segunda-feira, 1 de novembro de 2021

ENTREVISTA COM O SUPOSTO FILHO DO CAPITÃO LAMPIÃO E MARIA BONITA

 Por José Mendes Pereira

https://www.youtube.com/watch?v=gmEpGe0XFko&ab_channel=KinkoPelegrine. - "O vídeo pertence ao acervo do pesquisador Kinko Peregrine".

Sobre este senhor, não há como eu acreditar que era filho de Virgolino Ferreira da Silva, o capitão Lampião, e de Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita. Vejam que o suposto filho de Lampião e de Maria Bonita diz que, a briga de Lampião com o Zé Saturnino começou por causa de um chocalho. 

Não discordo desta informação, porque está escrita na literatura lampiônica. Só que ele diz que este chocalho está na sua mão e de repente,  diz que está em Serra Talhada. 

João Ferreira da Silva o João Peitudo suposto filho dos reis do cangaço Lamapiã e Maria Bonita.

Diz ele no vídeo:

“A verdadeira história começou por um chocalho. Numas cabras, né? Este chocalho ainda hoje está na minha mão. É a última pessoa que existe desse chocalho, que começou toda história do cangaço, é esse chocalho.

Esse chocalho está em Serra Talhada, num museuzinho pequeno, que me pediram a esse, o museu me pediu para eu deixar este chocalho, lá em Serra talhada... Quem me entregou foi um ex-cangaceiro do meu (possivelmente a falha no vídeo, mas acredito que ele quis dizer meu pai), que me disse uma segurança muito grande...”

Vamos lá:

Ele diz que o chocalho estava na sua mão e de repente diz que o chocalho está em Serra Talhada. 

Por que isso? 

Quando foi que este chocalho chegou às suas mãos e através de quem, quando muitos pesquisadores da época, gostariam de ter recebido esta relíquia para os seus acervos? 

Com certeza, foi um chocalho adquirido por aí, ou quem sabe, ele mesmo o encontrou, sem ter nada a ver com o chocalho que misteriosamente começaram as brigas dos vizinhos, Zé Saturnino e Lampião com os seus irmãos. Pelo tempo que já se passou, o chocalho é uma invencionice do João Ferreira da Silva.

Vejam bem:

A briga entre os Ferreiras e Zé Saturnino surgiu mais ou menos no ano de 1916, então, da briga para o nascimento do João Ferreira já havia se passado 22 anos. Lógico que quando ele veio entender o que é a vida, já fazia muito tempo. Não seria mais possível ele adquirir este chocalho. Pura invencionice!

Todo mundo queria ser filho de Lampião. Eu acho que até eu, sou filho dele.

Assista ao vídeo e diga se tem procedência esta história do João Peitudo, suposto filho de Lampião e de Maria Bonita. Eu acho que não tem procedência de forma alguma.

(Nome: 

João Ferreira da Silva 

Nascimento: 

1938

 

Falecimento: 

26-07-2000

em: 

Juazeiro do Norte, CE

Idade: 

Aproximadamente 62 anos, em 2000.

Profissão: 

Funcionário Público da Prefeitura de Juazeiro do Norte

Pai: 

Virgulino Ferreira da Silva

Mãe: 

Maria Gomes de Oliveira

Notas: 

João Peitudo". Faleceu de ataque cardíaco, está sepultado no cemitério São João Batista. Foi reconhecido filho do cangaceiro Lampião em 1994 através de um exame de DNA realizado nos Estados Unidos. Teve 5 filhos).

Existem pesquisadores do cangaço que são grandes conhecedores do tema, informam que o exame de "DNA" feito para comprovar a paternidade dos pais de João Peitudo, ficou incompleto. Sendo assim, menos verdade.

Posteriormente, após dois exames de DNA, constatou-se que não era verdade. João Peitudo faleceu com 62 anos de idade, morte natural, no dia 26 de Junho de 2000, em Juazeiro do Norte, a 563 quilômetros de Fortaleza.

É claro que ele se dizia ser filho de Lampião e Maria Bonita, não criado por ele, mas, lógico, a afirmação deve ter saído da boca de quem o criou. Só que o chocalho, na minha humilde opinião, ninguém sabe até hoje o paradeiro dele, muito menos sabia o João Peitudo. 

Sem essa afirmação, jamais o João Peitudo iria se considerar filho dos reis do cangaço.

Suponhamos que Maria Bonita engravidou de Lampião no ano de 1937, e só pariu o João Ferreira da Silva no ano seguinte. Mas vale lembrar que, depois que o capitão Lampião saiu do Ceará, nunca mais colocou os seus pés em Juazeiro do Norte. Se ele voltou ao Ceará eu não tenho conhecimento. Só sei que no dia 21 de agosto de 1928, numa canoa, o capitão Lampião e seus cabras cruzaram o rio São Francisco. Ali, ao sul do Rio, passaria a ser a base de suas operações maldosas dali em diante. Agora, o cangaço estaria vivendo uma nova vida cangaceira. 

Naquele Estado, Lampião passou a ter como refúgio preferencial outro Estado que foi Sergipe, onde um de seus protetores seria o médico e capitão do Exército Eronides de Carvalho, mas este ele só se encontrou ao menos uma vez. Em meados dos anos 1930, Eronides se tornou governador, e lógico que o capitão do exército não queria mais amizade com bandido.



Em 1938, quando o João Ferreira da Silva nasceu, o velho guerreiro capitão Lampião estava vivendo nas terras do Estado de Sergipe, mais ou menos pelas redondezas de Porto da Folha, atual Poço Redondo. E nesse tempo, o capitão não tinha mais tanta disposição para sair de Sergipe, passar pelo Estado de Alagoas e em seguida, cortar as terras de Pernambuco, e chegar a Juazerio do Norte, no Estado do Ceará, com uma criança de colo que havia nascido a 42 dias, para entregá-la  a uma senhora de nome Aurora da Conceição, que residia lá na região do Carri, terra do padre Cícero Romão Batista. E por que o capitão Lampião tinha que entregar a criança a esta senhora, onde no percurso existiam tantas outras famílias que poderiam adotá-la sem nenhuma palavra negativa?

Não dar para se entender, porque esta viagem é muito longa, porque são três Estados do Nordeste, para enfrentar o calor quente e tudo mais de difícil acesso.

Informação ao leitor: 

Não me refiro ao cineasta que fez a gravação, e sim, ao João Ferreira da Silva, o João Peitudo, que batia o martelo, dizendo que era filho dos reis do cangaço. Mas esta questão é muito fácil resolver. Fazer o "DNA" do cadáver do João Ferreira, e comparar com o "DNA" de dona Expedita Ferreira Nunes, que é a única pessoa que mundialmente, foi reconhecida como filha do capitão Lampião e Maria Bonita.

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DÚVIDA QUE PRECISA SER ELUCIDADA.

  Por José Mendes Pereira


Dizem que a verdade corre o mundo muito rápida, mas a mentira tem mais ligeireza do que a própria verdade. É verdade.

Este senhor acima, de nome João Ferreira da Silva, que era famoso lutador de boxe, lá da cidade de Juazeiro do Norte, e carinhosamente apelidado de João Peitudo, confirmava sem pensar em errar, que era filho de Virgolino Ferreira da Silva, o capitão Lampião, e Maria Gomes de Oliveira, a rainha do cangaço Maria Bonita. Mas há quem diga que as suas informações não têm nenhuma ligação com o cangaço, e muito menos com a família Ferreira do capitão Lampião, e nem com a família Gomes de Oliveira, de Maria Bonita.

Da esquerda para a direita: ..., Expedita Ferreira, filha de Lampião e Maria Bonita, ..., Vera Ferreira neta de Lampião e Maria Bonita, e o cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira. A foto é apenas como ilustração.

A jornalista e escritora Vera Ferreira que é neta dos reis do cangaço, afirma que o João Ferreira da Silva, o João Peitudo, nasceu no ano de 1942, e como sabemos, os seus avós morreram no dia 28 de julho do ano de 1938, lá na Grota do Angico, no Estado de Sergipe. Ainda esclarece que, ele disse que Lampião ao entregá-lo com 42 dias de nascido a dona Aurora que o criou, Lampião furou as suas orelhas, e era apenas para reconhecê-lo quando um dia retornasse para visitá-lo no Juazeiro do Norte. Mas a verdade, explica Vera Ferreira, que elas foram furadas pelos índios, quando ele vivia por lá, que era costume dos chefes indígenas furarem as orelhas das crianças.

Mas o jornalista, escritor, cineasta e pesquisador do cangaço Robério Santos, me falou através do facebook, que é proprietário de um documento comprovando o dia, mês e ano do nascimento do João Ferreira da Silva, o João Peitudo. O Robério Santos é um pesquisador que faz os seus trabalhos adquirindo documentos ou apanha na fonte. Não vai por conversa de calçada. Ele vai até a casa do possível estudado.

Clique no primeiro link e leia o que escreveu Demontier Tenório. E logo em seguida, assista ao vídeo do Robério Santos.

https://www.miseria.com.br/ultimas-noticias/cariri/ha-20-anos-morria-em-juazeiro-do-norte-o-filho-de-lampiao/

https://www.youtube.com/watch?v=A8OOb0EEwHk&ab_channel=OCanga%C3%A7onaLiteratura

Se interessar, leia este quando terminar.

https://blogdomendesemendes.blogspot.com/2021/10/entrevista-com-o-filho-de-lampiao-e.html

Nota: Lembrando aos amigos leitores que nada a ver com os cineastas e nem jornalistas. Tenho grande respeito por todos eles. Geralmentre eu me refiro aos depoentes. Todos os trabalhos destas pessoas são de grande credibilidade. 

As minhas palavras não têm nenhuma referência sobre a entrevista que o Robério Santos fez com o suposto neto de Lampião. O que escrevi refere-se a fatos antigos. Apenas coloquei o link da gravação do Robério Santos para que o leitor conheça o seu belo trabalho. Parabéns para ele! 

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AINDA SOBRE O SUPOSTO FILHO DE LAMPIÃO O JOÃO FERREIRA DA SILVA, O JOÃO PEITUDO.

  Por José Mendes Pereira

A foto pertence ao acervo do jornaliste e pesquisador do cangaço Robério Santos.

Fazendo uma pesquisa mais aprofundada e com muito cuidado para não errar, sobre o suposto filho do capitão Lampião e Maria Bonita, o João Ferreira da Silva, o João Peitudo, que havia nascido na região do Cariri, no Estado do Ceará, em abril do ano de 1938, não encontrei nenhuma data que fale sobre a visita do capitão Lampião neste Estado, entre os anos de 1937 e 1938. Sabemos que,  neste período o capitão estava de rede armada e cachimbo aceso nas terras do Estado de Sergipe. 

Em 1938, quando o João Ferreira da Silva nasceu, o velho guerreiro capitão Lampião estava vivendo nas terras do Estado de Sergipe, mais ou menos pelas redondezas de Porto da Folha, atual Poço Redondo. E nesse tempo, o capitão não tinha mais tanta disposição para sair de Sergipe, passar pelo Estado de Alagoas, e em seguida, cortar as terras de Pernambuco, e chegar a Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, com uma criança de colo que havia nascido a 42 dias, para entregá-la  a uma senhora de nome Aurora, que residia lá na região. 

E por que o capitão Lampião tinha este desejo de entregar a criança somente nas mãos desta senhora, onde no percurso existiam tantas outras famílias que poderiam adotá-la sem ele receber nenhuma palavra negativa?

O jovem em estudo, realmente, aparentemente, tem muito a ver com o suposto pai, mas pela a lógica, não tem como dizer com segurança que ele era filho do capitão Lampião. Acredito que isso foi invencionice de quem o criou, ou até mesmo, uma brincadeira que surgiu no meio dos amigos somente pela sua aparência com fotos antigas do capitão.

Mera coincidência. Quem criou dona Expedita Ferreira Nunes, mundialmente reconhecida como sendo a única filha dos reis do cangaço, capitão Lampião e Maria Bonita, foi o casal Manoel Severo e dona Aurora. E o João Ferreira da Silva o João Peitudo, também foi criado por uma senhora de nome Aurora da Conceição. Seria o capitão Lampião apaixonado por mulheres que tinham o nome Aurora?

Paulo Medeiros Gastão e Aderbal Nogueira

Os cangaceiros remanescentes de Lampião não informaram que Maria Bonita esteve grávida nos anos 1937/1938, principalmente, Manoel Dantas Loyola, o ex-cangaceiro Candeeiro, que entrou para o cangaço em 1937, dito pelos pesquisadores Dr. Paulo Medeiros Gastão e o cearense Aderbal Nogueira, que fizeram diversas gravações com o facínora, sempre afirmaram com as sete letras da verdade, que o Candeeiro era um homem de palavras firme, e não dava entrevistas com a finalidade de aparecer ou querer se engrandecer. Sempre usando a verdade em primeiro lugar, e sem mudar a sua versão.

https://www.youtube.com/watch?v=UyoKFSyAdsY&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

No meu entender, João Ferreira da Silva, o João Peitudo não é filho dos reis do cangaço, porque, nos últimos anos Maria Bonita não engravidou, e nem o capitão Lampião retornou mais ao Estado do Ceará, muito menos para deixar uma criança por lá. Acho que isso não passa de invencionice do entrevistado, o suposto filho de Lampião e Maria Bonita, ou quem sabe história criada por quem o criou. 

Em rodas de amigos, acontecem coisas impressionantes, e muitas vezes, uma conversa inventada por eles, irá se tornar verdade. Começaram a dizer que ele se parecia com Lampião e o dizer saiu por aí, fazendo com que o João Peitudo fosse filho do casal de cangaceiros.

Informação ao leitor: 

Lembrando ao leitor que, o que eu escrevi, não tem nenhum valor para a literatura lampiônica, e jamais prejudicará os trabalhos dos pesquisadores, cineastas e escritores. São apenas as minhas inquietações.

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O CANGACEIRO CABELEIRA (José Gomes).

  Por José Mendes Pereira

José Gomes, o Cabeleira considerado como sendo o primeiro cangaceiro do nordeste brasileiro, teria nascido no ano de 1751, em Glória do Goitá, pertencente à Vitória de Santo Antão, cidade da zona da mata pernambucana. Juntamente com os seus comparsas o Cabeleira casou e batizou em sua região nordestina.

Afirmam que no dia 1º de Setembro do ano de 1773, Jose Gomes ao lado do pai Joaquim Gomes, e outro delinquente de nome Teodósio, tiraram o sossego do Estado de Pernambuco, usando a covardia com assaltos e mortes, mais o roubo de armazém. 

1776 – Em 28 de Março deste ano, José Gomes e sua saga são capturados e levados à forca no Forte das Cinco Pontas.

O sanguinário foi um dos mais notórios bandidos do fim do século 18, e era famoso por causar mortes e realizar assaltos no estado de Pernambuco ao lado do pai.

A literatura cangaceira diz que na sua vida de marginal, foi alcunhado "Cabeleira", em possível referência às suas mechas compridas. Era filho de mameluco, com olhos escuros, lábios delgados e nariz curto. Seu modo de agir contra as suas vítimas era com muita violência, e geralmente, terminava em mortes. Em 1773, na capital de Pernambuco, Recife, roubou um armazém em detrimento da morte de um soldado e de um civil. O ataque foi feito por ele, o pai, e também esteve presente o cangaceiro Teodósio que acompanhou as principais maldades de Cabeleira, que era considerado o homem de sua confiança. O Teodósio  esteve ao lado de Cabeleira em diversos crimes, e principalmente, até no momento de sua execução.

Quem mais escreveu sobre o bandido Cabeleira foi o escritor e folclorista Franklin Távora, que lançou seu livro "O Cabeleira no ano de 1876. Posteriormente, sua vida passou a ser escrita através de poesias por João Cabral de Melo Neto.

"Os crimes de Cabeleira chegaram aos ouvidos das autoridades portuguesas, que foram contatadas pelo governador José César de Menezes em comunicado oficial sobre a situação social de Pernambuco.

Sua trajetória de crimes acabou em 1786, quando, fugindo da polícia, se esconde num canavial em Paudalho, na zona da mata, e foi capturado. Na justiça, foi condenado à forca pelos assassinatos e roubos, sendo executado no dia 28 de março daquele ano, no Largo das Cinco Pontas, dentro da capital". 

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MORTE DO CANGACEIRO BRIÓ.

  Por José Mendes Pereira   Como muitos sertanejos que saem das suas terras para outras, na intenção de adquirirem uma vida melhor, Zé Neco ...