Por José
Mendes Pereira - (Crônica 15)
Em 1927, mesmo
após sete anos da morte do seu pai Lampião resolveu tirar a tranquilidade do
Estado de Alagoas, fazendo invasões constantes, usando o seu poder de vingança,
e eliminando sertanejos, alegando que era protestando contra Zé Lucena, por ter
assassinado o seu patriarca, o José Ferreira da Silva, no momento em que
debulhava grãos em sua residência.
Dizia ele que o que haviam feito com o
seu generoso pai jamais ficaria impune ou no esquecimento, pois o velho não
tinha nada a ver com os seus problemas de bandidagem. Se Zé Lucena o procurava
para eliminá-lo do solo sertanejo, que tivesse enfrentado os cerrados, as
caatingas por todos os recantos dos Estados do Nordeste, e não tivesse
exterminado a vida de um homem honrado, amante da tranquilidade, da paz, amigo
dos amigos, bom pai, e considerado um grande homem no meio de toda vizinhança.
O outro motivo
era denegrir a imagem de Zé Saturnino que segundo ele, tinha sido o causador
das declinações da família Ferreira, privando o direito deles serem felizes
onde moravam, obrigando-os a fugirem do amado berço Pernambuco, e os empurrando
para as desconhecidas terras alagoanas.
Lá em Pernambuco, ele e os seus
familiares deixaram para trás, tudo que haviam adquirido com muito esforço:
propriedade, agricultura, criações, e principalmente, sonhos, sonhos e muitos
sonhos que pretendiam realizar.
Já residindo
em Alagoas, passaram por dois grandes desgostos invencíveis. O primeiro, foi
quando eles viram a mãe dona Maria Sulena da Purificação cair em depressão.
Ela ainda se sentindo magoada e desgostosa com os desrespeitos do Zé Saturnino,
por ter afetado o caráter do esposo José Ferreira da Silva, seu coração não
aguentando as maldades, faleceu no dia 30 de abril de 1921, na Fazenda Engenho Velho, de
propriedade de um senhor chamado Luiz Fragoso. (Lampião a Raposa das Caatingas - José Bezerra Lima Irmão).
O segundo e mais doloroso, foi
quando eles viram o pai envolvido em um horroroso lençol de sangue, todo
crivado de balas, pelas armas do tenente Zé Lucena, assassinado do dia 18 de maio de 1921. (Lampião a Raposa das Caatingas - José Bezerra Lima Irmão).
Os desrespeitos que
surgiram contra a sua família alcançaram o topo do pico, deixando ele e seus
irmãos sem rumo e sem decisões próprias, para enfrentarem as maldades dos
poderosos perseguidores.
Dizia o rei no
silêncio do seu “EU”, que não tinha dúvida, que o principal culpado das suas
desventuras era o Zé Saturnino, por não ter assumido a sua desonestidade,
quando o assecla viu peles dos seus animais na casa de um dos moradores da
Fazenda Pedreiras. Se o fazendeiro tivesse assumido o feito, não teria sido
necessário ele e seus irmãos viverem embrenhados às matas, escondendo-se de
policiais que os perseguiam.
O rei ainda se
lastimava que todos os seus antes amigos viviam passeando pelas redondezas do
lugar, livres de perseguições, e diariamente, aconchegados às mocinhas do
povoado, frequentando festas e bailes. E enquanto os outros gozavam da
liberdade, eles eram privados de participarem dos divertimentos que o povoado
oferecia, devido às perseguições das volantes. Infelizmente teriam que passar a
vida inteira se amparando às árvores, castigados pelas chuvas, sol, poeiras,
dormindo no chão, misturados com caranguejas, lacraias, cobras e mais outros
insetos venenosos, no meio de combates cerrados, tentando se livrarem dos
estilhaços de balas. E na maioria das vezes, fome, fome, e muita fome, vivendo
um horroroso sofrimento.
Lampião assumia o seu feito, dizendo que antes da morte
do seu patriarca, já havia praticado crimes. E em um desses, findou a vida de
um sujeito que lhe roubara uma das suas cabras. Mas que todos que o julgavam
como um bandido cruel, entendessem o porquê da sua prática criminosa. Fizera, simplesmente para defender o que lhe pertencia, e em prol de sua própria honra.
Se ele não defendesse o que era seu, com o passar dos tempos, todos iriam
querer pisá-lo como se ele nada valesse na vida.
Lampião
enquanto descansava sobre o chão, ainda imaginava que, se o Zé
Saturnino não tivesse manipulado o tenente Zé Lucena para assassinar o seu
generoso pai, quem sabe, talvez ele não tivesse se tornado um bandoleiro, e
sim, um fazendeiro, um engenheiro, um rábula qualquer, ou outra coisa parecida.
Ou ainda teria se casado e construído uma linda e maravilhosa família.
E agora,
depois das grandes decepções que passaram, principalmente com a morte do pai,
como os irmãos Ferreira se vingariam das maldades que fizeram contra eles?
Lampião e seus
manos decepcionados e de cabisbaixa diante da vizinhança, e privados de tudo e
de todos, já que não havia como assassinarem os causadores das suas
declinações, decidiram que, o mais propício para amenizarem as suas dores, seria, fazerem invasões constantes no Estado de Alagoas, não importando com o tipo de
atrocidade, vingando-se a seu modo. Já que tinham perdido o respeito, diante da
vizinhança, uma desordem a mais não influenciava nada.
E a partir de
11 de janeiro de 1927, organizaram-se e partiram para bagunçarem o Estado de
Alagoas, onde destruíam tudo que viam pela frente, não dando tranquilidade aos
moradores sertanejos, e geralmente, rios de sangue ficavam escorrendo por onde
os vingadores passavam.
José Mendes
Pereira
Fonte de
Pesquisa: Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico - Alcino Alves Costa
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2011/03/o-vingativo-lampiao-porjose-mendes.html
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro. Mas se
gostou, diga aos seus amigos para que eles a conheçam também.
Se você gosta
de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
Se você achar
que vale a pena e quiser perder um tempinho, clique nos links abaixo:
São trabalhos
feitos com especial carinho para você, leitor!
ALERTA AO
LEITOR E LEITORA!
Quando estiver
no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou,
não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro
seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional,
você poderá ser vítima. As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as
verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no
trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
Você pode não conduzir arma, mas o outro, quem sabe! Carregará consigo uma
maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário