Por José Mendes Pereira - (Crônica 57)
Quem não se lembra do antigo "Trem da Esperança" que em período de política, vinha para Mossoró ou iria para outras cidades do Rio Grande do Norte, aquelas que tinham linhas férreas?
Nos anos sessenta quando o ex-governador Aluísio Alves sentia fragilidade na sua campanha política, e achando que o seu candidato estava difícil eleger-se em determinada cidade do Rio Grande do Norte, criou o passeio de trem, de uma cidade para outra, conhecido como "Trem da Esperança".
Aluísio Alves acreditava que o trem levava esperanças para o seu candidato. E diversas vezes, deram certo, elegendo o seu candidato preferido em municípios que o seu eleitorado era pequeno.
O ex-governador Aluísio chegou a ser chamado pela população do Rio Grande do Norte de cigano feiticeiro. Mas isso aconteceu, porque ele era um grande orador, aliás, o maior orador deste Estado, e sabia muito bem conquistar o eleitorado, conversando, expondo os seus projetos, o que deveria ser feito para melhorar a educação, a saúde, a segurança...
Muitos políticos tentaram acabar com o seu prestígio, mas quanto mais denegriam a sua imagem, mais o ex-governador do Rio Grande do Norte, Aluísio Alves recebia o apoio do povo sofrido.
E as vigílias, lembram? Já próximo às eleições Aluísio Alves e seus candidatos passavam 72 horas sobre caminhões, percorrendo bairros inteiros, para tentar mudar o quadro político das cidades, quando as pesquisas indicavam que a votação eleitoral não era favorável para eleger o seu candidato a prefeito.
Em 1968, aconteceu o não esperado. O cigano feiticeiro, Aluísio Alves foi manchete em rede nacional, derrotara a mais poderosa família Rosado de Mossoró, com uma maioria de mais de 80 votos para o seu candidato a Prefeito Antonio Rodrigues de Carvalho.
Somente Aluísio Alves teve o privilégio de derrotar esta família, que desde a década de 20, do século passado, que ela mandava em Mossoró. Mas em 1972 a família "Rosado" toma o poder e até hoje é a manda chuva de Mossoró.
Mas disse o poeta Crispiniano Neto que Mossoró quando não é administrada por "Rosado" de calça, é administrada por "Rosado” de saia. Mas a família Rosado merece os nossos aplausos.
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