Por José
Mendes Pereira - (Crônica 36)
Em todas as
cidades brasileiras anualmente são construídas milhares e milhares de casas
populares, programa do Governo Federal, para solucionar muitos problemas de
pessoas que são inteiramente pobres, sem condições de possuírem um teto, e não
dispõem de empregos para sustentarem as suas famílias.
Logo que as
residências são entregues aos inscritos do programa, de imediato, o conjunto
habitacional é nomeado com um apelido ou vários, como: Inferno colorido, Favela
do Veio, Rochedo, Onde o Vão Perdeu as Esporas, Malvinas, Iraque,
Tranquilim..., e um deles, será escolhido pelos moradores, como identificação
onde moram.
Mas estes
apelidos são dados aos conjuntos sem nenhuma maldade, e geralmente, são
originados das constantes brigas que acontecem entre os moradores,
principalmente criadas por algumas mulheres (entre aspas), que constantemente
ficam fazendo fuxico entre a vizinhança.
Na década de
60 o governo do Estado do Rio Grande do Norte, o afamado cigano feiticeiro,
Aluízio Alves construiu o primeiro conjunto residencial em Mossoró, denominado
“COHAB”, no chamado grande alto de “São Manoel”.
Posteriormente,
assumiu o governo deste Estado o monsenhor Walfredo Gurgel, este também
colaborou com mais residências, e em seguida, outros e outros fizeram casas populares
para os sem tetos de Mossoró.
Com o
falecimento do monsenhor Walfredo Gurgel que havia sido governador do Rio
Grande do Norte, apoiado pelo ex-governador Aluízio Alves, este conjunto
habitacional deixou de ser (COHAB), recebendo o nome do governador falecido, e
passou a ser (Conjunto Habitacional Walfredo Gurgel).
Logo que este
conjunto (COHAB) foi entregue aos moradores inscritos, foi apelidado de CORNAP
(Corneado Às Pressas), nomeado pelos próprios moradores, daquela época, que
afirmavam que casa sim, casa não, tinha um corno, e ao retornar pela mesma rua,
todas as casas tinha um corno. Mas isso a gente sabe que era apenas uma simples
brincadeira, criada por pessoas engraçadas, porque ali viviam e ainda vivem
mulheres honradas, e que jamais imaginaram tal coisa.
Fazendo o
papel de memorialista tenho que registrar o que aconteceu e acontece em
Mossoró, principalmente este fato.
Mas o mais
interessante é que, neste conjunto habitacional moravam dois senhores da alta
sociedade de Mossoró (não coloquei os seus verdadeiros nomes porque já
faleceram, e preservar a identidade de quem já partiu, é uma obrigação nossa).
Um deles era o
Dr. Paulo, na época, já beirava os 50 anos de idade. Médico, formado em
odontologia, e que havia sido traído pela sua primeira esposa. Após a traição,
foi morar na COHAB, maritalmente com uma jovem, aparentemente formosa.
Mas a dona
Candinha que tem uma família numerosa, com 21 filhos, que enquanto 7 dormem, 7
estão ouvindo e os outros 7 estão falando, já comentava que a nova esposa do
dentista andava o corneando.
O outro era o
militar Pedro, que na época já se aproximava dos 60 anos. Este havia sido
delegado de um dos bairros de Mossoró, e durante à sua administração como
xerife, foi um dos mais cruéis delegados de bairro da nossa cidade, usando
todos os tipos de torturas com as suas vítimas.
Jamais havia
sido corneado pela sua esposa, porque ela era uma senhora honrada e que
conservava as tradições familiares, e ainda achava que o adulterismo é coisa do
diabo.
Mas como o
nosso delegado não gostava de deixar quieto o que as mulheres do seu tempo
guardavam debaixo das saias fora traído por várias delas, quando resolvia
colocá-las em uma casa, para serem suas (outras).
Os dois
moravam na COHAB, apenas um muro dividia as suas residências, e certa noite,
sentados sobre à calçada, ali, eles conversavam sobre isto ou sobre aquilo, e
de imediato o Pedro disse para o Paulo.
- Paulo, nesta
COHAB só tem duas casas que não tem corno.
- Eu já sei,
Pedro. É a minha e a sua. - disse Paulo querendo fugir da cornagem.
Pedro olhou
para um lado e para o outro, e em seguida, virando-se para o Paulo, disse:
- Não, Paulo.
Você está totalmente enganado. Aqui na COHAB, as casas que não têm cornos, são
aquelas duas que estão fechadas enfrente às nossas casas. Mas só não tem cornos
porque elas não têm moradores.
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