segunda-feira, 12 de março de 2018

SEU PEDRO LEÃO E O TÁXI

Por José Mendes Pereira - (Crônica 74)
Três grandes personalidades de Mossoró - Ney Paula, Pedro Leão e Zé Cruz- 11/05/1978 - Foto do acervo da Gracinha Linhares - https://www.facebook.com/photo.php?fbid=864819013546497&set=a.477716148923454.127161.100000552196283&type=3&theater

Seu Pedro Leão não era um homem que gostava de enganar ninguém, honrava todos os seus compromissos, tanto da vida rotineira da sua casa como água, luz, telefone, etc, e as mercadorias que ele comprava fiado aos seus fornecedores para a sua loja. Mas se aparecesse uma oportunidade para não pagar certas despesas, seu Pedro ficava morto de feliz, desde que não enganasse a ninguém. Mas quem não fica feliz quando não é obrigatório pagar isso ou aquilo?

Certa feita, seu Pedro Leão estava participando de uma reunião na Loja Maçônica, cuja, ele era um dos associados e com muito orgulho e respeitado no meio de todos os associados. Assim que terminou a reunião, seu Pedro viu que lá fora chovia muito, e se ele fosse para casa a pé, chegaria todo molhado.



Dirigindo-se ao telefone da Maçonaria, e às escondidas, isto é, que ninguém o visse ligando para um profissional condutor, seu Pedro chamou um táxi, para que o levasse até a sua residência. Como o táxi demorou um pouco, aos poucos, a chuva foi parando, fazendo com que seu Pedro desistisse de ir até à sua casa no táxi que solicitara, e já que ninguém o viu ligando para o posto de táxi, pegou sua pasta e foi até à frente da Rua, mas se fazendo que não tinha nada a ver com o táxi solicitado, que sem demora, esbarrou em frente a Maçonaria.


Ao estacionar o carro o condutor perguntou aos que ali estavam presentes:

- Algum de vocês solicitou o meu táxi?

Um dos subordinados que ficava à disposição dos sócios da loja maçônica, pôs-se a perguntar a um e a outro se havia pedido táxi.

Mas ninguém assumiu a solicitação do táxi, inclusive seu Pedro Leão que permanecia ali como se estivesse arrumando a sua pasta. Mas aquilo, era arrumando uma maneira de ir naquele táxi sem pagar. Também, aquelas alturas seu Pedro Leão não faria nenhuma questão de seguir para sua casa a pé, porque a chuva já havia terminado, e só tinha pedido o táxi porque estava chovendo muito naquele momento. E descendo os degraus da maçonaria sue Pedro Leão aproximou-se do condutor do táxi e perguntou-lhe:

- Passar o dia e entrar pela noite dentro de um carro é horrível, é?

- E muito, ruim, seu Pedro! - Respondeu-lhe o motorista. Mais ruim ainda, é quando alguém chama a gente a um determinado lugar, e quando a gente chega, ninguém assume a solicitação do táxi.

- É verdade! - Fez seu Pedro. 

- O senhor já está indo para casa? - Perguntou o motorista a seu Pedro Leão.

- Eu já Estou indo. - Respondeu seu Pedro na certeza que iria pegar o besta.

- Vamos no carro. Eu levo o senhor até à sua casa. Também estas horas não dá mais para  fazer fretes. 

- Eu acho bom mesmo é ir a pé para casa, mas como o senhor está me oferecendo a carona se eu não aceitar, o senhor irá achar que eu sou um sujeito orgulhoso. E ainda está caindo uma garoazinha...

E entrando no carro o motorista acelerou e partiu em direção à casa do seu Pedro Leão. Lá, o deixou e sem demora foi-se embora.

Assim que o motorista do táxi saiu, seu Pedro Leão disse:

- Lugar que tem motorista de táxi otário não precisa pagar táxi. - Aprendi! - Fez ele!

Seu Pedro Leão era um grande comerciante de Mossoró e bastante respeitado por todos os comerciantes e comerciários. Eu o conheci e fiz muitos serviços gráficos para ele, quando eu trabalhava na Editora Comercial S/A.

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém. Deixa-me pegar outro.

http://josemendeshistoriador.blogspot.com

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