segunda-feira, 26 de abril de 2021

DONA FRANCISCA DA SILVA TAVARES VIÚVA DO EX-CANGACEIRO ASA BRANCA

  Por José Mendes Pereira

Dona Francisca está ladeada pelos pesquisadores do cangaço Aderbal Nogueira e Kydelmir Dantas.

1º. CASAMENTO

O cangaceiro Asa Branca fez matrimônio por duas vezes. Ainda na Cadeia Pública de Mossoró casou-se pela primeira vez com dona Sebastiana Venâncio. Ela natural de Mossoró, e com ele teve três filhos, os quais são: José Luiz Tavares (já falecido, Jeová Luiz Tavares (já falecido) e Dijanete Luiz Tavares (até o ano de 2017 ele estava vivo. residindo em Fortaleza. E mesmo dona Francisca sua enteada não sabe se ele ainda está vivo, porque perdeu o contato. 

Cangaceiro Asa Branca

Mas posteriormente, o seu primeiro casamento foi de água abaixo, e foi a partir daí que os  dois resolveram não mais conviverem no mesmo teto, e cada um procurou o seu destino. 

2º. CASAMENTO

O segundo casamento foi realizado com dona Francisca da Silva Tavares, natural de Brejo do Cruz, no Estado da Paraíba. Ela nasceu no dia 21 de Novembro de 1937, e é  filha de Máximo Batista de Araújo e de Dona Severina Guilermina Silva, ambos paraibanos. Mas o casamento com dona Francisc só aconteceu  dezessete anos depois que ambos já viviam juntos. 

Com o ex-cangaceiro de Lampião, Dona Francisca teve nove filhos, e destes, apenas três estão vivos, os filhos são:

Antonio Esmeraldo Tavares faleceu há 3 anos passados. Eu o conheci pessoalmente.

Nascido no dia 10 de Novembro de 1957, na cidade  de São Bento, no Estado da Paraíba. Tinha como profissão, Motorista.

Francisco Tavares da Silva assassinado por um primo. Não o conheci.

Nascido no dia 14 de Abril de 1959, na cidade Caridade, no Estado do Ceará. Este foi assassinado aos 24 anos de idade, por um primo, por coisas banais. O assassino foi logo morto. 

Certo dia dona Francisca me falou em sua residência que o Asa Branca não tomou conhecimento do assassinato do filho, vez que toda família temia uma vingança por parte do ex-cangaceiro. 

Maria Gorete Tavares Barbosa. - Conheço-a pessoalmente. Gente fina.

Ela ascida no dia 1º. de Junho de 1960. Esta exerce a profissão de artesã de Biscuit. 

Maria da Conceição Tavares da Silva. Conheço-a pessoalmente. Gente fina.

Nascida no dia 25 de Fevereiro de 1963, em Caridade, no Estado do Ceará. Exerce também a profissão de artesã de Biscuit. 

Máximo Neto Batista. Não o conheço.

Nascido no dia 04 de maio de 1964, em Caridade, no Estado do Ceará. Reside atualmente em São Paulo e exerce a profissão de Motorista.

Os demais filhos do casal não foram citados aqui, porque faleceram ainda criancinhas.

 Como  Francisca da Silva Tavares conheceu o "Asa Branca"

No ano de 1954, dona Francisca já era casada e mãe de um filho. Mas nesse período ela contraiu uma doença, ficando por alguns meses  sem andar. Procurando recursos para se livrar da maldita doença que ora a perseguia, soube que na região havia um curandeiro, já de idade. Não foi tão difícil, pois dias depois um velho fazia as curas ao pé de sua cama. O tempo foi se passando, finalmente dona Francisca se livrou da maldita e desconhecida doença. 

Com aquele contato de reza vai, reza vem, os dois findaram  apaixonados. E no ano de 1955, resolveu abandonar  o seu marido e um filho de sete meses, fugindo com o curandeiro, cujo destino de apoio, Mossoró.

Mas veja bem leitor, quem era o curador. Antonio Luiz Tavares, o ex-cangaceiro "Asa Branca", que deve ter aprendido as milagrosas rezas com o seu ex-comandante, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. 

CONTOU-ME DONA FRANCISCA EM SUA CASA EM MOSSORÓ

Pelo que se ver é que dona Francisca da Silva fez o mesmo papelão que fez a rainha do cangaço, Maria Bonita, quando abandonou o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Neném, para acompanhar o afamado Lampião.

Maria Bonita e Lampião

A única diferença entre as duas é que Maria Gomes de Oliveira a Maria Bonita tornou-se cangaceira, sendo companheira do capitão Lampião. E  Dona Francisca jamais participou de cangaço.

Mas  assim que o seu pai, o Máximo Batista tomou conhecimento que ela havia fugido com o rezador, isto é, o "Asa Branca", mandou dois dos seus funcionários procurá-la por todos os recantos de Mossoró.

Já fazia três dias da permanência do casal em Mossoró, e assim que Asa Branca soube que estava sendo procurado, resolveu fugir às pressas com a companheira para Fortaleza, capital do Ceará. Lá, foi assistido por um médico, o doutor Lobo, que logo solucionou o seu problema, e o empregou em uma mina de ametista.

De Fortaleza, foram morar em Itapipoca, posteriormente para Caridade, e lá o casal teve quatro filhos, mas sempre trabalhando na agricultura.

Anos depois a família mudou-se para Macaíba, já no Estado do Rio Grande do Norte. Com alguns anos passados, Asa Branca resolveu retornar a Mossoró, onde aqui criou a sua família e viveu os seus últimos dias de vida.

Nos anos 70, o Dr. José Araújo, ex-dentista, e diretor de algumas escolas de Mossoró, juntamente com João Batista Cascudo Rodrigues, conseguiram um emprego na FURRN, atualmente UERN, e Asa Branca trabalhou nela até morrer.

CASAMENTO FEITO ÀS PRESSAS PARA SE EMPREGAR

Como Asa Branca necessitava se empregar, e era necessária a sua documentação para ter direito aos benefícios do INSS, e não querendo retornar a sua terra natal, Cajazeiras do Rio do Peixe, na Paraíba, foi feito um casamento às pressas. Ele resolveu ir à cidade  de Porta Alegre, no Estado do Rio Grande do Norte, e lá fez novos documentos.

De documentos em mãos, foi feito o seu casamento com dona Francisca da Silva Tavares, no dia 14 de Janeiro de 1974, no 4º. Cartório Judiciário em Mossoró, Nº. 6.256, fls. 256, do livro B-16, do Registro Civil de Casamento, assinado pelo tabelião Joca Bruno da Mota.

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