Por José Mendes Pereira
Se já tivesse sido feito o exame de "DNA", na ossada do Lampião de Buritis, indivíduo nenhum faria esta pergunta a ninguém.
É de se estranhar e nem acreditar que tem gente que confirma que este senhor à direita era Virgulino Ferreira da Silva, o afamado e perverso capitão Lampião do nordeste. O certo é que, os cangaceiros que estavam lá na Grota do Angico, na madrugada de 28 de julho de 1938, no Estado de Sergipe, em Porto da Folha, terras atualmente pertencentes à cidade de Poço Redondo, afirmam com convicção, que Lampião e Maria Bonita foram ali mesmos assassinados pelas armas comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva.
Mas esta dúvida já deveria ter sido esclarecida, pois a Secretaria de Cultura de Serra Talhada, tem obrigação de provar sim ou não, através de exame de “DNA”, feito com a ossada do fazendeiro Lampião de Buritis, e depois de tudo pronto, entregar aos brasileiros e ao mundo, a verdade sobre a morte do rei Lampião no Estado de Sergipe ou no Estado de Minas Gerais.
O radialista Cid Charles neste vídeo abaixo sobre exame que identificou suposto Lampião do nordeste em Minas Gerais, através de três fotografias, as quais, foram feitas comparações, diz que foi comprovado que era realmente o Lampião do nordeste.
Será que este suposto exame de comparações com fotografias é real, ou é apenas uma maneira de afirmar que Lampião não morreu em Sergipe? Segundo o radialista, o nome do exame é "prosoprométrico".
A foto anterior mostra que o olho direito do verdadeiro Lampião tem glaucoma, emquanto que o outro Lampião de Buritis não apresenta nenhuma cegueira no seu olho, apenas a pálpebra superior está um pouco arriada.
Ver-se também que o queixo do Lampião verdadeiro era fino, e o queiro do Lampião de Buritis era bastante largo, e mesmo envelhecendo, se não diminuir, não há como aumentar a largura de mandíbula de animal nenhum, muito menos de ser humano.
O livro do fotógrafo e escritor José Geraldo Aguiar (já falecido), comprova a fuga do rei Lampião naquela madrugada, e foi residir no Norte de Minas Gerais. O livro ainda indica o cemitério onde o suposto cangaceiro foi sepultado, dia, mês e ano. Então, para isto, não há mais dúvidas de uma possível comprovação (sim ou não), é só a Secretaria de Cultura de Serra Talhada querer fazer o exame de "DNA" com a ossada do Lampião de Buritis.
Veja bem! Quando o Sinhô Pereira tentou fugir do nordeste pela primeira vez, com intenções de desistir da vida que levava, isto é, "o cangaço", esta tentativa não deu certo, só em 1922 que conseguiu, acompanhado do primo Luiz Padre, e foi muito difícil sair do nordeste, rumo ao Estado de Goiás, porque as perseguições das volantes policiais eram tantas que não lhes davam meios de fugas.
Clique no link abaixo, - http://www.piracuruca.com/index.php/historia/169-chefe-de-lampiao-foi-expulso-do-piaui.
E naquela época leitor, o sertão nordestino era quase sem estradas, imagina 16 anos depois, como foi que o rei Lampião, um bandido afamado e perseguido por 7 Estados do nordeste brasileiro, conseguiu sair dessas terras, sem ser visto pelos seus perseguidores, quando os Estados já estavam quase totalmente traçados e bem traçados por estradas, construídas pelos governos Estaduais e Federal? Não tinha como da noite pro dia o rei Lampião caminhar em busca de Minas Gerais, sem que nenhuma autoridade militar do nordeste brasileiro o incomodasse.
Para que o capitão Lampião tivesse fugido do nordeste em busca de Minas Gerais, teria ele se preparado pelo menos 2 meses, usando toda a sua estratégia para a fuga. E isso não aconteceu antes, já que os seus remanescente não confirmaram em suas entrevistas que o facínora vinha planejando uma possível desistência do cangaço. Só na noite anterior à chacina foi que ele comunicou aos bandidos que estava querendo ir para Minas Gerias. Quem quisesse ir com ele que o acompanhasse, e quem não quisesse ir, ele não ficaria chateado com nenhum deles. Interessante é que o capitão Lampião conhecia bem o nordeste, e não o Sudeste, região que nunca tinha posto os seus pés por lá.
Eu, mesmo sendo apenas um estudante do cangaço e com pouca bagagem na minha pasta mental, porque não sou um pesquisador de campo, não tenho dúvida, Lampião e sua rainha Maria Bonita foram assassinados lá na Grota do Angico, na madrugada de 28 de julho de 1938.
Manoel Dantas Loyola que no mundo do crime era conhecido como sendo o cangaceiro Candeeiro, e que era um homem sem mentiras e bastante firme nas suas respostas, quando entrevistado pelo cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira, ele afirmou que o rei do cangaço Lampião e sua rainha Maria Bonita morreram lá na Grota do Angico, naquela madrugada triste, do dia 28 de julho de 1938.
E por que nós que não estávamos lá queremos duvidar de quem lá estava? É apenas questão de querermos contrariar a história sobre "Cangaço", ou aceitarmos para fugirmos do assunto e não opinarmos.
Aqueles que são funcionários e estudiosos da Secretaria de Cultura de Serra Talhada, deveriam solicitar da Secretaria o apoio para este fim, desvendar a morte ou não dos cangaceiros Lampião e Maria Bonita, rumando à Minas Gerais para retirarem materiais da ossada do Lampião de Buritis, ou da sua filha que vive por lá, para serem usados no exame de "DNA", e confirmar, sim ou não o Lampião verdadeiro. A Secretaria tem tempo para isso, antes que o túmulo do fazendeiro de Buritis seja deteriorado pelo tempo no cemitério. O certo é que, quando se fala gastar com cultura, parece que o dinheiro tem vergonha e se esconde.
Informação ao leitor: Não sou sábio no que se refere a cangaço, apenas me divirto, e o que escrevi, não prejudica o que os escritores, pesquisadores e cineastas já registraram.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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