sábado, 26 de outubro de 2019

SE BEBER NÃO SE FAÇA DE CORAJOSO PORQUE TEM OUTROS QUE SÃO MAIS CORAJOSOS DO QUE VOCÊ.

Por José Mendes Pereira
A imagem pode conter: pessoas sentadas

Beber é muito bom, mas bom mesmo é não beber. Quem é que não gosta de se arrumar, vestir a roupa mais nova, calçar uns pisantes, botar um dinheirinho no bolso e se mandar para uma brincadeira em um bar acompanhado de bons amigos, e que lá não tenha mui amigos. Todos gostam. Mas é preciso ter cuidado para não conversar demais.
Em todos os lugares que nós frequentamos geralmente têm pessoas que são irritadas até consigo mesmas. Então, devemos controlar o que a gente pensa em dizer, isto é, temos que pesar e medir as palavras antes que nós as pronunciamos, porque, muitas vezes, o que a gente diz poderá ferir alguém, e nem todas às vezes a pessoa ferida quer perdoar aquilo que ouviu contra si de um bêbado ou de quem quer que seja.
No dia 03 de março de 2018 completaram 30 anos que eu nunca mais ingeri bebidas alcoólatras. 30 anos que deixei de frequentar bares, e tenho certeza que não perdi nada, ao contrário, acho que ganhei muito durante estes anos todos que eu não fiquei ébrio.
Em anos passados eu residi no bairro Paraíba no centro da cidade de Mossoró, posteriormente no bairro Pereiros, à Rua Almirante Barroso, depois no Alto da Conceição à Rua Romualdo Galvão, Bom Jardim, Santo Antonio e definitivamente me mudei para o grande Alto de São Manoel onde vivo até os dias de hoje. Mas o que segue aconteceu no bairro Bom Jardim, e eu não mais morava lá, apenas voltei em uma velha e desmoronada bicicleta, simplesmente para visitar os velhos amigos que ainda continuavam naquele bairro.
Depois de tomar umas 4 quatro ou 10 de cachaça pura no bar do Neném, porque eu gostava mesmo era da branquinha, despedi-me dos amigos e pequei a Rua Luiz Colombo, e esta, faz cruzamento com a Rua Juvenal Lamartine e lá, eu morava antes, e ao entrar, passando um pouco da esquina do cruzamento, 4 casas no máximo, vi uma porção de pessoas que estava em frente à uma casa pequena e humilde, e o motivo daquela gente ali, era que o dono da residência estava separado, e fazia tempo que ele prometia matar a sua ex-esposa, acusando-a de traições.
A casa era isolada das confinantes, isto é, terreno de um lado e do outro, e não tinha muro, apenas cercas protegiam a sua frente. O homem eu o conhecia apenas de paletó e gravata, mas que nunca tive nenhuma conversa com ele no tempo em que morava naquele bairro.
Eu que já estava pra lá de Bagdá com uns goles a mais ao vê aquela aglomeração de pessoas, fui me aproximando, e ali eu quis saber o que estava acontecendo, no que fui logo informado que o dono da casa tinha tentado entrar pela porta da frente, para cometer o crime contra a sua ex-mulher, e ela conseguiu fechar a porta antes que acontecesse uma desgraça. Ele insatisfeito por não ter conseguido fazer o que desejava pulou a cerca da frente da casa e foi tentar assassiná-la pela porta da cozinha.
O homem vivia de negociar estacas, mourões e toros para cercas, e na frente da casinha, tanto de um lado como do outro, tinha uma porção destes na horizontal sobre a calçada de barro, e eu vendo aquela fraqueza, achava eu, dos homens que não queriam enfrentar o futuro assassino, para evitar que ele assassinasse a esposa, e olhando para os montes de estacas... resolvi falar, tentando ajudar a mulher que enlouquecida, lá dentro da casa, chorava muito e corria perigo de morte, por ele ter pulado a cerca para tentar esfaqueá-la lá dentro. Foi quando eu perguntei a um senhor que também se omitia defender a mulher da faca-peixeira do ex-marido:
- O que está acontecendo nesta casa, seu Zé?
E ele me respondeu:
- O Raimundo (eu nem sabia o seu nome) chegou aí agora e está querendo matar a sua esposa. Segundo ele, ela o traiu.
- Mas será possível, dizia eu, que uma ruma de homens vai deixar o indivíduo matar a mulher? Tantas estacas... aí no chão e ninguém faz nada...!
Nesse momento que dizia isto eu não via que o homem vinha pulando a cerca de volta, e ao ouvir o que eu disse, com a faca em uma das mãos. E ao pular já bem próximo de mim, perguntou-me:
- O que é que você está dizendo, magro?
E eu desconfiado e querendo fugir do perigo, respondi-lhe:
- Eu não disse nada não senhor!
E me montando na bicicleta pedalei forte, e dali desapareci o mais rápido possível. Só que ele saiu a pé correndo atrás de mim com a faca-peixeira empunhada, na intenção de fazer algo contra mim, dizendo:
- Espera por mim malandro, que eu quero enfiar a minha peixeira na sua barriga...
A sorte foi que, mesmo eu estando bêbado ele não me alcançou, voltando em seguida.
Só sei que até hoje quando me lembro disto continuo correndo sem destino, com medo daquele indivíduo sanguinário. E é como se eu estivesse ouvindo alguém dizer:
- Se eu te alcançar eu te furo com esta faca-peixeira, malandrão!.
Posteriormente, eu soube que ele não matou a sua ex-esposa, mas a esfaqueou e quase ela teve a vida findada. Nos dias de hoje, eu não tive mais notícia daquele perverso.
Quem muito conversa muito erra, e essa é que é a verdade.

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