele cair por cima de mim, eu dentro dele, nunca morrerei.

- Mas não faz medo não, compadre, é só ter fé em Deus..., pois sim, teve um momento compadre Leodoro, só quem estava dentro do avião era que acreditava, ele ficou como se fosse cair, mergulhou de ponta numa nuvem tão grande que ficou como se estivesse atolado dentro dela, e quanto mais o piloto acelerava o sistema mecânico do motor mais dava impressão que o avião estava mesmo atolado nas águas desta nuvem, rodopiando e ninguém sabia se ele estava direcionado para o Sul ou para o Norte. Passamos mais de meia hora dentro da nuvem, porque o piloto queria tomar rumo a São Paulo, e não mais sabia para qual lado ficava.

Seu Leodoro o ouvia com muito respeito, mas viu que aquela conversa não merecia credibilidade. Mas o que era de fazer? E logo pensou em acabar com aquela conversa, fazendo-a descredibilizada. dizendo:

http://varelanoticias.com.br/astramab-lamenta-acidente-e-alega-que-embarcacao-estava-regular/

- Eu não discordo do senhor de jeito nenhum, compadre Galdino, porque certa feita, eu fui convidado para participar de uma excursão na finalidade de conhecer o Terminal Salineiro de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, mais conhecido como Porto Ilha de Areia Branca, e fica localizado a 26 km da costa desta cidade. Todos nós turistas pegamos a embarcação no cais da cidade, e sem dificuldade, embarcamos com direção ao Porto Ilha. O certo é que não levamos muita sorte, porque nesse dia, o mar estava tão agitado que só faltava virar a embarcação.


http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/porto-ilha-sera-ampliado-em-marco/135628

- Em o senhor dizer que era uma embarcação já deduzi que era muito grande, compadre Leodoro!

- Muito grande, muito grande..., pois sim, com aquela agitação danada do mar as ondas subiam o transporte, deixando-o suspenso das águas de 10 a 15 metros. E em um momento, uma onda que veio tão forte, empurrou a embarcação que já estava suspensa, fazendo-a voar sobre as águas, e quando o transporte cautelosamente pousou nas águas, nós já estávamos diante do Porto Ilha, havíamos voado dentro da embarcação por mais de 15 minutos.

- A embarcação voou compadre Leodoro, sem asas?

- Sim senhor, voou sem asas!

Terminada a tirada de leite foram até a cozinha tomarem café, e depois, seu Leodoro Gusmão foi para casa fazer as suas obrigações que já estavam atrasadas. Durante o percurso até a sua casa, dizia: “Se seu avião que tem asas nadou dentro das águas da nuvem, a minha embarcação voa nos ares sem ter asas.

Maior avião do mundo - https://br.pinterest.com/pin/517210338449340027/

Seu Galdino ria sozinho da mentira recíproca. Cada um deles ficou com uma pulga atrás da orelha e se perguntado: "Será mentira ou será verdade?"

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro. Mas se gostou, diga aos seus amigos para que eles a conheçam também.

ALERTA AO LEITOR E LEITORA!

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional, você poderá ser vítima. As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão. Você pode não conduzir arma, mas o outro, quem sabe! Carregará consigo uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.

http://josemendeshistoriador.blogspot.com

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