sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O PROFESSOR JOÃO MALEÁVEL


Por José Mendes Pereira - (Crônica 26)

- Lá vem ele! - disse um aluno que estava encostado à porta da entrada da sala de aula. É ele! É ele!  Confirmou ordenando que todos se sentassem cada um em seu lugar.

Já fazia um bom tempo que a turma o esperava com impaciência dentro da sala, e alguns já admitiam a sua ausência nessa noite.

Finalmente, o João Maleável colocou os pés nos corredores e veio caminhando lentamente. 

- Calma! Calma! - Exclamou uma aluna de outra sala que caminhava em direção à diretoria.

Na lousa, alguém tinha colocado uma oração para que o professor João Maleável a analisasse. 

“Um lavrador tinha um bezerro, e a mãe do lavrador também era o pai do bezerro”.    
              
Assim que ele entrou na sala pôs a pasta sobre a mesa, e em seguida, observou a oração, lendo-a consigo mesmo. Depois não satisfeito com a ela, voltou-se para a turma e perguntou:

- Quem elaborou esta frase sem sentido?

A Cristina uma das alunas mais aplicada do colegial, autora da oração, pelo menos naquele momento, ocultava-se entre os colegas.

- Esta oração professor, nós queremos a sua explicação sobre ela - Disse a Carolina.

Ele foi à lousa e pôs-se a fazer a análise. Olhou-a, escreveu-a paralela a anterior, apagou-a, reescreveu-a novamente, inverteu a oração para ali, para acolá, e em seguida, disse:

- Eu já entendi o que significa muito bem esta oração, meus alunos! Desculpem-me, mas essa mulher é uma hermafrodita.

- Por que ela é uma hermafrodita, professor? – Quis saber a Janaína.

- Observe, gente! Além de ela ser a mãe do lavrador, também era o pai do bezerro. E mulher desse tipo, meus alunos, não pode ser elogiada com um outro nome. Tem que ser chamada mesma é de hermafrodita.

- Eu concordo plenamente com o senhor, professor!  - Incentivou-o a Daniela.

- Veja, minha gente! - Encorajou-se ele após o incentivo da Daniela - ela deu cria de duas espécies diferentes! - Dizia ele apontando a turma com o dedo indicador. Deu cria do lavrador e do bezerro. E quem produz vida sozinha, meus alunos, não passa de hermafrodita.

- Valeu professor! O senhor é nota dez. Criticou um gaiato lá do meio da sala.

- Com um zero e uma vírgula antes do um! - Zombou um outro aluno que passava no momento em frente à porta da sala.

Análise da frase:

"Um lavrador tinha um bezerro e a mãe. Do lavrador também era o pai do bezerro".

Informação ao leitor: A oração não é criação minha, apenas montei a historinha, usando o meu personagem João Maleável.

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