Por José
Mendes Pereira - (Crônica 34)
Admiro
bastante o vendedor, seja ele quem for. Chega, pede licença, senta-se, e ali
começa expor o seu produto, as vantagens, para que serve, a durabilidade, a
importância, o valor, e com essas explicações, minutos depois está vendendo à
vista ou a prazo. Faz a nota, entrega os boletos, ou recebe o dinheiro, e se
manda para ludibriar outro ali na frente, só com o seu jeito de conversar.
Eu nunca soube
vender nada. Se for preciso ganhar dinheiro como vendedor, com certeza, irei
passar fome, e muita fome, porque não nasci para isto.
Nos anos
oitenta, eu já era funcionário público estadual, mas, como a inflação não
deixava ninguém ir mais além, fui obrigado sair vendendo fotos para túmulos,
principalmente, para familiares que haviam perdidos os seus ente queridos.
Em frente a casa em que eu morava, aliás, reside, porque quem saiu de lá, fui eu, um senhor
de nome Ivan, sendo que este leva a vida nesse ramo, de vender fotos para
túmulos, e além destes, também vende pratos para inserir fotos de
crianças.
Sabendo que eu
andava enfrentando dificuldades financeiras o Ivan perguntou-me se eu
interessava vender fotos de túmulos, afirmando-me que eu ganharia 20% em cada
foto vendida. E a partir daquele momento, eu já me considerava um vendedor de
fotos para túmulos.
Antes de tudo,
o Ivan me deu uma aula sobre vendas, como eu deveria procurar os meus
futuros clientes, como eu tinha que usar papos e mais papos, para conseguir
convencer o futuro cliente, pelo menos, naquele momento.
Terminada a
aula recebi das suas mãos uma parta tipo 007, com talões, canetas, lápis,
formulários para preenchimentos dos pedidos..., aliás, um mostruário
completo, para que eu apresentasse aos futuros interessados.
Quando eu
recebi a pasta fiquei tão feliz que até me considerava o verdadeiro 007, dos
antigos filmes de espionagens do James Bond.
https://br.pinterest.com/explore/sean-connery-james-bond/
Mas na
verdade, todo mundo quer ser vendedor, mas a profissão não quer ninguém, isto
é, vendedor já nasce para aquilo. Nem todos têm esta habilidade para enganar o
cliente.
Foram 16 dias
tentando vender esta mercadoria, mas, infelizmente não vendi uma foto sequer.
Abandonei a profissão muito antes de começar, já que eu não cheguei a vender
nada, com certeza, eu nem comecei.
https://www.youtube.com/watch?v=kiZOzckjViE
Depois eu me
pus a imaginar. Eu não tinha interesse de vender fotos, mas sim, andar pelas
ruas de Mossoró imitando o James Bond - o famoso "007", com
aquela linda pasta em uma das mãos. E adeus fotos!
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com.br/2013/09/por-jose-mendes-pereira-dizem-que.html
http://josemendeshistoriador.blogspot.com
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