quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

MARIA BONITA

Por José Mendes Pereira - (Crônica 41)

Maria Gomes de Oliveira era o seu nome de batismo. Mas entre os familiares era conhecida como Maria Déia. E no cangaço recebeu duas alcunhas, levando-a para a fama mundial: “Maria Bonita ou Rainha do cangaço”. Foi uma mulher honesta, e em nenhum momento denegriu a imagem do seu homem.
          
O escritor Roberto Vila Nova fala em um dos seus textos, “Caçador de cangaceiros revela segredos do cangaço”, 11 de outubro de 2005, que o ex-soldado Josias Valão dos Santos, que era comandado do sargento Aniceto, conta um fato que aconteceu envolvendo Maria Bonita. Diz o escritor. Na integra: (... outro episódio que chamou a atenção de Josias foi a rebeldia do cangaceiro apelidado de “Diferente”, que era viciado em baralho e, quando estava perdendo, falava palavrões. Numa partida em que se encontravam Lampião, Luiz Pedro, Maria Bonita e Sabonete, o cangaceiro soltou palavrões e foi recriminado por Luiz Pedro, que o chamou a atenção para a presença de Maria Bonita na mesa. E o cangaceiro desbocado reagiu, dizendo que Maria Bonita não era nenhuma santa. “Você ...come ela...”, relatou Josias, dizendo que essa passagem foi contada ao sargento Aniceto por um coiteiro. “A surpresa é que Lampião fez que não ouviu nada”, ...
           
O que o policial informou a Roberto Vila Nova foi o “DISSE ME DISSE”, pois a história já vinha de um coiteiro que contou ao sargento Aniceto e o Josias contou a Vila Nova.
          
Eu não me refiro A Roberto Vila Nova, pois ele apenas registrou o que Josias lhe informou. Mas eu acho muito difícil que isso tenha acontecido com Maria Bonita, pois ela detestava traições de cangaceiras.
          
No momento eu não tenho o nome do escritor que escreveu o que segue:
          
“Certa vez, uma posição tomada por Corisco em relação à honra masculina, foi do caso amoroso entre Cristina e Português. Ela havia o traído com Jitirana, do bando de Corisco.
          
Português sentindo-se decepcionado, contratou o cangaceiro Catingueira para limpar sua honra. Quando Catingueira chegou ao coito de Corisco, chamou Jitirana para terem uma conversa particular.

Nesse momento Maria Bonita e Lampião que estavam no coito de Corisco, aproximaram-se do local. Maria Bonita opinou que Cristina era a culpada, e deveria ser eliminada por Catingueira.
          
Foi quando Corisco lhe respondeu: “- Ela deu o que era dela! “Ninguém tem nada com isso”!

Não satisfeita com a resposta, Maria Bonita disse que Português iria ficar desmoralizado.

Corisco deu um basta à discussão, exclamando: "-Ele que cuide da mulher dele! De Jitirana cuido eu!”. 
            
Eu não estou aqui querendo santificá-la, mas eu acredito na honestidade de Maria Bonita.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2010/12/maria-bonita.html

http://josemendeshistoriador.blogspot.com

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