Por José Mendes Pereira
Grande amigo e irmão Eraldo Xaxá, há meses ou talvez mais de um ano que sempre tive vontade de escrever algo sobre o nosso amigo proprietário de um bar na COHAB, no bairro Grande Alto do São Manoel em Mossoró, e que sei que você ainda não esqueceu dele, o Geraldo Macarrão, e o seu bar tinha o nome de fantasia "Bar do Geraldo Macarrão" e a origem do apelido Geraldo Macarrão veio desde pequeno, por ser magrinho, tipo esparguete.
Era um homem simples, atencioso, educadíssimo, calmo além do normal, e de atendimento sem discriminação. Tanto fazia ser os novos fregueses que aos poucos iam aparecendo, como os mais antigos, usando um atendimento só, sem usar dois pesos e duas medidas.
Ali, quem tinha dinheiro sempre pagava as despesas, mas quem não tinha fazia vales e mais vales, e ele nunca fez cara feia para vender fiado ao seus fregueses. Afinal, Geraldo Macarrão sabia muito bem a quem estava vendendo o seu peixe.
O som rodava os discos vinis com cantores variados da época como: Renato e Seus Blue Caps, The Feveres, Roberto Carlos, Wilson Simonal, Wanderley Cardoso, Erasmo Carlos, Leno e Lilian, mas com controle de decibéis, sempre com volume educado. O Geraldo Macarrão dizia que tinha muito respeito pelos seus vizinhos, e por isso não queria som além do normal para não incomodá-los.
O bar do Geraldo Macarrão não era dos maiores, mas pela sua organização se tornava enorme, e em dia de sábado, por lá, você, Nelzinho meu cunhado, os professores de educação física Paulo Nogueira e o Uirapuru e eu encontrávamos para ingerirmos uma, duas, três ou até mesmo um monte de doses de cachaça com os mais variados tira-gostos.
Geralmente os tira-gostos eram rolinha, carne assada, peixes dos mais variados e bem preparados pela sua esposa, a qual eu não me lembro mais o seu nome. Ali, nós nos divertíamos com a sinuca que ficava debaixo de uns coqueiros. Nada de apostas e nem de discussão, apenas brincávamos o tempo que fosse necessário e depois pagávamos ou dependurávamos nos vales as despesas das partidas. E vez por outra, nós ingeríamos doses de cachaça, montilla ou conhaque São João da Barra, porque a cerveja não era a nossa preferência.
Eraldo Xaxá
Tem pessoas que não querem beber cachaça porque acham vulgar o sujeito ingerir uma bebida com excesso de álcool, mas para mim, se é para beber (31 anos que não bebo), eu não tenho interesse por outras bebidas, porque a melhor para quem tem responsabilidade e pensa bem, é sem dúvida, a cachaça com um bom tira-gosto. Mas sem ultrapassar a dose, porque é a partir dali que o sujeito irá se tornar irresponsável e muito.
A cachaça tem as suas vantagens. O sujeito vai a ingerindo e ela está sempre alertando que, se continuar a bebendo vai derrubá-lo. Fica se quiser no bar ou no ambiente de bebida, e se cair, não foi falta de conselho, porque ela mesma deu o alerta que quanto mais ingeri-la mais possibilidade tem de ser derrubado.
José Mendes Pereira e Júlio Pereira Batista
Geraldo Macarrão estava sempre por ali esperando uma nova solicitação de bebidas às mesas dos fregueses. E tudo que era servido era cuidadosamente bem preparado. Um exímio jogador de sinuca. Geralmente quando jogava com alguém ele era o vencedor.
Geraldo Macarrão acabou com o serviço de bar e foi morar na cidade recém-nascida de Serra do Mel, e por lá, infelizmente faleceu. Não me lembro bem o ano, mas eu soube no mesmo dia da sua partida para a casa do Senhor Deus. Um bom lugar por lá o Geraldo Macarrão foi hospedado. Não tinha inimigos e vivia da amizade para com todos.
Fotos:
1- Eraldo Xaxá;
2 - José Mendes Pereira e Júlio Pereira Batista.
Fotos feitas na Ponte de Trem sobre o rio Mossoró no Alto da Conceição.
2 - José Mendes Pereira e Júlio Pereira Batista.
Fotos feitas na Ponte de Trem sobre o rio Mossoró no Alto da Conceição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário