terça-feira, 30 de julho de 2019
segunda-feira, 15 de julho de 2019
SEU GALDINO LUTA COM ONÇA PRETA SOBRE O SEU CAVALO
Por José Mendes Pereira
Lutar com uma onça sobre o solo já é muito difícil para quem se habilita enfrentá-la, imagina você leitor, lutar com ela sobre um cavalo. Foi o que aconteceu com seu Galdino Borba(gato) de Mend(onça) Filho, segundo ele contou ao seu Leodoro Gusmão quando ambos estavam pescando na represa do açude que faz a divisa de suas terras.
Enquanto eles pescavam por trás da barreira do açude que pertence a ambos, e em um momento que se dirigiram ao rancho para prepararem panelas com peixes frescos, seu Galdino estava disposto a contar ao compadre Leodoro Gusmão como aconteceu o ataque de uma onça preta, e como ele se livrou das suas garras que tentavam devorá-lo, enquanto caminhava para casa em seu cavalo. E assim seu Galdino iniciou a sua história dizendo:
- Foi numa sexta-feira santa à tarde que eu saí de casa para caçar alguns preás, e caso eu os pegasse não iria matá-los, e sim, criá-los em um viveiro que eu havia feito para reproduzirem, e assim que a criação aumentasse, eu a soltaria dentro da macambira nas terras do meu pai, só para não ver este animal desaparecer das nossas caatingas compadre Leodoro, porque ultimamente, a caça aos preás tem sido exagerada. O "IBAMA" que é responsável para protegê-los parece que nada tem feito em seu favor, mas devemos reconhecer que o Rio Grande do Norte é muito extenso e o número de funcionário éstá de restro a fim, porque os que morrem e se aposentam as vagas que ficam não são preendhidas.
- É verdade, compadre Galdino! Têm muitos animais por aí que ainda estão sem proteção. A caça é constante a eles, e se o governo não procurar contratar mais funcionários para preencher as vagas que ficam o "IBAMA" não tem condições de prender os responsáveis pela matança com urgência, e assim, muitos animais irão desaparecer nas próximas décadas. - Disse seu Leodoro.
- É isso mesmo que o senhor me diz..., bom, eu caminhava tranquilo montado no meu cavalo, e nem me lembrava de onça. De repente, ouvi um quebrar de matos, mas isso eu imaginava que era meio longe de onde eu ia caminhando. Com um tempinho não mais ouvi. E como nada de estranho segui a estrada despreocupado. Mas não demorou muito para eu sentir, que aparentemente, de grande porte, um animal pulou sobre a garupa do meu cavalo. E de repente tentou me abocanhar por trás do meu pescoço.
- Meu Deus! E que animal foi este que pulou sobre a garuta do seu cavalo, compadre Galdino?
- Foi uma onça preta de grande porte, e ponha porte nela. Só em vê-la, quem não tem costume de lutar com onça, já se treme...
- O que me chama a atenção é que o senhor estava sobre o cavalo e mesmo assim, ela atacou. - Atalhou seu Leodoro Gusmão.
- Sim senhor! Mas eu fui mais ligeiro do que ela. Quando eu senti as suas presas tentando agarrar o meu pescoço e para eu não morrer pelas patas da danada, a minha primeira diligência foi me virar em sua direção e ficar em pé, sobre o cavalo, tentando segurar as suas patas para não mais me morder e nem me ferir com as suas enormes unhas e presas.
- Que aperreio passou o senhor, compadre Galdino...!
- Nossa! - Exclamou seu Galdino.
- E o mais interessante é que todo este aperreio e luta se passaram com o senhor e a onça sobre o cavalo...
- Inhô sim! Nós dois ali sobre o cavalo lutando corpo a corpo mesmo. A sorte minha foi que ela não conseguia me segurar com firmeza, porque não tinha costume de andar a cavalo, e muito menos lutar sobre ele.
- E como foi que terminou a luta do senhor com a onça?
- Devido eu ter castigado dando-lhe bastantes murros em sua fuça e olhos ela perdeu um pouco a sua visão e findou caindo do cavalo. Eu que não tenho nada de besta, firmei-me sobre a sela do cavalo e foi a partir daí que o cavalo e eu fizemos carreira em busca de casa. Eu fui embora, mas não foi com medo dela não senhor. Eu fui porque eu não queria mais judiar com ela.
- E depois disso, como ficou o cavalo de tanto correr com vocês sobre ele?
- Compadre Leodoro, quando terminou a nossa luta e saímos às pressas do lugar onde isto aconteceu eu vi que ele ficou cansado, de boca aberta, babando. mas é isso aí!
- Eu me orgulho de ter um compadre e vizinho assim, corajoso e que faz qualquer onça correr quando o senhor disputa...
- Compadre Leodoro - atalhou seu Galdino - eu tenho certeza que nasci mesmo para ser domador de leões, mas como eu não tive oportunidade, perdi a vez de ser uma grande estrela em picadeiro de circo.
Assim que terminaram a pescaria seguiram para casa. E ao se separarem, isto é cada um para sua casa seu Leodoro dizia consigo mesmo: "Mas que compadre mentiroso".
Enquanto isso, já bem próximo de casa, seu Galdino dizia: "Talvez ele diz que é mentira o que eu contei. Pense o que quiser, velho corno!
Enquanto eles pescavam por trás da barreira do açude que pertence a ambos, e em um momento que se dirigiram ao rancho para prepararem panelas com peixes frescos, seu Galdino estava disposto a contar ao compadre Leodoro Gusmão como aconteceu o ataque de uma onça preta, e como ele se livrou das suas garras que tentavam devorá-lo, enquanto caminhava para casa em seu cavalo. E assim seu Galdino iniciou a sua história dizendo:
- Foi numa sexta-feira santa à tarde que eu saí de casa para caçar alguns preás, e caso eu os pegasse não iria matá-los, e sim, criá-los em um viveiro que eu havia feito para reproduzirem, e assim que a criação aumentasse, eu a soltaria dentro da macambira nas terras do meu pai, só para não ver este animal desaparecer das nossas caatingas compadre Leodoro, porque ultimamente, a caça aos preás tem sido exagerada. O "IBAMA" que é responsável para protegê-los parece que nada tem feito em seu favor, mas devemos reconhecer que o Rio Grande do Norte é muito extenso e o número de funcionário éstá de restro a fim, porque os que morrem e se aposentam as vagas que ficam não são preendhidas.
- É verdade, compadre Galdino! Têm muitos animais por aí que ainda estão sem proteção. A caça é constante a eles, e se o governo não procurar contratar mais funcionários para preencher as vagas que ficam o "IBAMA" não tem condições de prender os responsáveis pela matança com urgência, e assim, muitos animais irão desaparecer nas próximas décadas. - Disse seu Leodoro.
- É isso mesmo que o senhor me diz..., bom, eu caminhava tranquilo montado no meu cavalo, e nem me lembrava de onça. De repente, ouvi um quebrar de matos, mas isso eu imaginava que era meio longe de onde eu ia caminhando. Com um tempinho não mais ouvi. E como nada de estranho segui a estrada despreocupado. Mas não demorou muito para eu sentir, que aparentemente, de grande porte, um animal pulou sobre a garupa do meu cavalo. E de repente tentou me abocanhar por trás do meu pescoço.
- Meu Deus! E que animal foi este que pulou sobre a garuta do seu cavalo, compadre Galdino?
- Foi uma onça preta de grande porte, e ponha porte nela. Só em vê-la, quem não tem costume de lutar com onça, já se treme...
- O que me chama a atenção é que o senhor estava sobre o cavalo e mesmo assim, ela atacou. - Atalhou seu Leodoro Gusmão.
- Sim senhor! Mas eu fui mais ligeiro do que ela. Quando eu senti as suas presas tentando agarrar o meu pescoço e para eu não morrer pelas patas da danada, a minha primeira diligência foi me virar em sua direção e ficar em pé, sobre o cavalo, tentando segurar as suas patas para não mais me morder e nem me ferir com as suas enormes unhas e presas.
- Que aperreio passou o senhor, compadre Galdino...!
- Nossa! - Exclamou seu Galdino.
- E o mais interessante é que todo este aperreio e luta se passaram com o senhor e a onça sobre o cavalo...
- Inhô sim! Nós dois ali sobre o cavalo lutando corpo a corpo mesmo. A sorte minha foi que ela não conseguia me segurar com firmeza, porque não tinha costume de andar a cavalo, e muito menos lutar sobre ele.
- E como foi que terminou a luta do senhor com a onça?
- Devido eu ter castigado dando-lhe bastantes murros em sua fuça e olhos ela perdeu um pouco a sua visão e findou caindo do cavalo. Eu que não tenho nada de besta, firmei-me sobre a sela do cavalo e foi a partir daí que o cavalo e eu fizemos carreira em busca de casa. Eu fui embora, mas não foi com medo dela não senhor. Eu fui porque eu não queria mais judiar com ela.
- E depois disso, como ficou o cavalo de tanto correr com vocês sobre ele?
- Compadre Leodoro, quando terminou a nossa luta e saímos às pressas do lugar onde isto aconteceu eu vi que ele ficou cansado, de boca aberta, babando. mas é isso aí!
- Eu me orgulho de ter um compadre e vizinho assim, corajoso e que faz qualquer onça correr quando o senhor disputa...
- Compadre Leodoro - atalhou seu Galdino - eu tenho certeza que nasci mesmo para ser domador de leões, mas como eu não tive oportunidade, perdi a vez de ser uma grande estrela em picadeiro de circo.
Assim que terminaram a pescaria seguiram para casa. E ao se separarem, isto é cada um para sua casa seu Leodoro dizia consigo mesmo: "Mas que compadre mentiroso".
Enquanto isso, já bem próximo de casa, seu Galdino dizia: "Talvez ele diz que é mentira o que eu contei. Pense o que quiser, velho corno!
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
sábado, 6 de julho de 2019
QUEM TINHA MAIS CORAGEM NO QUE SE REFERE À TRAIÇÃO, O CANGACEIRO CONQUISTADOR, OU A CANGACEIRA CONQUISTADA?
Por José Mendes Pereira
Muito difícil de uma explicação, porque o risco que corria o pau, corria o machado, mas, se analisarmos bem direitinho, a cangaceira conquistada era mais corajosa do que o cangaceiro conquistador.
No mundo cangaceiro do Nordeste Brasileiro os pesquisadores e escritores registraram algumas traições de cangaceiras, e até hoje, não se sabe o porquê de suas traições, vez que elas sabiam que no livro de código criado pelo proprietário da “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”, o rei do cangaço e respeitado capitão Lampião, a mulher, de forma alguma, podia trair o seu companheiro, enquanto estivesse fazendo parte da sua empresa. Se desrespeitasse o código da empresa, seria severamente punida, e a punição, nada mais era ser assassinada pelo seu companheiro, ou pelos seus colegas que pertenciam à empresa.
Tenho notícias de algumas traições de cangaceiras e findaram sendo mortas pelos seus companheiros. Uma delas foi a Lili.
Segundo o escritor Alcino Alves Costa - http://cariricangaco.blogspot.com.br/2012/01/existia-amor-no-cangaco-por-alcino.html - após ser companheira de Lavandeira e de Mané Moreno, a caboclinha do Juá, lá na vastidão do Raso da Catarina, se acamaradou com o temido cangaceiro Moita Braba. Mesmo assim, sabendo que seu companheiro era portador de uma periculosidade extremada, Lili não temeu em coabitar com o cangaceiro Pó-Corante. Eis que um dia ao retornar de mais uma razia, ao chegar ao coito, Moita Braba encontrou a sua Lili nos braços de Pó-Corante. O desalmado cangaceiro não pestanejou, puxou sua arma e disparou vários tiros em sua infeliz e traidora companheira, matando-a instantaneamente.
Àquela vida vivida e sofrida pelas mulheres dentro dos serrados e sem liberdade fez com que algumas delas deixassem de amar os seus companheiros, e tentaram amenizar esta solidão nos braços de outros homens, assim fez a cangaceira Lídia que se apaixonou pelo cangaceiro Bem-te-vi, e vez por outra os dois escapuliam em direção às matas, pra viveram um romance amoroso, até que um cangaceiro de alcunha Coqueiro descobriu e não quis calar, revelando ao seu companheiro Zé Baiano, e sem perdão, ele a assassinou no coito a pauladas.
Um outro caso registrado foi o amor vivido pela cangaceira Cristina que era companheira do cangaceiro Português. Esta o traiu com o cangaceiro Gitirana, mas foi castigada, foi assassinada a facadas por Luiz Pedro, Candeeiro e Vila Nova.
Afirmam os historiadores que Maria de Pancada era a que mais traía o seu companheiro Pancada. Era fogosa ao estremo, e viu, gostou, já estava preparada para um novo acasalamento. Não temia um tico o seu companheiro que vivia mal-humorado. Ela não estava nem aí. Também existem informações que a dona Dulce Menezes também teria traído o seu companheiro Criança, mais isso aconteceu quando não estavam mais no cangaço.
E Maria Bonita traía o seu companheiro o rei Lampião?
Existem histórias fundidas por pessoas que não têm nenhum compromisso com a verdade, afirmando que Maria Bonita tinha caso amoroso com o cangaceiro Luiz Pedro, mas todos os remanescentes de Lampião quando eram entrevistados pelos pesquisadores, escritores, repórteres e jornalistas sobre esta possível traição, as respostas eram sempre as mesmas que: em nenhum momento Maria Bonita traiu Lampião com o cangaceiro Luiz Pedro, e muito menos com nenhum deles. E ainda respondiam que todos os cangaceiros respeitavam muito Maria Bonita. Quando falavam diretamente com ela a chamavam de dona Maria, e quando se referiam a ela, chamavam-na de dona Maria do Capitão.
Não precisa mais duvidar de quem com ela conviveu. Todos poderiam até mentirem e criarem conversas não existentes, já que ela não mais existia. Mas não! Eles respondiam só afirmando o respeito que toda cangaceirada tinha com Maria Bonita.
Durante muitos anos eu trabalhei na Escola Estadual José Martins de Vasconcelos aqui em Mossoró, com o pastor Antonio Teixeira, e que sempre ele me dizia: “O homem quando sai da casa de uma "adúltera", e se ele cheirar o colarinho da sua camisa, tem cheiro de defunto, de velório”. Não todos, mas em alguns casos, têm! É o caso destas mulheres que mesmo sabendo que a coisa poderia se tornar em mortes, defuntos, mesmo assim, elas traíram os seus companheiros.
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