terça-feira, 30 de junho de 2020

O CANGACEIRO ZÉ SERENO E SUA RESPEITADA MALTA

Por José Mendes Pereira
O cangaceiro Zé Sereno - https://m.facebook.com/HistoriasdoCangaco/posts/1319820924773443:0

Segundo os pesquisadores e escritores do "cangaço" contam que um dos mais terríveis  cangaceiros de Lampião era o José Ribeiro da Silva o Zé Sereno, que no cangaço e mesmo após este, era companheiro da cangaceira Sila a Ilda Ribeiro de Sousa. Como ele era chefe de um dos subgrupos do capitão Lampião, além dele próprio matar, ordenava aos seus comandados que, antes de exterminar qualquer indivíduo, podiam judiar bastante aquele que estava marcado para morrer.


O que segue, aconteceu com o cangaceiro "Novo Tempo" por nome legítimo de Abdias, e que era irmão da ex-cangaceiro Sila companheira do ex-cangaceiro Zé Sereno, você irá encontrar este relato nos livros: "Gente de Lampião" de Antonio Amaury e "Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico" do escritor Alcino Alves, contam o triste acontecimento com esse cangaceiro que foi atingido nos dois braços pelas balas da volante do tenente Zé Rufino, no tiroteio chamado de "Fogo da Laginha, na Lagoa do Domingo João.


O cangaceiro passou três dias numa condição terrível porque para chegar a um lugar qualquer tinha que se arrastar no chão tentando chegar a uma das fazendas de Antonio Caixeiro pai de Eronides Ferreira de Carvalho para pedir socorro. Foi recebido, mas  posteriormente foi traído por um dos cabras da fazenda chamado Zé Vaqueiro, que ao lhe socorrer viu que aquele infeliz não escaparia daquela desgraça em estado gravíssimo, mas mesmo assim, o  Zé Vaqueiro  tentou ajudá-lo. 

Diz o jornalista Juarez Conrado em seu livro: "Lampião Assaltos e Morte em Sergipe" que vendo que o cangaceiro não estava se recuperando e temendo que as volantes policiais descobrissem que ele estava acobertando cangaceiro, covardemente o Zé Vaqueiro resolveu liquidá-lo com um tiro no ouvido. E sem mais pensar, sapecou-lhe um besourinho de chumbo em um dos ouvidos do infeliz facínora.

Feita a crueldade com o desgraçado cangaceiro que estava muito debilitado, e pensando que ele tinha morrido, o coiteiro Zé Vaqueiro foi até em sua casa, e levou ferramentas para fazer a cova, e ali mesmo, seria o seu plano: enterrar o suposto morto, vez que ninguém nunca iria saber, que na propriedade tinha um cangaceiro enterrado. Se às pressas ele foi em sua casa, muito mais às pressas ele voltou. Mas o coiteiro foi muito infeliz, porque a sorte o abandonou. E ao chegar ao local onde havia assassinado o cangaceiro (assim pensava o coiteiro), não encontrou o “Novo Tempo” nem morto e nem vivo.

E agora? Com certeza, caso os cangaceiros soubessem desse terrível acontecimento contra um dos seus companheiros, e se descobrissem que a crueldade fora feita por quem eles tanto confiavam, que era o coiteiro Zé Vaqueiro, sem dúvida, ele tinha assinado a sua sentença de morte, e a cobrança dos cangaceiros seria inevitável.

Apesar do balaço que recebera no ouvido o cangaceiro “Novo Tempo”, mesmo ferido, conseguiu sobreviver desta crueldade, e fugiu de imediato do local em que fora baleado no ouvido pelo coiteiro. E assim que localizou o bando de cangaceiros do seu cunhado Zé Sereno, “Novo Tempo” participou a eles o que havia lhe feito o coiteiro  Zé Vaqueiro. E a partir daí, Zé Sereno criou ódio, e sem muita demora, ordenou a vingança sem perdão e sem piedade.

E com ordem do chefe de subgrupo de Lampião os cangaceiros Juriti, Sabiá, Mergulhão e Marinheiro foram ao encontro do vaqueiro. É possível que ao ver os cangaceiros em sua porta o vaqueiro deve ter os recebido como de sempre, e talvez não imaginasse que o “Novo Tempo” tinha escapado. 

E lá, ele foi amarrado, xingado, levando boas bofetadas, além de chicoteadas e pontapés, sendo obrigado a cortar xiquexiques e mandacarus, e destes Cactáceos, fizeram uma cama; depois de despido, o coiteiro Zé Vaqueiro foi jogado sobre os espinhos, morrendo pouco tempo depois todo ensanguentado saindo pelos furos dos espinhos. Tocaram fogo, deixando a labareda se alimentando das gorduras do infeliz Zé Vaqueiro.

domingo, 28 de junho de 2020

O CANGACEIRO VOLTA SECA PERDEU-SE QUANDO DISSE QUE TERIA VISTO MARIA BONITA VIVA, E 33 ANOS DEPOIS AFIRMOU QUE ELA MORREU JUNTA COM LAMPIÃO.

Por José Mendes Pereira

Em 7 de abril do ano de 1948 Antonio dos Santos conhecido no mundo do crime como sendo o cangaceiro "Volta Seca" (conferir no site no final da página), em entrevista à imprensa, declarou que Maria Gomes de Oliveira a Maria Bonita do capitão Lampião (informação sem fundamento), ela não morreu na madrugada de 28 de julho de 1938, quando aconteceu a chacina aos cangaceiros, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, em terras de Porto da Folha, atualmente Poço Redondo, segundo ele, ela estava viva, e que teria se encontrado com ela em uma das suas fugas da Penitenciária de Salvador no Estado da Bahia. O amigo Volta Seca estava querendo aparecer de terno e gravata aos seus entrevistadores por ser uma informação sem fundamento.

A foto não tem o nome da pessoa que a coloriu, então eu não vou ariscar de quem seria o trabalho artístico.

Para você leitor, que quer saber da verdade, é que no ano de 1973, quando o cangaceiro foi entrevistado pelo jornal "O Pasquim" tendo os seguintes jornalistas: Jaguar, Millôr, Ziraldo, Aparício e Sérgio Cabral ele disse que Maria Bonita gostava tando de Lampião que findou morrendo junta com ele. 

Veja o depoimento do cangaceiro "Volta" Seca aos jornalistas que eram de "O Pasquim".

(...) 

"Volta Seca" interpretando as palavras de Lampião e Maria Bonita.

No caso, seria Lampião e Maria Bonita conversando no primeiro encontro em Malhada da Caiçara, segundo o site dito pelo o cangaceiro, ela insistindo que a levasse para participar do cangaço, e ele sempre a aconselhando que não dava certo. Vamos ouvir o casal conversando:

(...)

- Bom, o seguinte é esse, você não pode ir comigo, minha vida é a pé, é a cavalo, é de todo jeito, é pelos matos... - Disse Lampião. 

Maria Bonita insiste dizendo-lhe: 

- Eu vou também!

E o capitão Lampião rebate novamente: 

- Mas eu posso morrer hoje, amanhã...

Maria Bonita novamente teimava:

- Eu morro junta com você. Mas num lhe deixo mais.

E num deixou mesmo, terminou morrendo junta com ele mesmo. - Palavras do "Volta Seca". 

E por que o cangaceiro "Volta Seca" desmentiu ele mesmo quando afirmou em 1948 aos jornalistas que Maria Bonita estava viva, porque  havia se encontrado com ela  em uma das suas fugas da Penitenciária de Salvador no Estado da Bahia? 

Dona Cira Britto e o capitão João Bezerra da Silva

No dia 11 de abril do ano de 1948 o capitão João Bezerra da Silva Militar do Estado de Alagoas, nascido  no ano de 1898 e faleceu em 1970, que foi o chefe da operação da Grota do Angico em Poço Redondo, no Estado de Sergipe, tendo sido ele que desmanchou o coito dos cangaceiros  da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia.", eliminando 11 cangaceiros, incluidos na chacina os reis do cangaço o capitão Lampião e sua amada Maria Bonita; o capitão militar desmentiu a declaração de "Volta Seca" que Maria Bonita não fora morta junta com os outros bandoleiros. 

Disse o militar: 

“Não atino porque "Volta Seca" vem agora (dez anos depois) com essa invencionice”.

O capitão João Bezerra da Silva tinha toda razão de desmentir quem não cumpriu com a sua palavra firme e real. O Volta Seca deixou de ser um elemento confiável no que diz respeito à entrevistas. Com esta não há dúvida que ele foi o primeiro a inventar que Maria Bonita e Lampião escapou da chacina de Angico, apesar dele não falar o nome do rei do cangaço no seu depoimento

você amigo leitor, para não ficar com uma pulga detrás da orelha, e achando que eu estou com invencionice, assim disse o capitão João Bezerra da Silva com a confirmação mentirosa do cangaceiro Volta Seca, confira cuidadosamente nos sites abaixo. E se não quiser ler o texto por completo da entrevista que cedeu o "cangaceiro Volta Seca" ao "Jornal O Pasquim", procura a parte de Maria Bonita. A entrevista é muito extensa e onde fala nela é mais próximo ao final da página.

Veja bem: Em 1932, o cangaceiro "Volta Seca" foi preso. E na madrugada de 28 de julho de 1938, Maria Bonita foi assassinada na chacina da Grota do Angico, e nesse intervalo entre 1932 a 1938, período de seis anos, anos da sua morte, o facínora não teria se encontrado com ela, por ser ainda a companheira do capitão Lampião, e jamais  ela abandonaria o seu marido para andar sozinha por aí, principalmente pelas ruas das cidades de Salvador na Bahia ou em qualquer outro Estado. 

De 1938 até o ano de 1951, este último ano em que o"Volta Seca" foi solto, de forma alguma teria encontrado a rainha Maria Bonita em lugar nenhum. A companheira do perverso e sanguinário capitão Lampião já estava morta". O amigo Volta Seca quase se tornava num embusteiro.

Eu sou um amigão do cangaceiro Volta Seca e já que não tem mais jeito de serem só coisas da paz",  tenho muita admiração pelas suas aventuras, mas ele desmente a si mesmo, quando em 1948 afirma que teria se encontrado com a cangaceira em uma das suas fugas da Penitenciária de Salvador. E em 1973, 33 anos depois que havia afirmado ter visto a rainha do cangaço, ele disse aos repórteres do jornal "O Pasquim" que Maria Bonita morreu junta com o capitão Lampião. 

Prova que alguns deles que participaram da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia." diziam o que bem queriam aos entrevistadores, isto é, alguns puxavam a sardinha para o seu prato, e muito lamentável que tentavam criar as suas histórias cabeludas. Mas ainda acreditamos que no meio dessa gente teve cangaceiro que fez o seu papel como depoente e com muita responsabilidade, só informando o que ocorreu no cangaço com seriedade. Um deles, segundo o cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira e outros pesquisadores famosos e de responsabilidades,  Manoel Dantas Loyola o cangaceiro "Candeeiro" era um homem sem mentiras. Só falava a verdade.

Morre Candeeiro, último integrante do bando de Lampião - Jornal O ...
Cangaceiro Candeeiro

Manoel Dantas Loiola no cangaço era conhecido como Candeeiro e era pernambucano de Buique. Nasceu em 1916 em Buíque e faleceu em Arcoverde em 24 de julho de 2013. Foi um cangaceiro integrante do bando de Lampião. 

Entrou ao cangaço quando a fazenda onde trabalhava no Estado de Alagoas foi cercada pelo bando de Lampião. Recebeu do próprio comandante o seu apelido, ao se destacar num combate em Angico, em 1937. Sua principal missão, porém, era entregar cartas aos comerciantes para exigir pagamentos. Também era conhecido como Seu Né.

O cangaceiro Candeeiro faleceu  aos 97 anos, em um dos hospitais em Arcoverde, onde havia sido internado depois de sofrer um derrame. Deixou esposa e cinco filhos.

Aqui estão os links à sua disposição leitor, os quais são sites famosos e de responsabilidades. Então clique neles para conferir o que eu falo sobre as informações meio sem graça dadas pelo o ex-cangaceiro "Volta Seca". 

As provas estão nos sites, mas lembrando que o que eu escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica. São apenas as minhas inquietações. 


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O INFELIZ CHICO PEREIRA

Por José Mendes Pereira
Colorizado pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Diz o pesquisador e colecionador do cangaço Dr. Ivanildo Alves daSilveira que Chico Pereira foi um dos homens mais destemidos do sertão paraibano, que fez justiça com as próprias mãos. Quando foi julgado pela morte do assassino do seu pai foi absolvido em júri popular, lá na Paraíba. Mas infelizmente, foi acusado pelas autoridades de um crime que não cometeu no Rio Grande do Norte. Apesar de sempre cair em falha contra as autoridades, e geralmente apadrinhado pelo governador da Paraíba, mesmo assim, infelizmente foi trazido para o nosso Estado, e aqui foi entregue à justiça para ser julgado. 


Clique no link para ver a família Pereira Dantas:

No período em que Chico Pereira foi morto já havia completado vinte e oito anos de idade. Dona Maria Egilda sua mãe não teve pelo menos o desprazer de enterrar o seu filho, tendo recebido orientação do advogado da família, Doutor João Café Filho, fazendo grande alerta aos familiares, que não fossem pisar em terras do Estado do Rio Grande do Norte, para ser apanhado como vingança por parte das autoridades que chacinaram o Chico Pereira. 

Diz ainda o Doutor Ivanildo Silveira que a tragédia continuou com o assassinato inesperado do irmão de Chico Pereira o Aproniano. E a morte do outro irmão, Abdon, que estudava medicina no Rio de Janeiro e faleceu de tuberculose. 

Conversas entre os dentes, diziam que os mandantes da morte do coronel João Pereira, o pai de Chico Pereira, eram pessoas importantes da sociedade de Sousa. Um deles, um senhor que era destacado cidadão de nome Otávio Mariz. Dos quatro filhos do coronel João Pereira o único que sobreviveu e viveu muito, foi o Abdias, que veio a falecer no dia 28 de julho de 2004, com cento e três anos de idade. 

Como dizia o escritor Alcino Alves Costa: 
“Minhas inquietações”. 

1 - Se analisarmos cuidadosamente é provável e óbvio que Café Filho não participou da tragédia de Chico Pereira, mas com certeza, muito antes deste dia, ele já sabia da trama, e tinha razão de não ficar contrário às autoridades policiais. 

2 - Se Café Filho achava que o seu cliente poderia ser morto naquele dia, como foi que ele tomou conhecimento, se não era detetive, psicólogo ou outra coisa parecida? 

3 - Se ele iria no seu carro atrás da escolta para acompanhar o seu cliente, por que lhe causaria medo? 

4 - Qual o motivo da Dona Maria Egilda a mãe de Chico Pereira ser alvo dos militares, se ela tivesse ido apanhar o cadáver do seu filho, já que o verdadeiro marginal era ele, e não ela? 

Desculpa-me Café Filho, mas o senhor conhecia bem o malabarismo dos policiais. No meu entender o senhor estava sabendo de toda trama. Essa é que é a verdade. E sendo o senhor advogado, saiu-se muito bem, obrigado!

José Mendes Pereira – Mossoró-RN.
Fontes de pesquisas: Ivanildo Silveira, Romero Cardoso e Wolney Liberato.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

sexta-feira, 12 de junho de 2020

POR ONDE ANDAM OS NETOS DO CANGACEIRO VOLTA SECA?

Por José Mendes Pereira

Já se passaram alguns anos que uma neta de "Antonio dos Santos o cangaceiro Volta Seca" fez contato comigo. Ela me disse todos os nomes dos filhos de "Volta Seca" que aparecem nesta foto, além do nome desta senhora que era esposa dele. 

Disse-me também que voltaria depois para informar mais algumas coisas sobre o seu avô "Volta Seca". Enalteceu bastante o "vô e vó", afirmando que eram pessoas maravilhosas e do seu coração. Eu pensando que ela retornaria não fiz nenhuma anotação, inclusive o seu nome.  Mas nunca mais ela me falou nada. 

Alguns meses depois apareceu outra e até disse o seu apelido, sendo uma neta mais nova dos vôs, assim escreveu ela. Disse-me também que morava em Leopoldina, deve ser em Minas Gerais. Infelizmente ninguém mais apareceu.

Quando aconteceu este contato comigo o http://blogdomendesemendes.blogspot.com ainda recebia comentários, mas infelizmente o blogspot tirou-me este direito de libertar comentários que estão aguardando a liberação. Até hoje eu não entendi esta proibição. Nem os vejo e são todos eles frustrados do meu domínio.

Já tenho tentado novos contatos através do facebook com, mas ninguém aparece.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

terça-feira, 9 de junho de 2020

CONTOU O CANGACEIRO JARARACA AO JORNALISTA DE MOSSORÓ LAURO DA ESCÓCIA

Por José Mendes Pereira
Jararaca

Em 13 de junho do ano de 1927 o cangaceiro afamado e sanguinário capitão Lampião resolveu entrar na cidade de Mossoró com o seu admirado bando, na intenção de assaltarem a maior e mais produtiva cidade do Rio Grande do Norte. Após a tentativa de assalto que não deu certo, Lampião e sua malta fugiram às carreiras em busca do Estado do Ceará, deixando para trás dois dos seus homens: 

Um, era o cangaceiro Colchete  que foi assassinado no momento da refrega, tendo sido atingido quando procurava melhor condição de apoio para o ataque. outro foi o perverso  chefe de um subgrupo de cangaceiros o pernambucano José Leite de Santana, o cangaceiro Jararaca, que vendo o seu companheiro já sem vida, tentou pegar a sua arma e as suas riquezas, ele foi baleado. Sem condições de continuar no combate contra as defesas preparadas pelo então prefeito Rodolfo Fernandes, o Jararaca resolveu fugir às pressas em busca de um lugar seguro, no caso, o coito improvisado que eles haviam feito no dia anterior lá na localidade "Saco", nos dias de hoje é o bairro "Belo Horizonte". É possível que ao retornar ao local, Jararaca não acertou, e foi se esconder às margens do rio Mossoró, próxima à ponte de trem, tendo sido capturado no dia seguinte pela força policial da cidade.

O facínora Jararaca foi trancafiado no mesmo dia na "Cadeia Pública de Mossoró". Estando lá, ao lembrar dos acontecimentos que havia presenciado durante o tempo em que passou no cangaço, mesmo engaiolado e bastante ferido, o bandido gargalhava em exagero, quando foi  feita uma pergunta  pelo jornalista mossoroense "Laura da  Escócia", qual era a causa das suas gargalhadas, e debochadamente o bandido respondeu-lhe:

- O que me faz gargalhar foi porque certa vez o capitão Lampião invadiu uma festa de casamento de um inimigo, e com o seu próprio punhal sangrou o noivo. 

- E o que aconteceu com a noiva? - Peguntou Lauro da Escócia.

- A noiva foi estuprada na caatinga pelos cabras do bando.

O cangaceiro Jararaca também revelou ao jornalista Lauro da Escócia que certa vez, o capitão Lampião teria ordenado que os festeiros tirassem as suas roupas e todos dançassem um xaxado nus. Se é verdade ou mentira não é do jornalista, e sim, do depoente Jararaca, porque cangaceiro era faca de dois gumes.

"Informação ao leitor: Não foi por ele citado ao jornalista o lugar e nem o Estado onde isso aconteceu".

Escritores Raimundo Nonato, Lauro da Escócia e Raimundo Soares de Brito o Raibrito. -  Não confundir com Lauro da Escócia Filho. Foto do http://blogdobarreto.com.br/a-historia-de-lauro-da-escossia-lendario-jornalista-mossoroense/

Mas a jornalista "dona Neta" que é filha de dona Expedita Ferreira Nunes e neta dos reis do cangaço capitão Lampião e Maria Bonita não acredita nesse fato, e ainda afirma que ver nisso muito folclore. A escritora e pesquisadora do cangaço poderá está certíssima, e temos que respeitar bastante a sua opinião, mas ela sabe que cangaceiros, nenhum deles era santo, e com todo respeito, até mesmo o seu próprio vovô Lampião não podemos santificá-lo. 

O jornalista Lauro da Escócia que era diretor do "Museu Público de Mossoró" e que eu não só o conheci de vista e chapéu, mas pessoalmente, e não só uma vez, muitas vezes, porque eu frequentava aquele museu no período da sua direção, quando eu fazia "Científico", e jamais acreditarei que ele criou estes acontecimentos. 

O jornalista poderá ter contado com um pouco de "humor" ou apimentado o fato, que  isso faz parte do jornalismo, mas criado por ele, jamais. E a "dona Neta" sabe disso, porque ela também é jornalista.

Lauro da Escócia era um jornalista admirado e respeitado em Mossoró por todos os seus colegas de trabalho, por isso é meio difícil ele ter inventado que os cangaceiros fizeram estas duas barbaridades na caatinga do nordeste. 

Temos que lembrar que não será bom jornalista aquele que não sabe apimentar a sua reportagem, mas sem acrescentar fatos que não aconteceram. Geralmente fato jornalístico tem humor, muito embora que caiba dentro de um dedal.

Lauro da Escócia tinha um respeito por todos que por lá chegavam e era dono de uma simplicidade incrível. E apesar de ter os seus funcionários para nos atender ele mesmo ia nas estantes e ajudava o aluno ou aluna procurar o livro que desejava para fazer pesquisas. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MORTE DO CANGACEIRO BRIÓ.

  Por José Mendes Pereira   Como muitos sertanejos que saem das suas terras para outras, na intenção de adquirirem uma vida melhor, Zé Neco ...