Por José
Mendes Pereira - (Crônica 44)
Ter medo de
coisas que nós chamamos de sobre naturais, como: lobisomens, almas, espíritos
zombeteiros, visões esquisitas, nada disso existe, é apenas alucinações nas
nossas mentes.
Quando eu
ainda morava sob as ordens do meu pai no sítio Mururé, região Barrinha, na
propriedade de Manoel Duarte, que nesse tempo o meu pai ainda não possuía
propriedade, lá existiam duas oiticicas (licácias rígidas, infelizmente elas
faleceram por falta de inverno), que viçosamente, viviam às margens do rio do
Carmo, sendo que era uma de um lado da barreira do rio, e a outra do outro
lado; ali, formavam uma sombra sobre as águas do rio, e que quem as via,
admirava a união delas, devido o entrelaçamento que elas fizeram, o encontro
dos seus galhos, como se fosse uma única oiticica.
Durante alguns anos as oiticicas foram consideradas pelos moradores daquela localidade como hospedeiras de lobisomens, almas, espíritos zombeteiros, etc, porque algumas pessoas foram obrigadas a correrem em alta velocidade, em busca de um lugar seguro, causado por desordens feitas por coisas sobre naturais.
Assim que o sol caminhava para se deitar poucos arriscavam passar sob elas, principalmente as mulheres que conduziam crianças, todos as pessoas as aconselhavam que se tardassem em visitas de amigos, não retornassem pelas oiticicas, caminhassem pela estrada de baixo, para evitar um possível e cruel ataque de um lobisomem ou outra coisa semelhante. A conversa sobre as oiticicas mal-assombradas estava em todas as reuniões que a vizinhança fazia.
O Jerônimo um dos moradores da região de cor negra, de tórax largo, mãos e braços avantajados, de pescoço grosso, e era considerado como o homem mais corajoso daquelas redondezas, e nunca abriu para ninguém, e sempre dizia em voz alta: "- Esse tal de lobisomem que existe por aí, só viverá enquanto eu não o ver. Se eu botar os meus olhos sobre ele, estará ferrado. Irá direto para o seu lugar, que é o inverno".
Alguns achavam que o Jerônimo só tinha coragem enquanto falava, e até riam quando ele dizia isso. Outros, não duvidavam da coragem do Jerônimo, e que Deus os livrassem de uma confusão com ele. O Jerônimo era um homem de coragem mesmo, e enfrentaria um, dois, três ou até mais lobisomem.
O certo é que certa noite o Jerônimo ainda se encontrava em uma tarefa no seu roçado, com o intuito de concluir uma parte de milho seco que muito cedo cuidava dela, e entretido no seu ofício, não percebeu que a noite já havia chegado. Achando que se ele retornasse para casa pela estrada de baixo, demoraria muito para chegar em casa. E resolveu passar sob as oiticicas mal-assombradas, mesmo sabendo que poderia topar com os tão falados lobisomens. Preparou o seu afiado facão, enfiou-o na bainha, mais uma corda, e foi caminhando em direção à passagem do rio.
Como em outros tempos, no segundo semestre, o rio do Carmo já estava com as suas águas apartadas, Jerônimo veio e entrou na escuridão das oiticicas, mas imaginando que a qualquer momento poderia ser atacado por um lobisomem. E ao passar por baixo de um galho, sentiu que umas pernas bateram em seus ombros. E sem mais pensar, agarrou-as, e lá ficou puxando as canelas do lobisomem para lá e para cá. Sentindo fortes dores, já que o Jerônimo era possuidor de braços avantajados, o suposto lobisomem iniciou um alarido, pedindo que soltasse as suas pernas. Arrastando pelo facão, o Jerônimo obrigou-o descer do galho, o mais rápido possível, do contrário, ele o mataria ali mesmo. E sobre forte pressão do Jerônimo o lobisomem desceu, pedindo-lhe que não o matasse.
Como as pernas foram muito maltratadas pelo Jerônimo o lobisomem ficou sem condições de correr para se livrar de uma bordoada de facão, e ali, caminhavam o lobisomem na frente e o Jerônimo atrás. Mas o Jerônimo decepcionou-se quando viu que o suposto lobisomem era um dos seus sobrinhos.
A criação destas visões foi inventada por ele mesmo, vez que era um verdadeiro apaixonado por histórias de lobisomens, e queria que elas se tornassem verdades. E em todos os lugares que ele frequentava, principalmente à noite, contava suas histórias, todas de visões, lobisomens etc. E aí, foi desvendada as visões das oiticicas mal-assombradas.
Durante alguns anos as oiticicas foram consideradas pelos moradores daquela localidade como hospedeiras de lobisomens, almas, espíritos zombeteiros, etc, porque algumas pessoas foram obrigadas a correrem em alta velocidade, em busca de um lugar seguro, causado por desordens feitas por coisas sobre naturais.
Assim que o sol caminhava para se deitar poucos arriscavam passar sob elas, principalmente as mulheres que conduziam crianças, todos as pessoas as aconselhavam que se tardassem em visitas de amigos, não retornassem pelas oiticicas, caminhassem pela estrada de baixo, para evitar um possível e cruel ataque de um lobisomem ou outra coisa semelhante. A conversa sobre as oiticicas mal-assombradas estava em todas as reuniões que a vizinhança fazia.
O Jerônimo um dos moradores da região de cor negra, de tórax largo, mãos e braços avantajados, de pescoço grosso, e era considerado como o homem mais corajoso daquelas redondezas, e nunca abriu para ninguém, e sempre dizia em voz alta: "- Esse tal de lobisomem que existe por aí, só viverá enquanto eu não o ver. Se eu botar os meus olhos sobre ele, estará ferrado. Irá direto para o seu lugar, que é o inverno".
Alguns achavam que o Jerônimo só tinha coragem enquanto falava, e até riam quando ele dizia isso. Outros, não duvidavam da coragem do Jerônimo, e que Deus os livrassem de uma confusão com ele. O Jerônimo era um homem de coragem mesmo, e enfrentaria um, dois, três ou até mais lobisomem.
O certo é que certa noite o Jerônimo ainda se encontrava em uma tarefa no seu roçado, com o intuito de concluir uma parte de milho seco que muito cedo cuidava dela, e entretido no seu ofício, não percebeu que a noite já havia chegado. Achando que se ele retornasse para casa pela estrada de baixo, demoraria muito para chegar em casa. E resolveu passar sob as oiticicas mal-assombradas, mesmo sabendo que poderia topar com os tão falados lobisomens. Preparou o seu afiado facão, enfiou-o na bainha, mais uma corda, e foi caminhando em direção à passagem do rio.
Como em outros tempos, no segundo semestre, o rio do Carmo já estava com as suas águas apartadas, Jerônimo veio e entrou na escuridão das oiticicas, mas imaginando que a qualquer momento poderia ser atacado por um lobisomem. E ao passar por baixo de um galho, sentiu que umas pernas bateram em seus ombros. E sem mais pensar, agarrou-as, e lá ficou puxando as canelas do lobisomem para lá e para cá. Sentindo fortes dores, já que o Jerônimo era possuidor de braços avantajados, o suposto lobisomem iniciou um alarido, pedindo que soltasse as suas pernas. Arrastando pelo facão, o Jerônimo obrigou-o descer do galho, o mais rápido possível, do contrário, ele o mataria ali mesmo. E sobre forte pressão do Jerônimo o lobisomem desceu, pedindo-lhe que não o matasse.
Como as pernas foram muito maltratadas pelo Jerônimo o lobisomem ficou sem condições de correr para se livrar de uma bordoada de facão, e ali, caminhavam o lobisomem na frente e o Jerônimo atrás. Mas o Jerônimo decepcionou-se quando viu que o suposto lobisomem era um dos seus sobrinhos.
A criação destas visões foi inventada por ele mesmo, vez que era um verdadeiro apaixonado por histórias de lobisomens, e queria que elas se tornassem verdades. E em todos os lugares que ele frequentava, principalmente à noite, contava suas histórias, todas de visões, lobisomens etc. E aí, foi desvendada as visões das oiticicas mal-assombradas.
http://josemendeshistoriador.blogspot.com
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