Por José Mendes Pereira (Crônica 20)
Meu amigo e
irmão Raimundo Feliciano:
Naquelas
décadas de sessenta e início dos anos setenta não era tão fácil para se comprar
objetos quando se desejava, como instrumentos musicais, bicicletas, rádios, até
mesmo roupas e calçados..., devido a malvada inflação que não dava chance a
ninguém, principalmente para quem não trabalhava, assim como nós dois e tantos
outros, que vivíamos ali, naquela instituição, sem a mínima preocupação, exceto
os estudos, comendo do bom e do melhor, passávamos o dia inteiro sem fazer
nada, e à noite, nós desmanchávamos o que não tínhamos feito durante o dia.
O governo do
Rio Grande do Norte mais malandro ainda, que sustentava uma porção de gente
preguiçosa, desocupada, e ainda tinha muitos que reclamavam da boa vida que
levavam.
Eu havia me
esquecido daquela noite em que você, Manoel Flor de Melo, Francisco José Caldas
da Silva (o 40), Manoel Pereira da Silva (o Galdino meu primo), Willame (o
Tigá) e eu, saímos da Casa de Menores Mário Negócio “às escondidas”, apenas com
autorização do monitor, com uma garrafa de pitu, cigarros para os fumantes, e
um violão, para fazermos uma serenata no bairro Boa Vista, não me recordo bem a
rua, mas era na casa de uma das suas namoradas.
Naquele tempo,
quem delegava Mossoró era o carrasco Tenente Clodoaldo, digo carrasco, porque
ele mantinha a cidade com autoridade, não dava chance a certos bagunceiros,
malandros que tentavam tirar a tranqüilidade da população. Querendo colocar
ordem na cidade, distribuía rondas pelos bairros de Mossoró, na intenção de
proteger toda população.
Nessa noite,
fomos surpreendidos pela ronda noturna do então tenente, e que por sorte, não
fomos obrigados pelos policiais para voltarmos às pressas para casa. As ordens
do tenente Clodoaldo eram para ser cumpridas.
Quando você
percebeu que a ronda vinha à nossa direção, de pressa, colocou o violão em um
tonel que estava em uma calçada. Mas você não tinha a mínima ideia o que teria
dentro daquele tonel.
Ali, ficamos
fingindo que estávamos conversando, e a ronda passou vagarosamente nos
observando, mas, felizmente, ela não disse nenhuma palavra, acelerou o jeep e
tomou rumo para outras ruas.
Após os nossos
disfarces foi retirado o violão de dentro do tonel. Mas por pouca sorte, você
havia o mergulhado em uma porção de água de cal virgem, que com certeza, havia
sido preparada para ser usada no dia seguinte por pintores. Sem violão, não
tínhamos condições de fazermos serenata, e voltamos para a instituição.
Conosco, somente a garrafa de cachaça e os cigarros.
No outro dia,
o violão que era bom de som, amanheceu todo descolado e empenado. Mas o único
culpado e prejudicado foi você, que não observou antes o que tinha dentro do
tonel, e ficou sem o seu estimado pinho.
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Histórias
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ALERTA AO
LEITOR E LEITORA!
Quando estiver
no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou,
não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro
seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional,
você poderá ser vítima. As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as
verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no
trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
Você pode não conduzir arma, mas o outro, poderá ter uma maldita matadora, e
ele poderá não perdoa a sua ignorância.
http://josemendeshistoriador.blogspot.com
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