quarta-feira, 23 de junho de 2021

O CAPITÃO LAMPIÃO FOI HERÓI OU FOI BANDIDO?

  Por José Mendes Pereira


Cada um de nós que estuda "cangaço" e principalmente quando se refere à empresa do capitão Lampião, tem a sua opinião, e não podemos desmerecer quando se trata de suposição. Mas quando é invencioníces, coisas que não aconteceram no cangaço e nem isoladamente com cangaceiros, todos os estudiosos deste tema, e aqueles que foram às caatingas para registrarem as verdades, têm obrigação de protestar a falsa informação. A literatura lampiônica não tem espaço para acomodar assuntos mentirosos sobre ela.

Sobre o velho guerreiro Lampião, uns dizem que ele era herói, outros o classificam como bandido, outros como um simples covarde, e outros dizem o que bem querem, vão mais além do normal.  Mas é assim mesmo, porque são opiniões. Todo estudo tem as suas crenças e as suas contrariedades. porque, enquanto um opina assim, assim,,. outro já se vira e contraria tudo de uma hora para outra. 

Desde do ano de 2008, todos os dias que Deus me dá, pela manhã, bem cedinho, eu me arrumo com os meus equipamentos de pesquisa, e bem camuflado para não me verem, sigo os passos do capitão Lampião e seu admirado bando de cangaceiros, dentro dos cerrados sertanejos. Vez por outra, sou necessário recuar, porque eles são como abelhas quando perseguidas pelos seus  predadores. 

Há anos que sou patrocinado pelos pesquisadores, escritores e cineastas, que amigavelmente, diariamente, me entregam o material para eu segui-los. Mas ainda me falta tanto chão para percorrer e registrar o que os cangaceiros fazem dentro da mata, porque, o tempo não foi ainda suficiente para acompanhá-los por todos os lugares que eles vão. Também, a literatura lampiôncia é bastante vasta, e não é fácil segui-la tão rápida como se pensa.

Nessas minhas andanças seguindo os facínoras presenciei o começo das desavenças da família Ferreira com o senhor Zé Saturnino, ou vice-versa, mas ainda eu não descobri quem tem razão nesta briga de vizinhos. O Zé Saturnino diz que quem começou a desavença foram os Ferreiras, e a razão é sua. Já os Ferreiras também se acham vítimas de um homem que se fazia amigo da sua família, e de repente, sem menos eles esperarem, se transformou em um grande adversário. 

Presenciei também uma certa parte de invasões que o capitão fez por este sertão nordestino. Mas vi também o Lampião sendo assassinado, juntamente com a sua rainha Maria Bonita e mais nove cangaceiros da sua empresa, mortes todas feitas pelas forças policiais do tenente João Bezerra da Silva, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, em Porto da Folha, atualmente Poço Redondo, no Estado de Sergipe.

Eu também não tenho como afirmar que o meu amigo de andanças nas caatingas, o capitão Lampião foi herói. Na minha humilde e não válida opinião, ele nunca foi herói, mas também não quero o chamar de bandido, para não ferir os seus familiares, e assim, o considero como um verdadeiro delinquente, doente mental, que não quis obedecer a lei por desejo próprio, que não respeitava as regras ou não fazia o dever de casa no momento certo, ou ainda não aceitava seguir as regras de um grupo social de homens. O capitão Lampião não obedecia a lei, porque sabia muito bem que ficavam impune todas as desordens praticadas por ele. 

Pedra da Emboscada, Fazenda Pedreira, Serra Talhada, Pernambuco. 

Foi por trás dessa pedra que Zé Saturnino se escondeu e meteu bala contra Lampião e os seus irmãos. O motivo seria uma desavença entre vizinhos, causado por duelo abortado por Zé Saturnino, filho de pessoas que tinham muitas posses e que moravam vizinho as terras de Lampião e família.

"Lembrando ao leitor que, o que eu escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica, e nem contraria de forma alguma o que os cineastas gravaram, e nem o que os escritores e pesquisadores já escreveram. 

São apenas os meus pensamento sobre cangaço. 

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quarta-feira, 16 de junho de 2021

É PRECISO LIBERDADE PARA O USO DA FOTOGRAFIA DE MARIA BONITA EM QUALQUER LUGAR PÚBLICO E COMERCIAL.

  Por José Mendes Pereira

Maria Bonita e Lampião. - Colorida pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

É fantástico estudar sobre a vida de Maria Gomes de Oliveira a rainha do cangaço a “Maria Bonita” e seu companheiro Virgolino Ferreira da Silva o rei do cangaço “Lampião”, mas, desde que seja um estudo gratuitamente, sem pressão, sem obrigação de maneira alguma, livremente, que possa usar tudo que se sabe e o que aconteceu durante a vida do casal de cangaceiros, e depois da sua morte. Com respeito ao infeliz casal de cangaceiros que o destino preparou para ele um monte de tristezas durante a sua vida aqui na terra. Que os seus familaires desistam de cobrar valores. 

Deixa que os estudiosos do cangaço preparem a literatura do sofrido casal de facínoras, e que organizem a sua biografia. Deixa o casal viver em paz, pelo menos o seu nome, no meio de quem tem interesse de registrar o seu passado. Que não seja  proibido e nem cobrado valores para o uso do seu nome e da sua foto nos lugares que as pessoas tentam  homenageá-lo. Deixa Maria Bonita desfilar nas praças, nos clubes... Quantas pessoas amam a Maria, e que nem fazem parte da sua família, enquanto outros o que mais querem, é usarem o seu nome como mercadorias que são vendidas.

Lembrem-se que a vida é curta, e depois que todos os familiares partirem para outra esfera, quem irá cobrar de quem usa o seu nome e a sua foto, hein? 

Valores monetários são valores que se desvalorizam com o passar do tempo, mas uma biografia feita por quem entende, será eterna. Deixa Maria Bonita enfeitar as vitrines das lojas, dos hotéis, das pousadas, dos clubes... Deixa que o estudo sobre ela siga em paz... 

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SE PROCURAR, ACHA!

  Por José Mendes Pereira

Itamar Lima quando criança. - Crédito da imagem Jean Carlos Pereira Rodrigues

O dito popular é: "quem procura, acha!". 

Itamar Lima é filho de "Alcimar Campos" nossa prima, e de "Cristóvão Lima". Com a separação dos seus pais, ainda pequenino, foi morar na Barrinha (onde lá a maioria dos Néos nasceu), com meu tio José Néo Pereira, minha avó Heculana Maria da Conceição e minha tia Maria Nísia Pereira, avó do Jean Carlos Pereira Rodrigues, nosso primo, os quais cuidaram dele até perto da maioridade, e, posteriormente, ele desejou ir para a companhia do pai biológico, que residia e ainda reside em Macau no Rio Grande do Norte, tendo sido entregue no ano de 1985, ao seu pai, pelo meu pai Pedro Nél Pereira.

Esposa e o Jean Carlos - crédito da imagem -  Jean Carlos Pereira Rodrigues

Depois da sua saída do sítio Barrinham e da companhia de toda família Néo todos os contatos  foram cortados, e ninguém tinha ideias por onde andava o Itamar Lima. Mas, durante 8 anos, Incansavelmente, o Jean Carlos viveu na esperança de um dia encontrá-lo. Até que este dia chegou.

... e Alzimar Pereira Campos tia do Itamar

Alzimar Campos Pereira que é sua tia por parte de mãe, também se envolveu nesta procura, através do facebook. Assim como eu que o procurava nas redes sociais. Mas tanta luta para o encontrar, Alzimar e eu, não obtivemos sucesso.

Mas só agora, depois de 8 anos, Jean Carlos, o primeiro que tentou descobrir por onde ele andava, o encontrou, e está  bem pertinho de nós, na Redinha,  na capital do nosso Estado do Rio Grande do Norte - Natal.

Itamar Lima - crédito da imagem Jean Carlos Pereira Rodrigues

Quando Itamar foi embora para a companhia do seu pai minha avó e minha tia Maria Nísia ainda estavam vivas, mas ambas faleceram no mesmo ano. O José Néo Pereira que era considerado o pai adotivo do Itamar, faleceu no ano 2 mil, e infelizmente não teve o prazer de reencontrá-lo.

Itamar Lima - crédito da imagem Jean Carlos Pereira Rodrigues

Um triste acidente aconteceu com o Itamar.

Não me recordo o ano, nem muito menos o dia e o mês, mas isso se passou na Barrinha, onde ele morava com a minha avó e tios. Ao lado da casa do Dedé Rodrigues, pai do Jean que o encontrou, estava uma carroça estacionada, e o Itamar que brincava com outra criança, tentou se esconder em baixo dela. Só que ele não sabia que lá deitado, estava um cachodo, e não mais me lembro a quem pertencia o animal, se era do Dedé Rodrigues ou do presidente (Zé Néo). 

Por infelicidade e pouca sorte, o Itamar pisou na calda do cão, e para se defender ou mesmo como vingança, ele pegou de cheio na sua boca, rasgando os lábios infeiror e o superior. Foi muito sangue e aperreio, porque ele chorava bastante.

A sorte foi que, no momento, o fazendeiro Chico Soares - Chico do Leite como é conhecido na região, vinha para Mossoró em seu carro, e nos  levou até ao hospital da Ciança, que ficava em frente a antiga linha de trem. 

Quem veio com ele para acompanhar o Itamar até ao hospital, foi minha Tia Nísia, Enestina que era esposa do Chico e eu, que sem demora, fomos diretos para o hospital. Só saímos de lá depois que os procedimentos médicos foram feitos. Não sei se o Itamar Lima se lembra desse ocorrido. Talvez não, porque no período, ele ainda era muito criança. 

Agora, toda família Néo está satisfeita e bastante agradecida ao primo Jean Carlos, por ter encontrado o Itamar Lima que tanto era procurado, e que um dia, com certeza,  ele há de nos visitar aqui em Mossoró. 

Além de ter encontrado o Itamar Lima eu também agradeço ao primo Jean Carlos pela liberação das fotos para postagens em meu blog.

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MAIS UMA HISTÓRIA QUE NÃO CONDIZ COM A VERDADE..

  Por José Mendes Pereira


As histórias sobre  "cangaço" algumas são criadas facilmente e cabeludas, e rodam o Brasil inteiro como se fossem verdades; enquanto que outras que foram escritas pelos escritores e pesquisadores de responsabilidades, e que são reais, poucas pessoas acreditam, desejam mais as que não têm nenhum fundamento, como é o caso do surgimento da mentira que Lampião não morreu em Angico, e sim, no Norte do Estado de Minas Gerais. - https://josemendeshistoriador.blogspot.com/2021/05/sera-mentira-ou-verdade-que-lampiao-de.html

Vejam o que encontrou o professor e pesquisador do cangaço Ruy Lima escrito pela Editora Saraiva, com o título "Por Dentro da História". 

Professor Ruy Lima

Diz Ruy Lima:

Será mesmo?

A famosa Editora Saraiva publicou uma coleção denominada "Por Dentro da História", formada por vários autores, a qual, como diz o coordenador da coleção, "reconta a História empregando o recurso literário, ou seja, traz histórias sobre a História, Com grau de aprofundamento compatível com o público leitor, os livros abordam de forma crítica e analítica temas históricos presentes no currículo escolar."

Assim escreveu o coordenador da coleção.

Mas, o que tem o cangaço a ver com isso?

Há um livro dessa coleção que me chamou muito a atenção. intitulado "CANGAÇO - A guerra no sertão da Republica."

Oxente! Nunca eu tinha imaginado que existisse um livro didático, de "História", sobre o Cangaço e, em especial, sobre Lampião.

Achei o livro interessante, com páginas ilustradas, parecendo um folheto, Mas, fiquei triste, muito triste mesmo, quando li o seguinte trecho na página 25 do livro, sobre o motivo pelo qual Lampião entrou para a vida de cangaço: 

"Quando seu pai foi assassinado a mando da família Carvalho, de Serra Talhada, ele entrou para o bando de Sinhô Pereira com a intenção de dar o troco. Isso aconteceu em 1917." (Não bate com os estudos do cangaço. - blogdomendesemendes).

Já na página 61 (o livro tem 72 páginas e um questionário (?). o autor escreveu, referindo-se a Corisco, ao saber da morte do seu compadre Lampião: "Cheio de ódio e inconformado com a morte do Rei do Cangaço, matou outro acusado chamado Pedro de Cândido, e se pôs a perseguir todos aqueles que tivessem o sobrenome Bezerra, simplesmente imaginando que fossem aparentados do tenente João Bezerra," Meu Deus! Já ouvi histórias de trancoso, contadas por minha avó, de Belo Jardim, mais verídicas do que essas. (Menos verdade. (Menos verdades. - Pedro de Cândido foi morto no ano de 1941. (Não bate com os estudos do cangaço -

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2018/04/a-morte-de-pedro-de-candido.html

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sábado, 5 de junho de 2021

ANIVERSÁRIO DE VIRGOLINO FERREIRA DA SILVA

 Por Edna Santos Araújo

Nascia hoje (ontem) o homem mais destemido que esse nordeste já teve. Ele escreveria sua história a ferro e fogo, deixaria suas marcas por onde passasse... Lampião viveu e morreu cercado de mistérios, e até hoje é um enigma a ser desvendado. 

Lampião não foi um homem comum. Era inteligente,sabia de tudo um pouco, era "médico", curandeiro, conhecedor das ervas e seus poderes medicinas, fazia o parto das cangaceiras quando não tinham para quem pedir ajuda, foi artesão e cantador.... em plena caatinga, sabia exatamente onde encontrar água. 

Sabia a direção que seus inimigos tomavam, conhecia os atalhos para desviar deles sem deixar rastros. O que causa admiração em muitas pessoas, não foram os crimes por ele cometidos, mas a jeito de viver e se defender das armadilhas da vida e dos seus inimigos, foi a sua perspicácia, o jeito guerreiro de enfrentar os desafios pela vida impostos.

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5/posts/3774451209332702?comment_id=3774497789328044&notif_id=1622929326512665&notif_t=feed_comment&ref=notif

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MORTE DO CANGACEIRO BRIÓ.

  Por José Mendes Pereira   Como muitos sertanejos que saem das suas terras para outras, na intenção de adquirirem uma vida melhor, Zé Neco ...