sábado, 7 de março de 2020

ANTÔNIO MEDEIROS GASTÃO O DR. GASTÃO

Por José Mendes Pereira

Antônio Medeiros Gastão é irmão do fundador da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. É natural de Triunfo no Estado de Pernambuco. Nasceu no dia 13 de junho de 1932. É formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, em 1958.


Como médico prestou serviços no Pronto-Socorro Municipal, em São Paulo-SP (1959); Médico Estagiário em Anestesiologia do HC, em São Paulo (1959); Hospital de Caridade de Mossoró (1960 a 1962); Diretor Clínico do Hospital de Caridade de Mossoró (1962); Médico do Departamento de anestesiologia do HC, em São Paulo (1962); Médico do INPS e do INAMPS, em Mossoró (1968); Professor do Centro de Educação de Mossoró (1961); Professor no Colégio Diocesano Santa Luzia (1961 a 1962); Presidente do Esporte Clube Baraúnas (1964), em Mossoró; Presidente da Liga Desportiva Mossoroense (1965); Diretor Geral da Sociedade Hospital de Caridade de Mossoró (1967 a 1969); Membro fundador do Conselho de Curadores da Fundação Universidade do Rio Grande do Norte – FURRN (1968 a 1977); Professor na Fundação Universidade do Rio Grande do Norte – FURRN (1972); Diretor Presidente da Sociedade Hospital de Caridade de Mossoró (1978); Membro do Conselho de Curadores da Fundação Universidade do Rio Grande do Norte – FURRN (1981 a 1985); Membro do Conselho Deliberativo da Fundação de Saúde de Mossoró (1989); Membro do Conselho Municipal de Saúde em Mossoró (1992 a 1997) e Vice presidente do Conselho Municipal de Previdência Social de Mossoró (1995 a 1997).

Em razão de todo esse trabalho por nossa cidade, ele recebeu o Título de Cidadão Mossoroense, pelo Decreto Legislativo Nº 35/1976, outorgado pela Câmara Municipal de Mossoró.

Fonte de pesquisa: Relembrando Mossoró

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VIRTUOSA FERREIRA DA SILVA FILHA DO CASAL JOSÉ FERREIRA DOS SANTOS E DE MARIA SULENA DA PURIFICAÇÃO.

Por José Mendes Pereira
Virtuosa Ferreira  da Silva é a primeira da esquerda abaixo. 

Segundo dados publicados na literatura lampiônica Virtuosa Ferreira da Silva era o 4º filho do casal José Ferreira dos Santos e Maria Sulena da Purificação. Nasceu no ano de 1900 em Villa Bella atualmente Serra Talhada no Estado de Pernambuco. No ano de 1919 fez matrimônio com Luiz Marinho que era sobrinho do cangaceiro Antonio Matilde. Este acompanhava todas as lutas do tio e por causa das perseguições Luiz Marinho resolveu mudar-se para o Estado de Alagoas, e após a morte de José Ferreira  ele foi morar com a família em Propiá no Estado de Sergipe. 

No ano de 1930 Luiz Marinho resolveu ir sozinho para São Paulo deixando a sua esposa Virtuosa com seus três filhos: Francisco, Francisca e José. Mas em 1931 ele cortou os contatos com a família e nunca mais deu notícias. 

João Ferreira dos Santos irmão da Angélica que morava no Estado do Piauí, assim que tomou conhecimento que Luiz Marinho havia abndonado Virtuosa e filhos comprou uma casa no Juazeiro do Norte e deu para ela morar juntamente com os seus filhos. 4 anos depois em 1934 Vituosa faleceu na cidade  do Juazeiro do Norte. 


Após a morte da mãe Francisco e Francisca continuaram morando no Juazeiro do Norte, enquanto José Ferreira tomou outro rumo, e em 1938, no dia 25 de julho entrou no cangaço do afamado e sanguinário tio Lampião. Mas ele nem esperava que o seu tio protetor dos cangaceiros e dele 3 dias após a sua entrada no cangaço seria abatido na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico no Estado de Sergipe. 

O Jornal “A TARDE“ no dia 02 de março de 1939 publicou uma entrevista entrevista feita com o recém-cangaceiro “José Ferreira sobrinho de Lampião“, o qual narra para o repórter a sua entrada no bando, bem como a sua prisão, que ocorreu na cidade sergipana de Canindé.

Clique no link abaixo e leia o que escreveu o cangaceirólogo e pesquisador do cangaço "Volta Seca": 

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FAMÍLIA FERREIRA NASCEU PARA LUTAR CONTRA AS SUAS VÍTIMAS

Por José Mendes Pereira

Sem citar nomes de famílias valentes e nem das cidades que passaram por isso, aqui bem perto de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, duas famílias se desentenderam e a intranquilidade reinou por muitos anos, quando uma matava membros da outra família e assim vice-versa. E o mais interessante, de geração a geração, vingando a morte de pessoas do seu rebanho que outra tinha matado. Mas elas não chegaram nem um tiquinho do que fizeram os Ferreiras.

Um dia no sertão do velho e sofrido nordeste brasileiro, lá em Vila Bella (nos dias de hoje, Serra Talhada) no Estado de Pernambuco, duas famílias vizinhas, e que antes eram amigas, se tornaram inimigas.

De um lado, o proprietário da Fazenda Pedreira, José Alves de Barros, o famoso 'José Saturnino', homem que não gostava de baixar a cabeça para ninguém, e no seu entender, não tinha motivos para isso, porque alegava a desavença criada pela outra família.

Do outro lado, os vingativos irmãos Ferreiras: Antonio, Livino, mais outros como um senhor chamado Antonio Matilde (que me parece ser sobrinho do José Ferreira pai de Lampião), e Luiz da Gameleira (não tenho informação quem seria sua família), com o passar dos tempos, com a briga dos Ferreiras, ambos entraram na confusão, no intuito de proteger os irmãos. Mas o mais famoso e briguento era o Virgolino Ferreira da Silva, um homem ainda jovem e dono de uma timidez, de comportamento excepcional, e de repente, mudou o pensamento adverso, contrariando os camponeses da época, que jamais acreditavam que o Virgolino Ferreira da Silva tinha tanta coragem para enfrentar o Zé Saturnino e seus filiados.

Virgolino ainda não era alcunhado de Lampião, porque isso começou no ano de 1916, e só passou a ser Lampião, a partir do ano de 1922. 4 anos depois, (1926), tornou-se capitão Lampião, patente recebida no Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, entregue pelo padre Cícero Romão Batista, a mando do deputado federal Floro Bartolomeu. Muito embora sem nenhum valor a sua patente de capitão, mas mesmo assim, Lampião reinou por muito anos no nordeste brasileiro como capitão, e era com esta patente que os seus comandados o respeitavam. 

Os Ferreiras eram filhos de um homem de boa conduta. Amável à tranquilidade, principalmente a liberdade, isso sim, era o seu desejo, viver harmoniosamente com a sua esposa, sua prole, vizinhos de propriedades, onde ali, alguns deles eram seus compadres. Andar despreocupado de dia e de noite sem ser perseguido, nem incomodado, respeitado por todos que ali viviam. 

Existe um comentário na literatura lampiônica que o ódio e a valentia dos Ferreiras herdaram da mãe dona Maria Sulena da Purificação, porque, enquanto o José Ferreira dos Santos  desarmava os seus filhos na porta da frente, ela os armava na porta de traz, e ainda dizia publicamente que: “não tinha tido filho para ser desmoralizado e nem para ficar no caritó”.

Lógico que os seus filhos não desejavam uma vida intranquila para os seus pais e irmãos que não tinham nada a ver com as suas brigas, mas sem ter outro jeito, devido as suas rixas e ódios, infelizmente criaram um mundo infernal e difícil para eles e para toda família. Marcharam em busca do desassossego, do corre corre, tanto para eles como para os pais e irmãos.

Os irmãos Ferreiras se tornaram feras a partir do ano de 1916, quando o sumiço de bodes do seu rebanho começou, e passaram a ser espiões para descobrirem quem estava subtraindo os seus animais.

Como chegaram ao responsável pelo sumiço das suas criações.

Certo dia, Virgolino e o Livino entraram na casa de um morador do Zé Saturnino, na Fazenda Pedreira, e vendo peles de bodes por lar, e ao conferirem as marcas nas orelhas, perceberam que se tratava dos animais que vinham desaparecendo da fazenda do pai, Sentindo-se prejudicados, e na certeza que o Zé Saturnino tomaria a devida providência, resolveram participar ao fazendeiro.

Zé Saturnino não aceitou as acusações contra o morador, e como não obtiveram apoio, os manos se transformaram em feras humanas, e difíceis de serem domados. A partir daí, as portas do inferno foram abertas para as duas famílias. O furto de bodes deixou duas famílias de salto alto, cada uma se sentindo como a verdadeira vítima, quando as duas eram cúmplices uma da outra.

Não tenho autoridade para com o cangaço e muito menos sobre o José Saturnino, mas se através dos Ferreiras ele tomou conhecimento que o seu morador vinha praticando roubos de criações do seu vizinho, o certo teria sido mandado embora, vez que aceitando, não só o empregado, como também ele, seria desonesto com os animais do outro fazendeiro.

Segundo o que tenho lido, o roubo de bodes feito pelo morador do Zé Saturnino, foi comprovado por um inspetor de quarteirão, bastante violento e resolvia as coisas com autorismo, e que era compadre e amigo do paciente José Ferreira. Mas o inspetor não se sentiu seguro em prender o ladrão, apenas delegou impiedosos castigos. E a partir daí, só fez piorar a briga, tudo se transformou em conflitos nas duas famílias.

O Zé Saturnino e o José Ferreira eram amigos e se davam muito bem, respeitavam-se entre si, bons e pacíficos vizinhos. Mas os filhos não obedeceram o que ensinara o pai, e como não suportaram os roubos dos seus animais, e nem Zé Saturnino aceitou a acusação apontada por eles, de repente, as duas famílias criaram uma intriga.  Agora seria muito difícil de ser resolvida, porque nenhuma estava apta a baixar a cabeça para a outra e pedir desculpa. Cada família tinha no peito o ódio e vontade de vingança, e não demorou muito para ser iniciado tiroteios e emboscadas, manchando de sangue escarlate a pequena região que os viu nascerem naquele sertão desprotegido de autoridade governamental.

Sentindo-se desmoralizado e decepcionado com os Ferreiras, pela  acusação que lhe era apontada, e como vingança, Zé Saturnino passou a mutilar os seus animais que na sua propriedade entravam para ruminarem, cortando os tendões das suas patas, e assim, os viventes não tinham mais condições de se deslocarem para se alimentarem e muito menos, retornarem aos seus chiqueiros de origem, e o resultado era a morte. E vendo as suas criações mutiladas, os Ferreiras não tiveram outra solução, e passaram a agredir o velho fazendeiro em sua própria residência, na Fazenda Pedreira, com ataques violentos, usando o poder das armas.

Os Ferreiras achavam que se de lá pra cá vinham 4 pedras jogadas pelo fazendeiro Zé Saturnino, daqui pra lá não poderia ir menos do que oito, isto é, respondiam ao velho ao dobro, e achavam eles que era isso o que o fazendeiro merecia.

Lampião não era qualquer um, era um homem de gênio forte, não só forte como fortíssimo, e aquele que tentasse vencê-lo, seria impossível sair vitorioso, porque no seu “eu” reinava a maldade, a vontade de matar, de vencer os seus desafetos, de estrangular, de derramar sangue, só assim, serviria de exemplos para outros que poderiam se juntar ao grupo do Zé Saturnino, e tentar vencer os Ferreiras, e não temiam de forma alguma, o que os seus inimigos preparavam para eles.

Lampião era um homem destemido. Quando não gostava de alguém era fácil transformar o seu ódio em forte desavença, e não era preciso que o sujeito fosse o principal causador da desavença, porque ele mesmo, passava a cutucá-lo até que a ira do outro nascesse. Uma intriga de alguém, só o fazia ficar mais famoso, assim achava ele, e isso era o que mais queria. A fama para Virgolino era como se estivesse recebendo um valioso e cobiçado troféu, queria ser o rei, ou sendo uma autoridade qualquer, vista pelos sertanejos de sua jurisdição e reconhecido como um homem valente. Era o seu orgulho, e que todos aqueles que o viam, acanhadamente, apertavam-lhe a sua mão, mas com cuidado, para não machucar alguns calos do futuro rei e capitão do cangaço, porque, poderia surgir um ódio, e desse ódio, uma morte sem demora e sem motivo, uma surra de chicote com três pernas, ou ainda uma punhalada enfiada na clavícula, rasgando coração e fígado do indivíduo, até o local que o punhal alcançasse.

Lampião era o Lampião de Vila Bella, o perverso das queimadas em currais, o sanguinário das mortes de gado e criações miúdas, o vingativo das destruições de casas e roçados, o facínora das capações, das mutilações em orelhas de homens, o celerado dos ferros quentes em rostos de mulheres feitos por outros cangaceiros, mas a mando dele. 

Lampião era um homem que o sujeito não pudia confiar. Sorrir alto diante dele, poderia interpretar aquele gargalhar como uma maneira de criticá-lo. Que todos tivessem cuidado com o Lampião. Quem gosta de cheirar todo tipo de flor, geralmente se atrapalha, recebe o que não espera. Em vez de ramalhete, cheira espinho e finda se furando.

Lampião era como uma capivara que por sorte, mergulha no meio de uma porção de jacarés faminta, e em nenhum momento, teme. Passeia para lá e para cá, e se considera intocável. Assim era o facínora, perverso e sanguinário capitão Lampião. O ódio fazia com que ele praticasse as mais tristes perversidades. Ver sangue derramado no chão de um seu desafeto, era como se fosse simplesmente refresco de morango. 

Feliz daquele que ele o odiava e não chegou a passar pelas suas mãos vingativas. A morte para os seus inimigos não tinha semelhança. Morreria de qualquer jeito.

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