Por José
Mendes Pereira - (Crônica 22)
Meu amigo e
irmão Raimundo Feliciano:
Hoje,
falaremos um pouco daquele que nos dominava como monitor daquela instituição,
com aquele jeito sério, mantendo sempre a sua autoridade, mas que na verdade, é
uma grande figura, amigo de todos nós, e que muitas vezes, deixava passar as
nossas falhas, sem que a direção tomasse conhecimento de alguns deslizes feitos
por internos. Eu me refiro ao amigo e famoso Francisco José Caldas da Silva, o
"40", filho da dona Chiquinha, e irmão da Maninha, e que não mais me
recordo o nome de batismo da sua irmã.
Segundo seu
Néo o outro monitor, falou-me que Francisco José morou por muitos anos no Rio
de Janeiro, e posteriormente, resolveu mudar-se para Pernambuco, fazendo
residência na capital Recife, que lá, exercia a função de comerciário, mas ele
não soube informar qual é o ramo comercial.
Às vezes, eu
me pego a pensar: Francisco José que deveria ter seguido a vida de cantor, com
aquele vozeirão, mas eu acredito que o que mais o atrapalhou, foi a timidez,
que sempre estava presente em sua vida, porque chances ele teve, tendo como
madrinha, a sua prima cantora Amanda Costa que já era famosa, e sabia muito bem
do seu potencial. Mas infelizmente, Francisco José, o nosso amigo e irmão
"40" sempre foi dominado pela timidez (e que eu acredito que ainda o
acompanha), fez com que ele não brilhasse nos palcos artísticos.
Lembro-me das
canções que ele cantava todos os dias e às noites, lá na Casa de Menores, dos
diversos cantores que faziam sucessos naquela época, e que muitas vezes, quando
nós morávamos na Rua José de Alencar, víamos pessoas subindo nos muros para
apreciarem aquela saudável voz, principalmente, as moças que residiam ao redor
da instituição.
Ainda me
lembro, que todos os dias, exceto os domingos, ele, Batista (irmão do padre
José de Anchieta como nós o chamávamos, ambos, lá de Maçaranduba, terras da
cidade Ceará Mirim), e eu, nós íamos ao mercado central fazer compras de
legumes e verduras, e ele, mesmo sendo o nosso monitor, sempre ia e vinha
fazendo graças. Francisco José Caldas é uma pessoa excelente.
Recordo-me
também que, quando ele estava irritado com um aluno qualquer, você olhava para
ele e dizia: "- Quareeeenta!", como se fosse uma maneira de desviar
aquele problema e acalmá-lo. Ele ficava sério. Mas depois, resolvia se abrir
com um sorriso seco e breve.
Uma das coisas
engraçadas que aconteceu com ele foi no final dos anos 60, talvez em 1968, e
nesse dia, as ruas estavam alagadas, porque o inverno era bom, e o rio Mossoró
havia transbordado, deixando uma boa parte do bairro Paraíba e o bairro
Pereiros alagada.
Francisco José
vestira escondido uma roupa nova do Manoel Flor para ir à Diocese de Mossoró,
na finalidade de receber o leite, o queijo e outras mercadorias, que ao ser
recebida, era transportada para a instituição através de carroças. Estes
produtos eram para a alimentação de um bando de desocupados, inúteis, inclusive
nós dois.
Como ele era
tímido, e não queria ir só, sempre chamava o Batista e eu para com ele irmos
até à Diocese de Mossoró.
Sei que você
ainda se lembra de um tanque que tinha encostado ao pé da parede do "Posto
América de combustível", lá na rua José de Alencar, mas era enterrado,
ficava rente ao chão. Como as águas estavam espalhadas pelas ruas cobriram o
tanque, sem que ninguém percebesse que ali existia um buraco, só que mais à
frente, tinha uma parte da parede do tanque que aparecia. E na hora, nós
procurando um lugar melhor para saltarmos para o outro lado das águas,
principalmente alcançarmos a parte da parede que estava fora da água, e ao
pular, Francisco José não calculou a distância, escorregou e acertou de cheio o
buraco, caindo com todo corpo, ficando mergulhado dentro do óleo misturado com
água. E lá se vinha ele morrendo sem fôlego. Ao sair, parecia aqueles pássaros
que são salvos quando são atingidos por óleo dentro do mar. A roupa do Manoel
Flor não mais prestou. Foi engraçado!
Eu acredito
que um dia, ainda nós o veremos, já que os seus familiares são
areiabranquenses, e quem sabe, chegará em nossas residências. E tenho certeza
que, em qualquer cidade ou capital do Brasil que ele está morando, faz as suas
animações, com a sua admirada voz para os seus amigos, ou ainda para os seus
superiores.
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro. Mas se
gostou, diga aos seus amigos para que eles a conheçam também.
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ALERTA AO
LEITOR E LEITORA!
Quando estiver
no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou,
não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro
seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional,
você poderá ser vítima. As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as
verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no
trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
Você pode não conduzir arma, mas o outro, quem sabe! Carregará consigo uma
maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.
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