Por José Mendes Pereira - (Crônica 13)
Em uma das
muitas viagens que fizemos às terras encharcadas do Pantanal, localizadas na
América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, onde guardam a mais
linda fauna e flora do planeta, fomos atacados por gigantes jacarés, que sem
menos esperarmos, ficamos encurralados por mais de 10 devoradores de carne
humana.
A equipe de
visitantes ao Pantanal era formada por: Gregório Santos, um
engenheiro agrônomo, formado pela “ESAM”, Mossoró, nos dias de hoje, “UFERSA”,
Marcos Vital, recém formado em Matemática pela “UERN”, antiga “FURRN”, também
Mossoró, Paulo Gameleira, um capacitado professor de Química e Física; as irmãs
gêmeas, Letícia e Lair Prado, cearenses, e eu, um simples professor de
Português.
Foi um dos
acontecimentos mais triste que passamos em toda nossa vida; quando caminhávamos
pelos verdejantes e alagados solos Mato-grossense, fomos surpreendidos
por uma porção de jacarés, talvez famintos, alguns já velhos e
desnutridos, faltando-lhes alguns devoradores dentes; outros, ainda muito
jovens, e dois ou três estavam se preparando para a juventude.
As chances de
sairmos de lá vivos eram restritas, talvez um ou dois por cento, se bem que
tivéssemos oportunidades para sobrevivermos.
Nenhum de nós
estava livre dos ataques daquelas fortes mandíbulas. Os jacarés nos vigiavam
como se fôssemos o último almoço de todos os tempos. Cada passo que nós dávamos
para frente ou para traz, os jacarés, um a um nos acompanhava.
O primeiro a
estrear nos amolados e pontiagudos dentes de um jacaré foi o Gregório Santos;
com uma só fechada de mandíbulas, o velho jacaré o partiu ao meio,
e nem precisou sair do lugar para capturá-lo. Nós que assistíamos de perto
tamanha malvadeza, já esperávamos a nossa vez.
Em seguida,
foi a vez do Marcos Vital que tentou correr por cima de alguns jacarés
enfileirados, mas foi pego por um esfomeado, arremessando-o ao longe, já
caindo pronto para os jacarés o saborearem.
Aos poucos os
esfomeados foram fechando o cerco, e um jacaré dos mais jovens resolveu
abocanhar um dos braços do Gameleira, arrancando-o de uma só vez, e ao cair,
foi devorado por um que quase provocou uma confusão danada com outro que
disputava o corpo do Gameleira.
Como todos nós
ali estávamos condenados a passarmos pelas mandíbulas de tantos jacarés,
finalmente chegou a minha terrível vez. Quando um jacaré partiu para
me devorar, eu desesperado gritei: “-Valha-me Jesus Cristo!” E com esse grito
assustador, acordei. Eu estava sonhando.
Que
felicidade! Os jacarés existiram apenas no meu sonho.
Minhas simples
histórias
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