quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O FACÍNORA E SANGUINÁRIO CAPITÃO LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira

O cangaceiro e chefe de uma grande turba o capitão Lampião foi um dos cangaceiros mais inteligente, e além disso: amado, odiado, perseguido, perseguidor, traído, respeitado e respeitador, adorado por muitos e rejeitado por outros, exigente, vingativo, cruel, corajoso, destemido aos arrufos de qualquer um, respeitava as opiniões dos seus comandados, mas não admitia covardia, Traições de qualquer um, mesmo que fosse feitas pelos seus melhores amigos, pagava imperdoavelmente com a morte, coisa que ele não aceitava ser colocada na sua mesa de bandoleiro.

Viveu quase vinte anos nas caatingas nordestinas. Seguido pelas forças volantes dos governos, mas  mesmo assim, o facínora Lampião conseguiu manter o seu desastroso movimento, isto é uma grande e respeitada amada empresa de cangaceiros por  sete Estados do nordeste brasileiro, os quais foram: Pernambuco, sua terra natal. Paraíba, Alagoas, neste, Lampião resolveu atacar fortemente, protestando contra o assassinato do seu patriarca  José Ferreira  da Silva. Rio Grande do Norte, que no dia 13 de Junho de 1927, foi escorraçado de Mossoró, uma das maiores decepções que o rei Lampião passou, além dos Estados Ceará e  Bahia. Este último  ele viveu a sua segunda fase de bandoleiro. Mas o seu último coito foi armado na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, em Porto da Folha, atualmente é a cidade de Poço Redondo, onde lá foi tocaiado e morto com 9 comandados, além do mais, sua rainha Maria Bonita, na madrugada do dia 28 de julho de 1938.

Nos anos trinta, do século XX, Lampião resolveu colocar em seu bando uma senhora, Maria Gomes de Oliveira, que no bando ficou conhecida como dona Maria, quando falavam diretamente a ela, e ou, dona Maria do capitão, esse último era quando falavam nela. Ela nasceu no dia  8 de Março de   1911 (existe uma outra data) em  uma minúscula fazenda em Santa Brígida, no Estado da Bahia. Era filha do sofrido casal José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição Oliveira, tendo como irmãos:   

Benedita,  Antonia, Amália (não confundir com Anália que era irmã de Lampião, Joana, Olindina, Francisca, José, Arlindo, Ananias,  Isaías, Ozéas, todos sendo Gomes de Oliveira.

Aos 15 anos de idade, Maria Bonita resolveu se casar, tendo como marido, o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Nené (seu primo, segundo pesquisadores), que não levando sorte, durante o tempo em que viveram juntos, a sua vida foi infernizada pelo desastroso casamento, quando o sapateiro não a valorizava, e com isso, as brigas eram constantes no lar.
              
Apesar de ser cangaceiro os pais de Maria Bonita tinham admiração por Virgulino Ferreira da Silva (existem registros que afirmam que quando Maria Bonita se juntou a Lampião, o seu pai debandou-se por aí, porque não queria tal união, passando oito anos fora da família. 

O que sentiu Lampião por Maria Bonita foi sem dúvida, o tipo físico de mulher brasileira,  olhos e cabelos castanhos que faziam com que muitos a desejassem, por ser  considerada uma mulher interessante. A atração foi recíproca entre os dois, que posteriormente, Lampião a convidou para fazer parte do seu respeitado bando.      

O cangaceiro Volta Seca, em uma de suas entrevistas com o jornal " Pasquim", afirma que Lampião não queria que ela entrasse para o bando, mas ela insistiu tanto, que Lampião findou a levando consigo para a caatinga.            
               
Após a entrada de Maria Bonita, na empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia, muitos asseclas levaram as suas amadas para as caatingas, como o cangaceiro Corisco, que raptou uma jovem de 13 anos (mas existem registros que afirmam que Dadá não foi raptada, foi por espontânea vontade), para acompanhá-lo na mais perigosa vida, que é a de viver em correria dentro das matas, quando eram perseguidos pelas volantes.

Mas mesmo usando o seu malabarismo, finalmente na madrugada de 28 de Julho de 1938, Lampião e mais dez cangaceiros foram  executados pelas forças volantes, comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva, e entre eles, estava a sua rainha Maria Bonita.

Uns dizem que Lampião havia chegado a sua hora. Outros dizem que Lampião foi envenenado. Outros afirmam que a morte do rei e da rainha aconteceu devido um bom cerco policial que o seu matador havia preparado. O certo é que, o compadre Lampião chegou ao fim. Ninguém se esconde por muito tempo de ninguém. Um dia chegará a sua vez.

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