Por José Mendes Pereira - (Crônica 04)
Areia Branca é
uma cidade localizada no Estado do Rio Grande do Norte, e está distante da
capital Natal - 330 km, e Mossoró cidade adjacente são 42 k de distância
percorrido por automóveis. A cidade tem suas belas praias de areias brancas,
dunas e falésias, apresentando uma das mais ricas e variáveis formações
geográficas do Estado. O município é um dos maiores produtores de sal do
Brasil, e que é conhecido por "Terra do Sal".
Em 2007 sua
população era estimada em 25.124 habitantes, e o município tem uma área
territorial de 358 km2. Foi emancipada de Mossoró através da Lei nº 10, de 16 de fevereiro de 1892.
Limita-se com
os municípios de Grossos (Oeste), Mossoró e Serra do Mel (Sul) e Porto do
Mangue (Leste), e ao Norte é banhado pelo Oceano Atlântico. Areia Branca tem
Porto, (denominado Porto Ilha), uma das maiores obras do então presidente
Emílio Garrastazu Médici, mas é distante da cidade e é construído em alto-mar.
Apesar de ter seu cais são poucos areia-branquenses que conhecem de perto
navios. Com este total de habitantes, talvez, apenas mil pessoas já chegaram a
ver de pertinho um navio de grande porte.
14 de agosto,
pela tarde, de malas nas mãos, seu Galdino Borba(GATO) de Mend(ONÇA) Filho foi
à Areia Branca, para aguardar o momento da festa de Nossa Senhora dos
Navegantes, na cidade do sal, que acontece todo dia 15 de agosto de cada ano.
A dona
Dionísia ficou em casa cuidando da fazenda, enquanto o seu Galdino pagava
promessa. Mas ele não embarcou nos barcos, afirmando que não tinha coragem para
navegar no mar. Sabia que iria ser muito criticado, porque em terras, pegava
onças na carreira. Mas é assim mesmo. Cada um como Deus o fez, dizia ele.
E assim que as
festividades terminaram seu Galdino dirigiu-se à estação de ônibus, para pegar
transporte, que funciona nas imediações da matriz de Nossa Senhora dos
Navegantes, bem próximo ao cais. Ao chegar, tentou ocupar um lugarzinho no
automóvel, mas foi impedido, pois, o ônibus, já estava totalmente lotado de
passageiros.
Querendo um
lugarzinho, e se não fizesse algo diferente para ludibriar os passageiros, não
chegaria à Mossoró naquele dia, logo saiu com uma invenção:
- Pessoal, eu
vi agora uma coisa que eu nunca tinha visto em toda minha vida. Chegou agora a
pouco no cais, um enorme navio. Pelo que eu calculei, ele tem pra mais de 200
metros de comprimentos.
O primeiro a
descer do automóvel foi o motorista, que de imediato, o abandonou. Em seguida,
os passageiros enlouquecidos, foram saindo quase atropelando uns aos outros, na
intenção de verem aquele navio. Nunca tinham visto tal coisa. Desceram e saíram
em correrias em direção ao cais, para verem o grande navio.
Seu Galdino
que dera a falsa notícia entrou no ônibus, colocou a sua mala no bagageiro, e
ficou aguardando aquela gente. E sabendo que talvez pudesse levar umas boas
lapadas dos viajantes, assim que eles retornassem ao ônibus, abriu a mala,
tirou calça e camisa, vestindo-se rapidamente, para que os passageiros não o
reconhecessem. E ali, tornou a ocupar uma das poltronas, aguardando o retorno
dos enganados. Depois de quinze minutos, já chateado com tanta demora dos
passageiros, seu Galdino disse consigo mesmo: “- Será que chegou mesmo um navio
no cais?”.
Indeciso,
achou que a sua mentira tornara-se verdade, e foi até lá, para ter certeza se o
que ele dissera, era verdade.
No meio do
percurso encontrou todos os passageiros de volta, que por sorte, não o
reconheceram, porque ele estava com roupas diferentes.
Seu Galdino
foi até ao cais, observou, mas nada viu. Apenas alguns pequenos barcos
flutuavam nas esverdinhadas águas marítimas.
Logo, retornou
ao ônibus, e ao chegar, novamente, o automóvel estava totalmente lotado com os
mesmos passageiros. Apenas sua mala estava jogada sobre o piso do automóvel.
- Cuis diabo!
Agora só irei a amanhã! - Disse seu Galdino com irritação.
E assim, seu
Galdino voltou para o hotel que havia se hospedado um dia antes.
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