domingo, 9 de janeiro de 2022

DUAS IMPORTANTES TESTEMUNHAS QUE CONFIRMARAM A MORTE DO EZEQUIEL FERREIRA DA SILVA, IRMÃO DE LAMPIÃO..

  Por José Mendes Pereira


Acho que as informações mais corretas sobre a morte do irmão de Lampião, o Ezequiel Ferreira da Silva, foram contadas pelo o cangaceiro Ângelo Roque (Labareda), e pelo coiteiro de Zé Baiano, Antônio de Chiquinho. Se eles presenciaram a morte e o enterro do cangaceiro, não tem mais como duvidar. 

Se ambos viram e assistiram de perto o seu enterro, para que a gente ficar acreditando em conversas de pessoas que apenas queriam agradar o impostor? Invenções são fatos sem credibilidades. 

Veja no blog: 

http://cangacologia.blogspot.com/2019/02/quanto-mais-estudo-o-tema-cangaco-mais.html

https://tokdehistoria.com.br/2013/08/20/angelo-roque-a-regeneracao-de-um-cangaceiro/

A primeira testemunha, foi o ex-cangaceiro Ângelo Roque “Labareda”, chefe de subgrupo do bando de Lampião, que em depoimento afirmou ter presenciado o enterro de Ezequiel Ferreira nas terras da Fazenda Tanque do Touro, local onde ocorreu o combate. Ângelo Roque, inclusive afirmou ter visto Lampião chorar a morte do irmão, e dizer ter perdido o prazer de ser cangaceiro.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2014/11/antonio-de-chiquinho-o-matador-de-ze.html

A segunda testemunha, foi o famoso coiteiro de Zé Baiano, o senhor Antônio de Chiquinho, proprietário da Fazenda Tanque do Touro, que também presenciou o enterro de Ezequiel Ferreira “Ponto Fino II” e dias depois, acompanhou a exumação do corpo a pedido de militares, que lá, deceparam a cabeça do ex-cangaceiro e a levaram como prova do ocorrido. Pouco tempo depois foi exibido em um jornal um crânio que supostamente seria de Ezequiel Ferreira “Ponto Fino II”.

São esses os dois principais depoimentos que indicam a morte de Ezequiel Ferreira da Silva no combate da Lagoa do Mel (Fazenda Tanque do Touro).

Sem esquecer que na época do aparecimento do suposto Ezequiel, apenas dois pesquisadores/escritores do cangaço tiveram acesso, e conseguiram entrevistá-lo, foram eles; Magérbio Lucena e Hilário Luchetti, autores do sensacional livro “Lampião e o estado maior do cangaço”, que baseados em respostas, as perguntas direcionadas e informações transmitidas, ambos descartaram a possibilidade daquele cidadão ser Ezequiel Ferreira da Silva, o irmão de Lampião.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O CANGACEIRO BALÃO ENFEITOU AS SUAS RESPOSTAS MAIS DO QUE DEVIA

 Por José Mendes Pereira 

Meus amigos leitores, não posso negar ou querer esconder o que o meu amigo Balão, "falou muito", uma certa parte do que disse, enfeitou as suas respostas mais do que devia. 

Como cangaceiro que era, ele é um dos que eu muito admiro a sua coragem, quando entrou para viver uma vida desumana no cangaço em 1929, porque mataram o seu pai e um irmão, e lá ficou na aba do  chapéu do capitão LAMPIÃO, até 28 de julho de 1938, quando viu de perto o chefe ser morto.

Mas o meu amigo Balão falou muito, e quase sem nexo, o que afirmou a alguns repórteres e jornalistas. Mas vale lembrar que, mesmo ele tendo enfeitado as suas respostas, é um cangaceiro que eu mais admiro do cangaço.

Certifique-se clicando neste link abaixo, e veja que eu não estou inventando nada. Caso ele não funcione, leve-o ao google. 

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/08/cangaceiro-balao-sensacional-entrevista.html

Nada contra à Revista Realidade e nem contra aos jornalistas que entrevistaram o meu amigo ex cangaceiro Balão. A minha discórdia é sobre o seu comportamento de entrevistado, que deveria ter falado menos sobre o que viu na madrugada de 28 de julho de 1938, lá na Grota do Angico, em Porto da Folha, que atualmente é Poço Redondo. Mas eu tenho respeito ao cangaceiro.

VAMOS LÁ: 

Em 1973, o cangaceiro Balão cedeu entrevista à Revista Realidade, e para mim, não sei se estou certo, Balão foi o cangaceiro que mais fantasiou as suas respostas. É claro que cada um deles queria levar a sardinha para o seu prato, mas não era necessário tanta fantasia.

DIZ O CANGACEIRO BALÃO:

“- Estávamos acampados perto do Rio São Francisco. Lampião acordou às 5 horas da manhã e mandou um dos homens reunir o grupo para fazer o ofício de Nossa Senhora. Enquanto lia a missa em voz alta, todos nós ficamos ajoelhados ao lado das barracas, respondendo amém e batendo no peito na hora do Senhor Deus".

Continua: "- Terminado o ofício, Lampião mandou Amoroso buscar água para o café. Mas quando ele se abaixou no córrego, veio o primeiro tiro. Havia uma metralhadora atrás de duas pedras, a 20 metros da barraca de Lampião. Pedro de Cândido, um dos nossos, havia nos traído, e acho que tinha dado ao sargento Zé Procópio até a posição das camas." 

"- Numa rajada de metralhadora serrou a ponta da minha barraca..."

E continua o cangaceiro Balão: "- Meu companheiro Mergulhão, levantou-se de um salto, mas caiu partido ao meio por nova rajada. Eu permaneci deitado, e com jeito, coloquei o bornal de balas no ombro direito, o sobressalente no esquerdo, calcei uma alpargata. A do pé esquerdo não quis entrar, e eu a prendi também no ombro. Quando levantei, vi um soldado batendo com o fuzil na cabeça de Mergulhão. De repente ele estava com o cano de sua arma encostada na minha perna, e eu apontava meu mosquetão contra sua barriga. Atiramos. Caímos os dois e fomos formar uma cruz junto ao corpo de Mergulhão. Levantei-me devagar. O soldado estava morto e minha perna não fora quebrada.

"-Então vi Lampião caído de costas, com uma bala na testa..."

Continua  Balão: "- Moeda, Tempo Duro (este não aparece na lista oficial dos abatidos, e nem tão pouco na lista de Alcino Alves Costa); Quinta-feira, todos estavam mortos. Contei os corpos dos amigos. Nove homens e duas mulheres. Maria Bonita, ferida, escondeu-se debaixo de algumas pedras. Mas foi encontrada e degolada viva. Não havia tempo para chorar. As balas batiam nas pedras soltando faíscas e lascas. Ouviam-se os gritos por toda parte. Um inferno. Luiz Pedro ainda gritou: - Vamos pegar o dinheiro e o ouro na barraca de Lampião. Não conseguiu. Caiu atingido por uma rajada".

As duas entrevistas destes dois cangaceiros Balão e Vila Nova, cedidas ao Jornal A Noite, e à Revista Realidade, ficam meio confusas, que cabe aqui esta pergunta? 

O cangaceiro Luís Pedro carregava dois mosquetões no momento em que tentava fugir do cerco policial? 

O cangaceiro Vila Nova disse que pegou o mosquetão do Luís Pedro e deu no pé. O Balão também afirma a mesma coisa.

Também as duas afirmativas deles deixam a gente novamente confuso sobre a morte de Luís Pedro. Por quê?

O volante Mané Veio disse aos pesquisadores e repórteres que foi ele quem assassinou o cangaceiro Luís Pedro, e pelo que ele diz, levou um bom tempo para matá-lo, saiu perseguindo, perseguindo entre pedras e ele tentando salvar a sua vida, mas, finalmente o assassinou.

Sobre a morte do cangaceiro Luís Pedro você poderá ler em ”Lampião Além da Versão Mentiras e Mistério de Angico”, escrito por Alcino Alves Costa.

Continua: "- Uma vez me perdi do bando e fiquei um ano nas caatingas de Bebedouro, Jeremoabo, Cipó de Leite, sem ver uma alma viva. No começo eu estava com ANJO ROQUE e sua mulher".

Continua o depoente: "- Corri até ele, peguei seu mosquetão e com Zé Sereno conseguimos furar o cerco. Tive a impressão de que a metralhadora enguiçou no momento exato. Para mim foi Deus".

Aqui estão as minhas inquietações, assim como dizia o decano escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa:

1 - Será mesmo que depois da missa ele voltou a se deitar?

2 - Como foi que ele viu que a bala que atingiu o rei foi mesmo no meio da testa, quando ele mesmo diz que o capitão Lampião estava de costas, isto é com a cara no chão?

3 - Como foi que no meio de um cerrado tiroteio ele teve coragem de ir pegar o mosquetão de Luiz Pedro que já estava morto?

4 - Como foi que ainda deu tempo para ele contar os mortos? Pois no meio de um tiroteio, qualquer ser humano não espera por nada, muito menos para contar quem lá morreu.

5 - Como foi que ainda deu tempo para ele calçar as alpargatas?

6 - Por que Balão caiu quando ele e o policial ambos atiraram, se ele não sofreu nenhum impacto para ser derrubado?

7 - Balão disse que após o massacre ao grupo de cangaceiros passou um ano nas caatingas sem ver um pé de pessoa, comendo carne de bode. Onde ele arranjava fósforos e vasilhas para fazer fogo e cozinhar a carne? 

O amigo Balão fantasiou algumas respostas. Muitas verdades, é claro, mas outras, fantasiadas. Gostaria muito que as suas respostas fossem verdades. Mas pelo que ele disse, não há como eu acreditar em todas. Mas mesmo assim, continuo o admirando como cangaceiro.

Este artigo foi também publicado no blog Cariri Cangaço, com o título:

 Um pouco mais Angico, só para não perder o ritmo.... Por: Mendes e Mendes

http:/cariricangaco.blogspot.com

Clique neste link para você ler com mais detalhes a entrevista que o cangaceiro Balão cedeu à "Revista Realidade"

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/06/cangaceiro-balaosensacional-entrevista.html

Se você não o leu, clique no link abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2012/04/o-cangaceiro-balao-enfeitou-as-suas.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

AH, SE EU ME ENCONTRASSE COM A MINHA FAMÍLIA EM MALHADA DA CAIÇARA!

 Por Jose Mendes Pereira

Maria Bonita

Em minha humilde opinião, Maria Bonita não só estava cansada da vida que levava, como já havia adquirido o medo de viver embrenhada às matas, sabendo que a qualquer hora, poderia ser morta pelas volantes policiais.

Oséas irmão de Maria Bonita

Maria Bonita quando se embrenhou às matas, estava dominada pelo cupido, e depois de tantos sofrimentos, descobriu que havia se enganado, pois a sua loucura pelo o movimento do capitão Lampião era uma simples ilusão. Por esta razão, exigia do seu companheiro a desistência com urgência, daquela amaldiçoada vida.

D. Maria Joaquina Conceição Oliveira - Dona Déa Mãe de Maria Bonita e José Gomes de Oliveira

Joana irmã de Maria Bonita  

Foram oito anos vividos e perdidos entre os serrados. A vida do cangaço era um verdadeiro inferno, sofrendo naquelas matas como se fosse um animal, e como saldo, apenas ganhara o sol forte, poeiras, chuvas, dormindo no chão, desprovida de um acomodado teto, distante das festas decentes que aconteciam na sua querida terra Malhada do Caiçara, a solidão presente a todo instante, muita fome, fome e muita fome. 

Arlindo irmão de Maria Bonita 

Saudade daquelas pessoas que lhe viram nascer e crescer no meio delas, frequentando uma escolinha para, pelo menos, alfabetizá-la. Saudade das missas aos domingos, quando ela e outras amigas da mesma idade, caminhavam para receberam a bênção do padre da pequena paróquia. Saudade dos pais, irmãos, familiares, amigos, parentes e aderentes.

Benedita - irmã mais velha de Maria Gomes

Maria Bonita viveu o inferno que ela mesma o desejou. Queria voltar ao seu amado chão, abraçar os velhos e sofridos pais, irmãos, e lhes dizer que: a partir daquele dia, passaria a ser a nova Maria de Déia, a Maria de antes, a Maria que participava dos divertimentos que a população da comunidade frequentava, e por favor, não mais falassem em Maria Bonita, a Maria do cangaço, a Maria marginal, a Maria que roubava e odiava os que traiam o seu grupo. A partir daquele dia, queria ser uma outra Maria. Maria desejada pela aquela rapaziada lá de Malhada do Caiçara.

Amália irmã de Maria Bonita

Dizia Maria que o erro fazia parte da vida. O que não podia, era ela continuar no erro, simplesmente, porque, apaixonara pelo um homem sanguinário e que amava o mundo do crime. Mas ela estava ciente que os seus familiares e amigos, de toda comunidade, iriam recebê-la com muito carinho, e perdoá-la de tudo que havia praticado.

José Gomes irmão de Maria Bonita

Mas Maria Bonita, apenas imaginava a desistência do cangaço, e não tinha coragem de fugir da presença do seu companheiro. Não queria tomar esta atitude, pois a Rosinha do cangaceiro Mariano Laurindo Granja, fora assassinada a mando de Lampião, e ela mesma, sabia que sendo a verdadeira companheira do chefe do cangaço, e se fugisse em busca dos seus familiares, com certeza, seria seguida e morta pelos cangaceiros, assassinada  a mando de Lampião.

Ananias irmão de Maria Bonita


Francisca irmã de Maria Bonita

As caatingas são bem melhores do que a prisão.

Mas Lampião lá na sua central administrativa, como chefe de bando, para ele, liberdade, somente entre os serrados, apenas livrando-se de estilhaços de balas. 

Isaías irmão de Maria Bonita

Jamais sairia da caatinga, pois se assinasse a desistência do cangaço, com certeza, iria passar pelas mãos vingativas de policiais. Não desistiria e nem autorizaria a saída de sua companheira do cangaço. Lampião bateu o martelo com toda força do seu braço:

Antonia irmã de Maria Bonita

" - Não aceito a desistência de Maria do cangaço! Maria Permanecerá comigo até que um dia alguém nos matem! Não quero passar por covarde, assinando a desistência do cangaço. Esta é a vida que eu escolhi". Se me fizeram marginal, marginal serei até morrer".

Olindina irmã de Maria Bonita

 Corrigindo o meu equívoco:

Em outra postagem eu coloquei que estas fotos pertenciam ao acervo do escritor Gilmar Teixeira. Mas, todas as fotos da família de Maria Bonita, aqui no texto, pertencem ao acervo do escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima.

Alerta ao leitor: Não use o que eu escrevi como material pertencente à literatura lampiônica. É apenas um pouco do meu pensamento, e na finalidade de publicar as fotos dos pais e irmãos de Maria Bonita. E de forma alguma prejudicará o que os escritores, pesquisadores e cineastas escreveram e gravaram. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2016/03/a-homenagem-do-grupo-oficio-das.html 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MORTE DO CANGACEIRO BRIÓ.

  Por José Mendes Pereira   Como muitos sertanejos que saem das suas terras para outras, na intenção de adquirirem uma vida melhor, Zé Neco ...