Por José Mendes Pereira - (Crônica 12)
Esta
instituição foi criada pelo político Aluízio Alves quando ainda não era
governador do Estado do Rio Grande do Norte. Durante décadas ela acolheu muitos
filhos de pessoas pobres para estudarem. Raimundo e eu fomos adeptos dela, e eu
agradeço de coração aos que me encaminharam para ela, como dona Chiquinha
Duarte, que adquiriu uma vaga, e nela, vivi durante oito anos estudando, e
posteriormente consegui emprego e até mesmo, cursar uma faculdade, que na época
eram poucos que tinham este privilégio. E ainda consegui ser professor da
educação estadual, durante 25 anos.
Meu amigo e
irmão Raimundo Feliciano, somente nós podemos falar o que aconteceu de
engraçado naquela escola. Tivemos todas as assistências necessárias, segundo os
regulamentos que regiam àquela instituição.
Fomos
assistidos desde a alimentação até mesmo roupas e calçados. Só não tínhamos
direito a cigarros e bebidas, mas sempre nós dávamos o nosso jeito.
Não era necessário
nenhum de nós dizer que estava precisando de calças, camisas, sapatos ou outras
coisas parecidas, nossas diretoras sabiam e cuidavam da gente com especial
carinho.
Você sabe
muito bem que o interno mais peralta daquela escola, sem dúvida era você, que
mexia com todos, até mesmo com os funcionários que cuidavam de nós. Lembro bem
das bagunças que fazíamos, mas geralmente tudo era pago com preços altos.
Certa vez o Zé
Fernandes que é filho de Pedro e Telina (nunca mais o vi) chegou das suas
férias trazendo consigo uma enorme rapadura (onde ela foi fabricada eu não
sei), Sebastião o natalense, você e eu desejamos comê-la. A solução seria nós
roubá-la. Feito o roubo, fomos lá para trás da escola. Com bolachas fizemos um
bom lance, coisa que nós não sabíamos que iríamos pagar caro.
No dia
seguinte, assim que dona Severina Rocha, a vice-diretora chegou na escola, Zé
Fernandes enredou-a do furto que haviam feito na sua mala.
Aquele maldito
sino, para nós, sempre foi malvado. Sei que você ainda lembra que um toque era
para nós, internos, dois toques eram para os funcionários, e com badaladas com
exageros eram para todos nós que residíamos na instituição. Quando o sino batia
a primeira pancada nós ficávamos esperando pela segunda, do contrário, todos os
internos estavam fritos. Alguém tinha feito algo errado.
Nesse dia,
assim que o sino tocou uma batida, esperamos a segunda, mas não houve a segunda
batida. Ali, nós três estávamos fritos. O roubo da rapadura tinha chegado à
diretoria.
Fomos todos
para diretoria, todos ali amontoados. Os outros não tinham feito nada de
errado. Somente nós três éramos os responsáveis pelo furto da rapadura de Zé
Fernandes.
Um dizia que
não tinha sido ele. outro também declarava que não sabia de tal rapadura. outro
pedia que quem tivesse furtado a rapadura que se entregasse. Como os outros não
eram responsáveis pelo furto, fomos obrigados a declararmos o nosso feito, que
nós três éramos os malfeitores da rapadura de Zé Fernandes.
Ficamos uma
semana sem sairmos para lugar nenhum (exceto aulas e banheiros), apenas
sentados ao redor de uma mesa. Lembro bem que nós só almoçávamos depois que
todos os internos fizessem as suas refeições.
A Beatriz, que
sempre fazia o papel de mãe, implorava a dona Severina que nós deveríamos
almoçar juntos com os outros, e que isso era uma humilhação, e não alimentarmos
separados como se fôssemos marginais.
Após as
refeições dos outros internos fazíamos as nossas refeições. E quando as
empregadas traziam os nossos almoços, geralmente você dizia: "- Lá vem o comer
dos três ladrões".
Foram tantas
estripulias feitas por nós, principalmente por você, as quais contarei na
próxima publicação.
Nota: O que
nós fazíamos de errado naquele internato era apenas coisa de adolescente, e
nenhum de nós se tornou ladrão, marginal ou outra coisa parecida.
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ALERTA AO
LEITOR E LEITORA!
Quando estiver
no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou,
não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro
seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional,
você poderá ser vítima. As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as
verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no
trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
Você pode não conduzir arma, mas o outro, quem sabe! Carregará consigo uma
maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.
http://josemendeshistoriador.blogspot.com
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