Por José
Mendes Pereira - (Crônica 48)
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O que é
paparazzi?
No dicionário
Aurélio paparazzi são profissionais que se dedicam a tirar fotos indiscretas de
pessoas conhecidas ou ilustres.
No nosso caso
vamos aportuguesar esta palavra, passando a ser escrita, paparazo e lhe dando o
feminino, paparaza. É claro que ela não significa o que segue, mas façamos de
conta que sim. É apenas uma brincadeira.
Em todas as
repartições públicas o diretor tem duas pessoas de grande confiança, elas são
as suas paparazas, que se encarregam de todas as coisas relacionadas com a sua
administração.
Vamos
nomeá-las para que nós entendamos melhor o que segue.
A primeira
paparaza é a Marcileide. Sempre está sentada ao lado direito do diretor, e se
encarrega dos papéis, arrumando-os com muito cuidado, olhando se estão
assinados, carimbados, e se os mesmos estão selecionados. Tem o maior prazer de
carimbar diante do diretor. Tuf. Tuf. Torce muito para que algum deles esteja
faltando a assinatura do diretor, para ter o gosto de dizer:
- Seu Paulo,
falta o senhor assinar este.
E
o diretor cheio de ponderações, jamais teve
tanto agrado, até mesmo em casa, sorri, dizendo-lhe:
- Tem razão!
Eu tinha me esquecido. Obrigado! Agradece ele com um obrigado lacônico.
E quando tem
contas para pagar a Marcileide está atenta! Sim senhor! Oferece-se para ir
fazer o pagamento no banco, e muitas vezes, ela não tem nem tempo para
isso.
- Não posso
negar nada a ele. Afinal, minha gente, ele é o meu diretor.
Diz isso a
todos, na finalidade do diretor tomar conhecimentos através das outras pessoas,
que ela é muito responsável em tudo que toma de conta.
A segunda
paparaza é a Kátia. Geralmente se senta ao lado esquerdo do diretor, e se
encarrega de uma fofoca, mas ela não imagina que a turma já observou o seu
comportamento de fofoqueira.
- Eu não tenho
certeza Seu Paulo, mas pelo que me falaram..., Deus me livre dele saber que eu
comentei ao Senhor..., pelo amor de Deus, o senhor não comente isso a
ninguém..., mas foi ele quem levou os livros..., quebrou a garrafa de café...,
quem criticou da sua administração...
Também é
encarrega de um docinho, água bem geladinha, bolachinha, de um cafezinho, e tem
o maior cuidado com as xícaras, para que não estejam com cheiro de baratas. O
café não pode ser forte.
Daí a pouco, ela aparece com o sorriso no rosto e nas mãos, um cafezinho para o
diretor.
- Quer um
cafezinho, Seu Paulo?
- Lógico! Exclama
ele. Recebe das mãos dela e começa a tomar.
Minutos depois, ela pergunta meio desconfiada:
- O café está
gostoso?
- Além de bom!
Está ótimo! – Responde ele num tom de admiração..., é Kimimo ou
Santa Clara?
- É Kimimo.
Mas se o senhor gosta mais do Santa Clara, amanhã eu o compro.
- Não, Não!
Faz ele meio sem graça. Não tenho opções. Todos são cafés.
- Está
doce?
- Está! E
gostoso!
- Nessa
vasilha tem bolachas. – Diz ela meio tímida e sorrindo.
O diretor
apodera-se de uma bolacha, mas não é a do seu gosto. Bolacha
recheada é para criança que ainda não mudou os seus dentes de leite. Afinal,
ele cuida bem dos seus. Mas continua
comendo, quase sem querer descer na hora de engolir.
A Kátia está
ali por perto, quase como uma mãe protetora, e não desgruda o olhar.
Mas de repente, ela nota coisas diferentes com o diretor, e pergunta-lhe:
- O que houve,
Seu Paulo?
- Nada! Nada!
– Diz ele quase entalado.
- O Senhor
quer um copo d’água?
- Não, não é
necessário!
E ele continua
comendo, e vez por outra faz: unrum, mastiga, pede água e tome água e unrum, e
tome café e unrum, e tome mais bolachas, unrum...
O diretor não
precisa se preocupar, pois ao seu lado está uma grande protetora. É uma coisa
fantástica o zelo que ela tem com o diretor.
Mas o Seu
Paulo parece que está querendo provocar, e está engasgado causado pelas
bolachas. E de vez em quando, quer cair sobre o birô, quer provocar, com um
enjoo terrível. Tenta jogar fora o que comeu, mas não tem jeito, apenas está
com nojo das bolachas recheadas. Abre a boca para vomitar. Tem uma boca enorme,
pois se tentar, cabe um pacote de pão de forma.
- Meu
Deus! Que homem de boca grande! - Admira-se a Kátia com a voz
baixinha, para que ele não a
perceba.
Mas ela
continua preocupada. Afinal, foi a única causadora de tudo, pois o diretor não é
criança para comer bolachas recheadas.
- Quer mais um
copo d’água, Seu Paulo?
-Não! Não! –
Eu estou bem, obrigado! Não se preocupe comigo! Já passou. Diz ele passando a
mão sobre a barriga...
E assim são os paparazos de um diretor.
E assim são os paparazos de um diretor.
Observação:
Isto é apenas
uma brincadeira. Trabalhei muitos anos em escolas e sempre me dei bem com todos
funcionários.
Minhas simples
histórias
Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
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Fonte:
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Autor:
José Mendes
Pereira
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