quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

CASA DE MENORES MÁRIO NEGÓCIO - UMA INSTITUIÇÃO EXTINTA - PARTE VII


Por José Mendes Pereira (Crônica 20)

Meu amigo e irmão Raimundo Feliciano:

Naquelas décadas de sessenta e início dos anos setenta não era tão fácil para se comprar objetos quando se desejava, como instrumentos musicais, bicicletas, rádios, até mesmo roupas e calçados..., devido a malvada inflação que não dava chance a ninguém, principalmente para quem não trabalhava, assim como nós dois e tantos outros, que vivíamos ali, naquela instituição, sem a mínima preocupação, exceto os estudos, comendo do bom e do melhor, passávamos o dia inteiro sem fazer nada, e à noite, nós desmanchávamos o que não tínhamos feito durante o dia.

O governo do Rio Grande do Norte mais malandro ainda, que sustentava uma porção de gente preguiçosa, desocupada, e ainda tinha muitos que reclamavam da boa vida que levavam.

Eu havia me esquecido daquela noite em que você, Manoel Flor de Melo, Francisco José Caldas da Silva (o 40), Manoel Pereira da Silva (o Galdino meu primo), Willame (o Tigá) e eu, saímos da Casa de Menores Mário Negócio “às escondidas”, apenas com autorização do monitor, com uma garrafa de pitu, cigarros para os fumantes, e um violão, para fazermos uma serenata no bairro Boa Vista, não me recordo bem a rua, mas era na casa de uma das suas namoradas.

Naquele tempo, quem delegava Mossoró era o carrasco Tenente Clodoaldo, digo carrasco, porque ele mantinha a cidade com autoridade, não dava chance a certos bagunceiros, malandros que tentavam tirar a tranqüilidade da população. Querendo colocar ordem na cidade, distribuía rondas pelos bairros de Mossoró, na intenção de proteger toda população.

Nessa noite, fomos surpreendidos pela ronda noturna do então tenente, e que por sorte, não fomos obrigados pelos policiais para voltarmos às pressas para casa. As ordens do tenente Clodoaldo eram para ser cumpridas.

Quando você percebeu que a ronda vinha à nossa direção, de pressa, colocou o violão em um tonel que estava em uma calçada. Mas você não tinha a mínima ideia o que teria dentro daquele tonel.

Ali, ficamos fingindo que estávamos conversando, e a ronda passou vagarosamente nos observando, mas, felizmente, ela não disse nenhuma palavra, acelerou o jeep e tomou rumo para outras ruas.

Após os nossos disfarces foi retirado o violão de dentro do tonel. Mas por pouca sorte, você havia o mergulhado em uma porção de água de cal virgem, que com certeza, havia sido preparada para ser usada no dia seguinte por pintores. Sem violão, não tínhamos condições de fazermos serenata, e voltamos para a instituição. Conosco, somente a garrafa de cachaça e os cigarros.

No outro dia, o violão que era bom de som, amanheceu todo descolado e empenado. Mas o único culpado e prejudicado foi você, que não observou antes o que tinha dentro do tonel, e ficou sem o seu estimado pinho.


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Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional, você poderá ser vítima. As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão. Você pode não conduzir arma, mas o outro, poderá ter uma maldita matadora, e ele poderá não perdoa a sua ignorância.

http://josemendeshistoriador.blogspot.com

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