Por José
Mendes Pereira - (Crônica 18)
Meu amigo e
irmão Raimundo Feliciano:
Durante o
período em que nós fomos atiradores do Tiro de Guerra de Mossoró tanto no TG,
como nas nossas idas para lar, presenciamos coisas engraçadas que aconteceram
com atiradores, sargentos..., e até mesmo com pessoas que não faziam parte dos
nossos compromissos naquela casa militar.
Dizem que
envelhecer é um presente de Deus. E parece que é mesmo. Ninguém quer morrer
novo, na fase das ilusões, e é bem melhor "velho escapar fedendo do que
novo morto cheirando".
O cronista
Xavier Marques diz que o homem tem quatro fases:
A primeira
fase é até aos 30 anos.
Novo, robusto,
bonito, namorador, corajoso... E ai daquele que o enfrentar! Será banido diante
dos homens. Nesta fase, ele é homem completo.
A segunda fase
é dos 30 aos 50 anos.
É nesta fase
que ele vive trabalhando para sustentar uma numerosa família. Não pode parar.
Tem que trabalhar. A vida boa já se foi. Nesta fase, ele é jumento.
A terceira
fase é dos 50 aos 70 anos.
Vive num
canto sem que ninguém o veja. Vive ali rodeando a casa como se fosse um
vigilante. Se ele ordena, ninguém obedece. Se ele chama, ninguém vai lá. Se ele
sorrir, botam cara feia, achando que o velho está humilhando. Nesta fase,
ele é cão (cachorro).
A quarta fase
é dos 70 aos 90 anos.
Velho,
enrugado, anda com dificuldade, ele não sabe vestir a sua própria roupa
sozinho. Tem que alguém o ajudar. Calça
os chinelos errados. Não quer tomar banho. Não tem noção das horas. Ninguém
quer conversar com ele. Isolado de tudo e de todos, provocando risos para
filhos, netos, noras, genros e mais outros que tiram um sarrinho da sua
cara. Nesta fase ele é macaco.
Hoje me
lembrei de uma madrugada quando nós deslocávamos para o TG e ao passarmos em
frente à Estação Ferroviária, atualmente, “Estação das Artes de Mossoró”, um
velhinho, talvez já estivesse beirando os 90 anos, jogava xadrez sozinho sob a
área de sua residência.
Ali, pelo lado
de fora do muro da sua casa ficamos espiando e acompanhando a sua disputa
contra o seu parceiro, que na realidade, apenas ele imaginava que estava
jogando com alguém.
O velhinho
ficava observando as peças e depois dizia assim: "- Agora é a sua
vez". Como se o suposto jogador tivesse jogado, o velhinho dizia: "-
Agora quem joga sou eu. É a minha vez". Em seguida, ele pegava uma peça do
xadrez e a transportava para outro lugar, e na seqüência recolhia uma.
Ali, ficamos
em segredo um bom tempo. Só que, devido a nossa besteira, quando nós
caminhávamos para o Tiro de Guerra já encontramos as turmas de atiradores e os
sargentos que vinham descendo em busca da cidade. Sem jeito de acompanharmos as
tropas, porque os sargentos não mais aceitariam que nós entrássemos na marcha,
retornemos para a Casa de Menores Mário Negócio. Nesse dia perdemos mais 2
pontos.
Não sei quem
estava velho ali, se era o velho ou nós dois, porque, naquele dia, perdemos as
nossas obrigações no Tiro de Guerra. Mas mesmo que tenho que passar por muitas
coisas, não sendo doença, eu quero chegar aos 90 anos de idade.
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ALERTA AO
LEITOR E LEITORA!
Quando estiver no trânsito, cuidado, não
discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir
desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por
ambas as partes, e não perca o seu controle emocional, você poderá ser vítima.
As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do
mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não
deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão. Você pode não conduzir
arma, mas o outro, quem sabe! Carregará consigo uma maldita matadora, e ele
poderá não perdoar a sua ignorância.
http://josemendeshistoriador.blogspot.com
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