Por José
Mendes Pereira - (Crônica 52)
Três grandes personalidades de Mossoró - Ney Paula, Pedro Leão e Zé Cruz- 11/05/1978 - Foto do acervo da Gracinha
Linhares - https://www.facebook.com/photo.php?fbid=864819013546497&set=a.477716148923454.127161.100000552196283&type=3&theater
Com certeza,
todas as pessoas já foram enganadas por alguém, e muitas delas, com
absurdos prejuízos, mas seu Pedro Leão um dos comerciantes de Mossoró,
que antes de ser enganado, já se preparava para uma possível enrolada, feita
por um malandro qualquer.
Vendia fiado
só a pessoas de 90 anos, e ainda para garantir o pagamento, acompanhado dos
pais. Este era o seu slogan na entrada da porta. Não queria nada de ninguém,
mas também não aceitava que alguém lhe roubasse.
Dizia ele que
tudo quanto havia adquirido fora com muito trabalho. Honrava todos os seus
compromissos como comerciante. E para que entregar o seu a certos
malandros, que levavam a vida de tomar dos outros? E as suas mercadorias
tinham preços certo. Não estava ali para ganhar muito, muito menos para ganhar
pouco ou quase nada. Tabela de preços é tabela, e na sua loja de ferragens, ele
não usava dois pesos e duas medidas, só se o freguês insistisse para que ele
vendesse mais barato, aí seria diferente.
Aconteceu que
certo dia um sujeito marceneiro procurou comprar goma laca (verniz) no
comércio, mas não a encontrou, porque os lojistas estavam sem esta mercadoria,
e só quem tinha em grande quantidade, era o seu Pedro Leão, que havia feito uma
boa compra ao vendedor. E lá se foi o marceneiro até à loja do seu Pedro para fazer compra de uns dois quilos da goma laca.
Ao chegar, o
marceneiro contactou-se com o empregado do comerciante, sobre o preço e quantos
quilos queria. Dito o preço, 60,00 cruzeiros, o freguês pediu que fizesse um
menos, porque em outras lojas o valor que sempre pagara era 55,00 cruzeiros.
Mas o balconista disse-lhe que não tinha autoridade para baixar o preço da goma
laca, e que ele falasse com seu Pedro Leão, que era o dono.
Dirigindo-se à
presença do comerciante, pediu que fizesse a mercadoria por 55,00 cruzeiros, já
que o preço que vigorava nas outras lojas era este.
Sabendo que no
comércio de Mossoró só quem tinha a goma laca era ele, e em grande quantidade,
seu Pedro disse-lhe que não baixaria o preço. Se ele quisesse levar o produto,
seria neste valor.
Insistiu ainda
o marceneiro. E como seu Pedro não baixava preços das suas mercadorias,
respondeu-lhe: "- Se você quiser levar a goma laca, agora, só lhe vendo ao
preço de 80,00 cruzeiros".
O marceneiro
se tivesse pago o valor de 60,00 cruzeiros não teria comprado além do primeiro
preço. E já que não encontraria a mercadoria em outro comércio, e só quem tinha
o produto era seu Pedro Leão, rendeu-se, aceitando o preço por quilo a 80,00
cruzeiros.
Eu conheci muito
seu Pedro Leão, era uma excelente pessoa.
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