Por José
Mendes Pereira - (Crônica 29)
João Leodoro só, era o seu verdadeiro nome. Cearense até os poucos dentes que lhes
restavam na boca. Lá das terras do José Cicero, Aurora. Meio tísico, fanhoso,
amigo para todas as horas. Não aceitava malandragens; exigente às suas
amizades. Ou era seu amigo, ou estava descartado do seu círculo de amizades.
Trabalhava na antiga "Comensa" de Mossoró, atualmente "Cosern", época em que Mossoró era abastecida com luz elétrica até às onze horas da noite. Depois desse horário, Mossoró se tornava um verdadeiro breu, a luz só retornava às seis horas do dia seguinte.
Certo dia, enquanto João Leodoro conversava em patotas de amigos, surgiu um assunto que ninguém quer falar. Morte. Sim senhor! Assunto que se paga para que não seja relatado em lugar nenhum. e principalmente quando é dirigido à pessoa.
Ali, três ou quatro estavam afirmando como queriam ser lembrados após a sua morte.
O Tobias que não tinha medo da morte, assim afirmava ele, disse que queria ser lembrado pelos seus queridos amigos, da seguinte maneira: que fora um homem trabalhador, amigos de todos, religioso, não tinha sido bonito, mas também não tinha sido dos mais feios, e dono de uma simpatia extraordinária. Rosas por todos os cantos da sala, e uma corrente para controlar a entrada das pessoas, isto é, limitada visita. E as pessoas que lhe visitassem, estivessem todas com trajes de corte, como reinado.
Trabalhava na antiga "Comensa" de Mossoró, atualmente "Cosern", época em que Mossoró era abastecida com luz elétrica até às onze horas da noite. Depois desse horário, Mossoró se tornava um verdadeiro breu, a luz só retornava às seis horas do dia seguinte.
Certo dia, enquanto João Leodoro conversava em patotas de amigos, surgiu um assunto que ninguém quer falar. Morte. Sim senhor! Assunto que se paga para que não seja relatado em lugar nenhum. e principalmente quando é dirigido à pessoa.
Ali, três ou quatro estavam afirmando como queriam ser lembrados após a sua morte.
O Tobias que não tinha medo da morte, assim afirmava ele, disse que queria ser lembrado pelos seus queridos amigos, da seguinte maneira: que fora um homem trabalhador, amigos de todos, religioso, não tinha sido bonito, mas também não tinha sido dos mais feios, e dono de uma simpatia extraordinária. Rosas por todos os cantos da sala, e uma corrente para controlar a entrada das pessoas, isto é, limitada visita. E as pessoas que lhe visitassem, estivessem todas com trajes de corte, como reinado.
O Cordoniz pôs-se a dizer que queria ser lembrado pelas suas atitudes
certas. Havia amado e fora também amado. Jamais tinha negado
um pão àqueles que eram necessitados. E em sua volta, uma
porção de mulheres rezando um terço.
Outros e
outros apresentaram os seus desejos como queriam que fossem lembrados.
O João
Leodoro, esperto, ganancioso pela vida, cearense que adora viver, e não
desejava dizer nada sobre o seu velório, foi se levantando do lugar em que
havia se sentado, e caminhou em busca dos maquinários da Comensa, afirmando ele
que iria abastecer o motor que fazia o gerador produzir luz.
Mas os
companheiros de trabalho não o deixaram ir, sem dizer o seu desejo quando morresse. Perguntou-lhe um:
- E você, João
Leodoro, o que quer que seus amigos lhe digam enquanto estiverem pastorando o
seu corpo?
O João Leodoro
olhou para um lado, depois para o outro, e de diante de todos eles, soltou o seu desejo:
- Eu quero que quando eles estiverem olhando o meu corpo, um deles, ao me
observar, solte a voz com muita alegria, dizendo: "- Ele está vivo! Ele
está se levantando, gente! Olhem! Olhem! Ele não morreu, gente!".
Cearense morrer, nunca!
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