Por José
Mendes Pereira - (Crônica 65)
Não tenho
conhecimento onde residia o comerciante ambulante aqui em Mossoró, do seu
verdadeiro nome, apenas era conhecido no centro da cidade por "Vai
Querer". Nesse período das suas vendas "Vai Querer" já
passava dos setenta anos, mas apesar da idade e do seu frágil
corpo, ainda era um homem de muita resistência física.
"Vai
Querer" era magrinho, de pernas finas e alongadas, alto e meio
tísico, de rosto seco, camisa de mangas compridas, mas enrolada até ao
tornozelo. Usava um chapéu de palhas com enormes abas, e gostava de
andar com as calças arregaçadas até ao meio da canela. Jamais deixou de usar
chinelos de couro cru.
"Vai
Querer" vivia fazendo das suas vendas ambulantes sobre o lombo de um
jumentinho magro e desnutrido, com dois caçoas agarrados, onde neles podia se
encontrar laranjas, bananas, melancias, abacaxis, frutas de um modo geral. Quem
quisesse pedir outros alimentos era bastante fazer o pedido, que no dia
seguinte ele estaria entregando o alimento solicitado. Mas esta sua atividade
só era feita pela manhã, principalmente aos comerciários, taxistas, feirantes,
carroceiros, jornaleiros, transeuntes.
Quando eu saí
da indústria "Vai Querer" ainda fazia esta atividade, mas
posteriormente perdi o contato com ele, e não sei em que ano faleceu.
O apelido
"Vai Querer" foi criado por ele mesmo, já que saía gritando pelas
ruas de Mossoró: "Quem vai querer? E com o passar dos tempo, os seus
fregueses deixaram de lado "quem" chamando-lhe apenas de "Vai
Querer".
Todos aqueles
do comércio e da indústria de Mossoró que participaram das décadas de sessenta
e setenta, tenho plena certeza que ainda lembram muito bem do velho comerciante
ambulante "Vai Querer".
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
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