Por José
Mendes Pereira
Neste carnaval antes de
encher o caneco de vodka, chope, uísque, cerveja, caipirinha é importante
que você tome conhecimento de algumas informações valiosas sobre os efeitos do
exagero do álcool no seu corpo. Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)
afirmam que o Brasil é o quarto país das Américas do Sul, do Norte e Central, que mais consome álcool. Ainda
segundo a OMS o álcool causa
quase 4% das mortes no mundo todo, matando mais do que a AIDS, a tuberculose e
a violência.
Eu me livrei
deste tão gostoso líquido que é cachaça pura, pura como ela, e neste ano de
2020, no dia 3 de março completarão 32 anos que não bebo mais líquido com álcool. Alguns
dizem que é muito ruim beber qualquer tipo de líquido com álcool, mas na verdade, os que
ingerem sabem que é um líquido que satisfaz o seu eu, e em matéria de gosto não
se deve discutir. Cada um de nós na sua trilha sem invadir a lateral do outro.
Em 1981 eu
fui internado no Hospital Duarte Filho com complicações no fígado, e nesse
período eu tomava umas 4 ou dez de cachaça pura, mas que os problemas de saúde
não foram causados pela branquinha, segundo o esculápio que me assistia,
informara-me que eram coisas que aconteciam mesmo no dia a dia no ser humano.
Mas a doença que me atacava naquele momento não me fazia muito enfermo, apenas tinha
que cumprir o tempo certo para que eu recebesse alta da casa dos enfermos.
Como eu
gostava da branquinha (pitú-pitu) assim que começavam as visitas aos enfermos, que eram a partir das 3:00 horas
da tarde e se estendiam até às 4:00, eu já começava a me arrumar. Vestia roupas, calçava os pisantes, e quando as minhas visitas iam embora eu colocava este chapéu com feições de
seu madruga, e ali, saía me escorregando pela portaria, sem que ninguém me
reconhecesse, e lá na Praça que fica em frente aos hospitais eu me alojava em
uma lanchonete, tomava uma, duas ou três de cachaça. Já quase pronto eu fazia o mesmo
trajeto, mas desta vez voltando, e em seguida, com muito cuidado para ninguém perceber a minha desobidiência, eu entrava no
hospital, passava pela recepção logo na entrada, e me enfiava no meio
dos visitantes, que ainda por lá estavam acompanhando os seus pacientes, e caminhava até o quarto do meu leito e ali eu me deitava bem caladinho como se nada tivesse acontecido.
Mas nesse mundo de meu Deus ninguém
esconde nada por muito tempo. E certa tarde, antes das 4:00 horas, que sem
demora, através de uma sirene ou sino, não sei, anunciaria o fim
das visitas. E quando eu retornava da minha fugida a recepcionista chamada “Salete”
(que era órfão de pai e mãe, e lá pelo hospital foi criada desde muito criança),
descobriu a razão do meu desaparecimento do leito hospitalar, que já fazia
tempo que a enfermeira andava com os medicamentos em mãos para me medicar. E assim
que ela me viu voltando, disse-me:
- Olha, eu
vou dizer ao médico (não citarei o nome do médico) que você está saindo para ir
beber nos bares da praça! Eu já tenho informação...
Salete tinha no máximo 30 anos vividos, meio carrasca, de olhar sério, e parece que poucos músculos da sua face funcionavam, porque ela não fazia nenhum gesto de sorriso poara contrair os músculos faciais que expressassem alegria, felicidade, ou uma expressão agradável, mostrando um bom aspecto facial. Para me defender eu perguntei:
Salete tinha no máximo 30 anos vividos, meio carrasca, de olhar sério, e parece que poucos músculos da sua face funcionavam, porque ela não fazia nenhum gesto de sorriso poara contrair os músculos faciais que expressassem alegria, felicidade, ou uma expressão agradável, mostrando um bom aspecto facial. Para me defender eu perguntei:
- Salete, mas o que está me dizendo?
- É o que
você ouviu agora!
Eu quis
negar, mas as minhas palavras só fizeram mais ainda ela me incriminar, e me ameaçou:
- Assim que
o médico chegar ele irá tomar conhecimento da sua fugida para os bares.
- Pelo amor
de Deus Salete, não me entregue! Eu fui só comprar cigarros. Ele poderá abandonar o meu tratamento!
Na época cigarro não era proibido fumar em lugar nenhum.
- Não fale ao doutor e pode acreditar, não fugirei mais para ir beber na praça. Eu garanto que isso não acontecerá mais.
Ela calou e não mais me disse nada.
Na época cigarro não era proibido fumar em lugar nenhum.
- Não fale ao doutor e pode acreditar, não fugirei mais para ir beber na praça. Eu garanto que isso não acontecerá mais.
Ela calou e não mais me disse nada.
Salete já
vinha me monitorando, porque ela passava pelos corredores do hospital
para algum comunicado e conhecia todos os enfermos, apesar de não ser a sua função de fiscalizar ninguém. Tinha plena liberdade naquela casa de enfermos por ter sido
criada ali mesma, e por isso, mandava e desmandava lá.
A partir
daquele dia não mais sair do hospital para ir beber nos bares. Findei
concluindo o tratamento.
Nunca mais eu a vi! Será que a Salete está bem velhinha ou já foi chamada por Deus para
fazer parte do seu ministério?
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